AURORA
— O quê? — a Serena perguntou com um olhar de surpresa.
— Que notícia maravilhosa — a minha mãe falou me abraçando.
— Que felicidade tão grande, minha filha — meu pai disse me envolvendo em seu abraço.
A Fiorella, assim como eu, estava em lágrimas.
Eu também recebi um abraço do Sr. Federico e da Nikoleta que demonstraram sua felicidade e me parabenizaram.
— Eu estou muito feliz — o Enrico falou também me abraçando, com seus olhos marejados.
— O Angelo precisa acordar — a Serena falou secando as lágrimas. — Ele vai ficar muito feliz com a notícia.
[...]
Já eram altas horas da noite quando todos foram embora me deixando a sós com o Angelo.
O Enrico insistiu para ficar com o Angelo para que eu pudesse descansar, mas falei que me sentiria melhor se ficasse ao lado do meu marido.
Além da poltrona que reclina bastante, no quarto tinha um sofá largo e confortável, sem falar que em muitas das noites, desde que o Angelo foi transferido para o quarto, eu tenho acordado ao seu lado na cama.
[...]
Na manhã seguinte, eu acordei, mas ao tentar me levantar, eu tive a impressão que o Angelo tentou me segurar. Foi tão sutil que eu não tinha certeza se ele realmente fez aquilo ou se só foi impressão.
Eu tomei o café da manhã, estava faminta, mas novamente coloquei tudo para fora, quase que imediatamente.
Tomei um banho, troquei de roupa, estava fazendo minha higiene bucal quando escutei batidas na porta.
— Oi, Aurora, como ele está? — o Marco passou pela porta, veio na minha direção e me abraçou. — Aliás, meus parabéns. Todos chegaram radiantes de felicidade na casa do Don ontem a noite. Estou muito feliz por vocês. O Angelo ficará louco com a notícia.
— m*l posso esperar para contar para ele.
O Marco se sentou na poltrona ao lado do Angelo, eu me sentei na mesa e liguei o laptop. Deixei muito trabalho acumular nos últimos dias, por isso, estava trabalhando do hospital todas as manhãs.
— Aurora... — o Marco me chamou e eu desviei o meu olhar para ele.
— Oi...
— A mãe do Angelo me ligou.
— O que ela queria?
— Saber notícias dele, eu acho... ou não.
— É difícil saber, né?
— Sim. Eu nunca sei quais são as intenções dela. Não sei como, mas ela sabe que o Angelo sofreu o acidente e que está em coma.
— Será que ela tem algum informante?
— Foi o que pensei.
— Será que é algum funcionário do hospital?
— Pensei nisso, mas também pode ser algum soldado.
Eu comecei a pensar. A última vez que tivemos contato com ela foi quando os gêmeos da Fiorella nasceram.
— Pode ser algum dos soldados que estavam no hospital onde o Lorenzo e o Matteo nasceram — opinei.
— Sim. Até porque, eu e a Serena tivemos a impressão de vê-la aqui quando o Sr. Federico teve alta. Foi muito rápido, nós ainda olhamos em volta, mas como não a vimos mais, não quisemos fazer alarde.
— Espero que ela se mantenha longe, sua presença não faz bem para nenhum deles.
— Principalmente para o Angelo.
— Verdade.
[...]
Horas depois, o Marco estava mexendo no celular e eu continuava trabalhando nos meus projetos, quando escutei uma voz rouca e bem fraca.
— Marco — Ao olhar para o Angelo, vi que seus olhos estavam abertos.
Era ele, o meu amor tinha acordado e chamou pelo Marco.
— Angelo... — o Marco se levantou, sorrindo.
Eu fiquei tão em choque que não sabia o que fazer.
— Eu vou chamar o médico — corri em direção ao corredor.
O médico estava a uns dez metros, conversando com uma enfermeira.
— Doutor, ele acordou, o Angelo acordou.
O médico correu junto comigo até o quarto.
Ao chegar lá, o Angelo falou que precisava de água.
Eu olhei para o médico, que assentiu, enquanto monitorava os sinais vitais dele.
Peguei a água, levantei a cabeça dele e dei o líquido, fazendo-o beber com a ajuda de um canudo.
— Obrigado, moça — o Angelo falou e no mesmo instante os olhares do médico e do Marco se voltaram para mim.
— Angelo, você se lembra dessas pessoas? — o médico perguntou.
— Esse é o Marco — ele respondeu. — Eu deveria saber quem é ela?