Capítulo 2 - Isaac

1228 Words
Acelero o máximo que consigo para chegar logo no trabalho, meu pai vai comer meu fígado por conta do meu atraso, se tem uma coisa que meu pai é chato é com a empresa dele e apesar de ele sempre estar atrasado, não suporta atrasos. Eu não podia deixar de acompanhar Liz no teste dela, precisava está ao seu lado e deu tudo certo, fico muito feliz por ela ter conseguido conquistar esse sonho, daqui para frente tenho certeza que é só progresso na sua vida. Ela é uma menina maravilhosa, esforçada, doce, gentil, delicada, tantas coisas boas, eu sou fascinado nessa menina. O sentimento não é recíproco, infelizmente. Eu a amo, mas não como uma irmã, esse sentimento deixou de existir há muito tempo, eu a amo como mulher e a amo muito, fico louco quando imagino ela ficando com outro cara, mas Liz não me enxerga da mesma forma, para ela eu sou apenas um bom amigo/irmão do coração, fazer o que né? Me contento com o amor que ela pode me dar. — Bom dia Kathe — cumprimento a secretária com um enorme sorriso. Ela é uma gata! — Bom dia senhor Cartier. — Meu pai? — pergunto entrando na sala e ela me acompanha. — Segundo a Amélia, ele está furioso atrás de você, tentei contato no seu celular, mas só deu caixa postal. — Droga — resmungo — Vou na sala dele, algum compromisso por agora? — Não senhor, apenas uma reunião às 13h com os compradores j*******s. — Obrigado. Ela sorri e sai da sala. Katherine é minha secretária desde o ano passado quando comecei a assumir minhas funções dentro da empresa, ela é linda, mas não posso misturar diversão com trabalho, então apenas admiro sua beleza de longe. Vou direto para a sala do meu pai. — Bom dia pai! — Bom dia o c*****o* Isaac, onde você estava? Meu pai sendo meu pai. Me sento na cadeira à sua frente. — Fui levar Liz em um teste. — Porque Santiago não fez isso? Você tem compromisso meu filho! — Eu quis levá-la, era importante para ela que eu estivesse lá, fique tranquilo, meus compromissos estão todos resolvidos. Meu pai se levanta e fecha a porta. — Meu filho, vamos conversar — Ele se senta na cadeira ao meu lado. — Sobre? — pergunto, mesmo já sabendo o assunto. — Você e a Liz — ele coça a barba parecendo um pouco nervoso — O que está acontecendo entre vocês dois? Seja sincero com seu pai. — Não está acontecendo nada. — Tem certeza? Não é o que parece, vocês andam juntos para cima e para baixo, você vive atrás dela. — Tenho pai, somos só amigos, claro que por escolha dela — ele pediu sinceridade e aqui está. — Como assim Isaac? — Isso mesmo que você ouviu pai, eu não gosto da Liz como amiga, muito menos como irmã, meu amor por ela é diferente. — Eu sabia, eu sabia, mais que droga, eu ainda falei com sua mãe. — Falou? — Claro, estava na cara, só não enxerga quem não quer, inclusive Santiago pensa igual. — Tá falando sério? — pergunto confuso com essa nova informação. — p***a* Isaac, você é muito novo meu filho, nossas famílias são muito amigas... — E qual o problema pai? — Você tem que aproveitar sua vida, é jovem ainda, tem muita água para passar por debaixo da ponte, vocês dois cresceram juntos, já pensou que se vocês ficarem juntos um dia e acontecer qualquer coisa nossas famílias vão acabar se desentendendo, eu vou tomar partido seu e Santiago da filha dele. — Ah pai, sério que você está preocupado com isso? — pergunto rindo. — Claro p***a! Você fica rindo e brincando da situação. — Fica tranquilo pai — me levanto e bato no seu ombro — Liz não me enxerga da mesma forma. — Sinto muito meu filho. — Está tudo bem, vou nessa trabalhar e apreciar a beleza da minha secretária — brinco, sei que meu pai detesta quando me refiro a Kathe dessa forma. — Para de graça em Isaac, sabe que é proibido essa merda aqui dentro da empresa — ele me repreende e eu começo a rir. Abro a porta para sair e meu tio Santiago entra. — Bom dia Isaac, tudo bem? — aperto sua mão. — Bom dia tio San, tudo tranquilo, estávamos falando de você agora. — Sobre? — Meu pai te explica — olho para meu pai que me fuzila com o olhar. — Ah vai a merda Isaac — meu pai grita e eu saio rindo da sala. — O que falavam de mim? — escuto meu tio perguntar. Vou rindo para minha sala, depois quero saber qual foi a desculpa que meu pai inventou. Santiago é meu tio de consideração, ele é amigo do meu pai de anos e crescemos todos juntos, nossas famílias são muito unidas e por isso cresci o chamando de tio. Sei que quando ele tiver certeza dos meus sentimentos por sua filha algumas coisas vão mudar, ele é extremamente protetor com ela, a ama muito e é normal um pai querer proteger sua filha de tudo e todos. Meu celular anuncia uma nova mensagem e é da Liz. "Vamos comigo na festa da Pri, por favor, não quero ir sozinha" "Preciosa eu não estou afim de ir não. Você não vai sozinha, as suas amigas com toda certeza estarão lá" A resposta dela não demora para chegar. "Sem você me sinto sozinha sim, vamos, por favor" Abro um sorriso para a tela do celular, Liz sabe me ganhar. "Tá bom, te busco às 20h" "Te amo muito" Queria eu que esse amor fosse diferente... Afasto esses pensamentos e me concentro nos meus afazeres, mas logo sou distraído pela presença do meu pai e Santiago. — Reunião? — pergunto quando eles invadem minha sala. — Melhor meu filho, melhor — meu pai está todo sorrisos. — Qual o motivo de tanta felicidade? — Santiago acabou de me informar que conseguiu aquele contrato multimilionário com os alemães. — Poxa pai, que legal. — fico animado por suas conquistas. — Só que tem um problema Isaac — San avisa. — E qual seria? — Eles querem ter a certeza de uma boa administração, hoje a filial está nas mãos do Roberto, porém, ele descobriu um câncer recentemente e está se ausentando... — E então? — Então que você vai ter que ir para lá meu filho. Encaro meu pai e Santiago. — Como assim eu terei que ir para lá? Eu nem me formei ainda pai! Não, eu não quero ir para lá, não quero ficar longe de Liz. — Você vai continuar estudando lá. Nesse primeiro ano que você veio para a empresa tivemos muitos progressos, você é um gênio meu filho, tenho certeza que vai administrar aquela empresa muito bem. Que merda, que merda, que merda! É só o que consigo pensar. — Pai, a gente pode falar disso outra hora? Agora eu tenho uma reunião com os j*******s. Pego minhas coisas para sair. — Claro meu filho, falamos disso mais tarde então. Saio da sala atordoado, nem me despeço deles, muito menos de Kathe que me olha sem entender nada. Eu não quero ir morar na Alemanha, não quero me afastar da Liz, não posso.
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