Cap 14

1062 Words
Valentina – Parte 2 Osvaldo – Deixa eu terminar... a gente quer que você vá morar conosco, mas – dessa vez ele olhou para a minha “mãe” – a Vanessa não vai seguir contigo, ou você aceita assim ou terá que responder na justiça O seu Osvaldo disse em claro e bom tom, sem deixar brechas para possíveis dúvidas. Sim, era uma ameaça clara e eu tremi na base por conta disso Apesar de no meu coração eu ter me sentido traída, um verdadeiro nada, coisa completamente insignificante, não queria que a mulher que me criou, sofresse as consequências daquele erro, eu não conseguia desejar m*l a ela, por isso intervi Valentina – Eu não quero que vocês fiquem ameaçando a minha mãe Priscila – Filha... Valentina – Apesar de tudo, de todas as dificuldades que a gente passou, ela ficou do meu lado, do jeito dela, mas ficou, eu não entendo o motivo de tudo isso agora, mas também não quero que ela sofra ainda mais Osvaldo – Sofrer ainda mais? O que ela está sofrendo? O que é Francisca, acha que alguma coisa mudou na sua vida? Está doendo em ti? Porque na gente está doendo demais, o que você achou que ia acontecer? Que você ia chegar com essa história, ia conseguir dinheiro e ia embora? Francisca – Eu não quero o dinheiro de vocês e também não estou fazendo isso por nenhum de vocês, nem mesmo pela filha que eu carreguei no ventre, eu faço isso pela Valentina e também pelo Luciano, porque eles mereciam isso. Se eu não tivesse vindo aqui, se eu não tivesse contado a verdade, eu estaria mais feliz, vivendo a minha vida como sempre, mas não, preferi sofrer as consequências, mesmo tarde e correndo o risco de ficar sem nenhuma das minhas filhas Eu conseguia ver a dor que aquelas palavras carregavam, consegui ver o arrependimento em seu olhar, mas mesmo assim, o meu coração sangrava. A mulher que ela dizia ser minha mãe, a Priscila, me olhava de uma forma tão diferente, tão carinhosa, por alguns instantes me peguei pensando que eu podia ter tido aquilo desde muito antes, quem sabe, eu não teria sido mais feliz... Vanessa – Eu não quero ir com essa mulher, pelo amor de Deus papai, não deixe que ela me leve Francisca – Pode ficar tranquila menina, eu não vou te obrigar a enfrentar a minha vida não, mesmo porque, acho que você não conseguiria Osvaldo – Mesmo que quisesse... ela já tem vinte anos e consegue escolher por si própria, mas esse privilégio eu não vou dar para a Valentina, eu quero que ela vá morar com a gente a partir de hoje Eu respondi muito mais no impulso do que com a razão e acho que foi tudo por causa daquele olhar... daquela mulher, eu senti uma coisa diferente ali, como se fosse a peça do quebra cabeça que faltava na minha vida, mas também vi o olhar da Vanessa, ela não me queria por perto, mas fingiu aceitar Vanessa – A partir de hoje, nós somos irmãs... *** Lucas Era um dia comum, mais um como tanto outros, pelo menos na minha cabeça, só que naquele dia, meu pai estava pronto para me trazer a melhor surpresa de toda a minha vida Eu não lhe contei logo de imediato sobre a menina que eu chamava de “V”, mesmo porquê, quem é que iria acreditar em uma história louca daquelas? De que eu tinha me apaixonado por uma garota que tinha visto apenas uma vez na minha vida e que, me correspondia através de cartas? Fora que a nossa idade não era muito propícia para que eu decidisse escolher um amor para o resto a minha vida né Depois que eu perdi minha perna e fiz aquelas terapias todas para poder colocar a minha prótese, meu pai percebeu que eu me apegava a cada palavra descritas naquelas folhas de papel, então, chegou um momento que eu não consegui mais esconder as minhas fantasias, aquelas que eu finalmente, encontrava com a minha princesa e me casava com ela, e por fim, vivia o meu “feliz para sempre” Eu só não imaginava que ele ia fazer de tudo para encontrar a menina que eu guardava não somente no meu pensamento, mas no meu coração também Altamir – Eu quero te contar uma coisa e espero mesmo que você não fique chateado com a minha atitude Eu estava sentado na sala de jantar, me preparando para receber o café da tarde que a Maria me preparava todos os dias, pontualmente às quatro e meia da tarde, assim que eu voltava do serviço Meus horários eram maleáveis porque a empresa era do meu pai, então, eu me esforçava ao máximo para aprender todos os seus conselhos e depois, voltava para casa, para a minha segurança Lucas – Se o senhor não me falar o que fez, eu com certeza, vou ficar pensando em muitas coisas ruins Ele respirou fundo... Altamir – É sobre a menina das cartas Acho que naquela hora, o meu coração errou as batidas umas três vezes até que eu tivesse coragem suficiente para perguntar sobre o que, exatamente, o meu pai estava falando Lucas – Como assim? Altamir – Eu a encontrei filho, demorou, mas finalmente, eu a encontrei Lucas – Pelo amor de Deus pai, não brinca com coisa séria Altamir – Eu não estou brincando, eu a encontrei e não só isso, eu também achei um jeito de vocês ficarem juntos Era um misto de felicidade e confusão, como assim ele tinha encontrado um jeito da gente ficar juntos? Eu sabia dos sentimentos da minha “V” e acreditava neles, mesmo por quê, ela não continuaria me mandando aquelas cartas se não quisesse saber de mim, só que, eu tinha plena consciência de que as coisas já não eram mais como antes, como no dia que a gente se viu pela primeira vez e aquilo não deixava de me colocar medo Lucas – O que quer dizer com isso papai? Altamir – Se eu te disse que tem um meio de vocês ficarem juntos, mas que não é lá muito convencional, você aceitaria esse meio Eu não questionei, só queria ficar com a minha “V”, só isso... Lucas – Qualquer coisa
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