Bruna.

909 Words
BRUNA NARRANDO. Oi gente me chama Bruna Mattos, tenho 17 anos, faço 18 daqui a alguns meses, Moro na vila Verde fica na parte baixa do Morro da Rocinha. Nunca subi lá em cima, tenho medo dos envolvidos, somos apenas eu, meu irmão e a nossa mãe. Sou loira, olhos azuis, tenho 1,70 de altura, olhando minha fisionomia todos dizem que sou mais velha do que a minha verdadeira idade. Me desdobro para poder trabalhar e também cuidar da minha mãe que é cadeirante, enquanto eu tenho medo dos bandidos o meu irmão está cada dia mais se envolvendo com eles. Minha mãe ficou paraplégica depois de uma surra que ela levou do meu pai, Eu ainda era uma criança e quem fez a cobrança foi a Dama do Morro, eu não tenho raiva dela muito pelo contrário se eu pudesse até agradeceria, Mas eu tenho medo que ela me interprete m*l. O que ela iria pensar de mim, uma filha agradecendo pela morte do próprio pai . Eu cresci apanhando daquele homem, ele chegava em casa bêbado e batia em nós, Se dependesse dele tínhamos morrido de fome, minha mãe que fazia faxina passava roupa, se desdobrava para colocar comida dentro de casa e manter as contas em dia até aquele monstro fazer isso com ela. Se é pecado odiar o pai, eu sou a pior das pecadoras, odiei aquele homem com todas as minhas forças. O Dr Bruno, marido da Dama, nos deu toda assistência, conseguiu para que a minha mãe se aposentasse por invalidez mas é apenas um salário mínimo, m*l dá para os remédios e as fraldas. Desde os meus 15 anos que eu trabalho em uma loja de assistência técnica de celular, trabalho atendendo o público, como além de consertar também vende acessórios eu fico com a parte das vendas. Não tenho carteira assinada, mas ganho um salário mínimo é o que sustenta a casa já que o Júnior não se mexe para nada, além de se drogar na parte de cima do morro. Faz uns dois anos que o filho da Dama assumiu o comando, nunca vi ele de perto apenas passando de moto feito um foguete, mas todos falam dele com muito respeito e outros com bastante medo também. Dizem que quando ele chama alguém pelo nome pode entregar sua alma a Deus pois dessa não saí vivo. Meu sonho sempre foi terminar os meus estudos e fazer faculdade de fisioterapia, eu assisto muitos vídeos e ajudo a minha mãe com os exercícios, mesmo não podendo mais andar fazemos ela alongamentos o que ajuda a diminuir as dores. Esses dias o Júnior chegou em casa correndo e se trancou no quarto dele, a nossa mãe ficou chamando ele na sala eu também fiquei bastante preocupada e resolvi bater na porta do quarto e saber o que estava acontecendo. — Júnior abre aqui, fala para mim o que está acontecendo, a mamãe está muito preocupada com você. — Vai embora Bruna, não quero falar com ninguém. Insisti mais um pouco e não tive resposta, eu sei que tem alguma coisa a ver com o comando, eu não conto nada para nossa mãe, mas as roupas do Júnior sempre que eu vou colocar no tanquinho estão fedendo de maconha. Eu sempre me pergunto onde ele consegue dinheiro para comprar, se ele não trabalha, das duas uma ou ele está roubando ou está devendo muito ao comando, não quero nem imaginar. Começaram aparecer motos rondando a nossa casa, o Sub do Morro se chama TH ele é filho da irmã da Dama. Ontem eu estava chegando do trabalho e o TH estava segurando na gola da camisa do Júnior, ele mandou entrar e ficar de bico calado. Fiquei com tanto medo que quase fiz chichi nas calças, quando eu estava saindo do banheiro o júnior me chamou. — Bru, preciso da tua ajuda. Ele falou que começou a chorar, meu irmão estava apavorado, Ainda bem que a nossa mãe já estava dormindo. — O que foi? — preciso que você vá comigo até o QG do Tártaro. Quando ele falou isso eu já fui falando que não, que não ia me envolver nos rolos dele, eu jamais vou procurar sarna para me coçar, o que foi em vão. Não fui ao QG, mas ele apareceu na sala da minha casa como se fosse uma sombra que se teletransporta, o Homem é muito sério, sem expressão. Tártaro sentou na cadeira de plástico, apoiou os braços no braço da cadeira, estava com a arma na mão, ele olhou bem dentro dos olhos do Júnior. E falou baixo, mas a voz é como um rosnado arrepia até a alma, fiquei gelada e toda me tremendo. — Vim buscar o meu dinheiro, você me deve muito moleque, quero saber como vai pagar. — Eu não tenho dinheiro, chefe. O Tártaro se levantou e colocou a arma na cabeça do meu irmão, pulei na frente pedindo misericórdia, pedi para ele não matar o meu irmão. — Quem vai pagar a dívida, você? — Eu não tenho dinheiro, mas posso dar um jeito de quanto é a dívida? — 1.900 sem os juros, o seu irmão consome muito. — Eu não ganho isso tudo , podemos dividir. — Você fala demais, garota. — Perdão. O pior momento Foi quando o i****a do meu irmão teve a ideia de abrir a maldita boca. — Chefe, pode levar a minha irmã como pagamento.
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