Capítulo 1

1469 Words
LORENZO Eu não tinha um plano extra quando fui para Danaco. Estava em uma viagem de negócios, só isso. Mas fui surpreendido assim que o avião pousou no aeroporto da cidade onde estávamos começando a negociar com o cartel local. Dante não foi comigo, pois não podíamos os dois sair de Drakoy. Mas ele me alertou que essa cidade era cercada de criminosos ardilosos e que a polícia estava quebrando a cabeça com um ceifador. Além do cartel eu ainda tinha negócios com o governo, que estava planejando um contrato milionário para receber milhares de equipamentos e armas de última geração. Minha reputação oscilava entre o bilionário solteiro e bem-sucedido de uma empresa de armas a um homem envolvido com o crime organizado. Apesar da má reputação em alguns países, o empreendimento da família servia como um marketing e de onde tirávamos o dinheiro e poder dos Mitolli. Ao pisar fora do aeroporto fui recebido com mais que fotógrafos e pessoas querendo entrevista, buscando tirar de mim alguma resposta sobre a notícia de que eu comandava uma organização criminosa. Era verdade, mas isso não sairia da minha boca, e mesmo com tantas desconfianças, os Mitolli eram cercados de pessoas que queriam usufruir da nossa influência ou governantes em busca de bons contratos para receber nossas munições. A reunião com o governador saiu como planejado, assinamos um contrato que me daria muito dinheiro e entregaríamos a mercadoria em partes, pois a quantidade que nos pediram levariam muito tempo, eu diria dois anos, para ser completada para entrega. Só faltava uma coisa para que eu pudesse voltar para casa e ver a minha Giovanna: o encontro com Diego, o chefe do cartel que nos contatou para também receber algumas armas. Nunca ouvi falar no homem, muito menos no seu negócio na cidade, mas já que estava no país, não fazia m*l ver o que ele tinha para falar e quem sabe sair com mais um acordo fechado. O que eu não esperava era ver um d***o vestido de seda vermelha, com olhos negros e sorriso sedutor. A primeira vez que vi Dark, ela estava com um vestido muito curto, sua pele bronzeada combinava com o tecido vermelho e a mulher não precisava de muito para ficar bonita, pois apostava que até sem roupa ela era divina. Nunca fui de me prender a mulher alguma, mesmo já tendo dormido com uma quantidade considerável para uma vida, mas tinha que confessar que aquele olhar era diferente e me prendeu e seduziu. Eu não queria desviar a minha atenção naquela noite, mas tinha que ter aquela mulher nos meus braços e fui novamente surpreendido pela boca venenosa dela, que mesmo a uma curta distância, me afetou como um bicho no mato. Ela não estava ali para trabalhar e não se entregaria a mim, muito pelo contrário, era eu quem estava entregue a mulher dos olhos negros. Dark me dopou não só com seu encanto, mas também com remédios que me deixaram fora da minha zona de conforto. Como chegou, ela saiu sem deixar pistas, mas um rio de sangue deixado para trás me fez perceber que nenhuma outra mulher era como ela e eu tinha que conseguir essa raridade. A questão era como faria isso. O pior era, eu não deveria estar naquele lugar justamente no dia em que praticamente todos os homens que ali estavam, agora, eram homens mortos. Por alguma razão, ela me poupou. Não senti gratidão, só curiosidade e foi por isso que fiz de tudo para achar a diaba. O ceifador que meu irmão havia falado era uma mulher linda e provocante. Eu precisava dela, sua experiência e corpo, mesmo que eu estivesse entrando em um poço sem volta. Depois de conseguir as câmeras de segurança do local, foi fácil usar os meus contatos para descobrir a sua identidade e por sorte, não perdi a oportunidade de estar novamente na sua presença. Dizem que dois pontos com a mesma carga elétrica se expelem, mas no meu caso e no dela as coisas eram diferentes, pois sei agora o quanto me sinto atraída pelo demônio de Danaco. — Isso é uma péssima ideia, você tem noção do que... — Sei, Dante, ela é volátil e pode me matar, mas se quisesse fazer isso tinha feito antes, quando eu estava drogado. — Falei ao interrompe-lo. Estávamos de volta a Drakoy, a mulher não conhecia nada da cidade e a minha impressão era de que, se eu não aparecesse, ela daria um jeito de chamar a minha atenção. — Você lembra da parte em que eu disse que ela é mais que uma assassina e sim uma ceifadora de vidas criminosas, não é? Meu irmão era mais que isso, ele era meu braço direito, subchefe e tudo mais que um bom criminoso poderia querer. Sempre focado, sério e insuportável às vezes. Mas tudo isso protegia a nossa família de sucumbir, pois, Dante era o mais cabeça dura e pé no chão, e confesso que não tinha tanta paciência quanto ele. — Dante, eu sei disso, foi por isso que a trouxe para Drakoy. — Falei enquanto arrumava a gravata vermelha. — Não, você a trouxe porque é louco e deixa seu p*u tomar decisões. — Apesar das palavras cheias de ódio, meu irmão estava sério, sentado em uma cadeira, tomando uma bebida e olhando para a janela que exibia uma noite fria e estrelada. — Não só você pode ser morto Lorenzo, mas eu e toda a nossa família, a de sangue e a outra, a criminosa. — Você a teme mais que qualquer outro i****a que já enfrentamos. — Falei ao me virar para olha-lo. — É tão c***l e capaz de matar quanto ela. Conhece a cidade como ninguém, somos rodeados de soldados fortemente armados, por que está dando tanto poder a uma mulher? Calmamente, e me irritando, Dante tomou o último gole da bebida, colocou o copo em cima da pequena mesa de vidro da sala de lazer e levantou-se arrumando a sua roupa. Ele era o mais velho e nem a minha posição superior a dele como dom me dava o poder de desafia-lo quando a coisa era a nossa família. — É simples, não importa o que temos, não quero que nada ameasse a nossa família ou o bem-estar dos negócios, coisa na qual você deveria estar preocupado. Não conheço muito bem essa Dark, mas o pouco que sei me diz para ter cuidado, preservar a nossa casa e vidas. — O pior era que eu sabia bem do que ele estava falando. Dante tinha total razão, porém, algo em mim, impedia que meu cérebro raciocinasse logicamente. Na verdade, ele bolava estratégias para usar a diaba no que fosse possível. — Por que, Lorenzo? por que a trouxe? — Porque estamos expostos. — Falei sério, sem deixar espaço para que meu irmão pensasse que eu era um simples i****a que estava fazendo tudo por capricho. — Temos três cabeças para derrubar: o deputado, a cafetã da moda e o jornalista traidor. Não podemos fazer nada contra eles, sabe disso, e também não podemos deixar que eles falem tudo para a polícia e estrague nosso bem-estar nos negócios. — Podemos dar um jeito. — Insistiu sabendo que eu não aceitaria nada que não fosse o meu plano. — Não podemos confiar nessa mulher, m*l a conhecemos e ela pode simplesmente mudar de lado ou pior, usar a moralidade duvidosa para nos atacar. — Dark é uma fugitiva, está sozinha em Drakoy e sabe que somos mais que um simples cartel. — Falei pensando em como colocaria uma coleira naquela mulher. — Fomos ameaçados, Dante, se abrirem a boca, seremos presos e tudo o que temos virá abaixo, usar essa mulher será o modo mais fácil de detê-los, depois que tudo acabar, eu mesmo atiro na v***a. — A v***a em questão drogou você, matou sete homens em um bordel e saiu sem dificuldade, mesmo tendo quatro dos nossos com você. — Ele lembrou. — Isso é o que mais me fascina. — Falei ao me lembrar daquele encontro. Nunca me senti tão vulnerável e tão e******o por uma mulher. — Veja você, desejando-a! — Ele estava começando a ficar puto comigo. — Se acalme, colocarei homens atrás da diaba, além disso, Dark não é burra a ponto de desafiar a nós na nossa casa, posso dá-lhe a diversão que tanto ama e me aproveitar disso. Se o que penso der errado, o meu irmão ficará mais que puto pela minha ousadia. — Espero que ela faça picadinho do seu p*u se dê errado. — Ele disse visivelmente alterado. — Eu mesmo designarei homens para vigia-la, qualquer coisa fora do comum, eles atiram. — Como quiser. — Falei com um sorriso convencido. — Agora tenho que jantar com o d***o.
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