CAPÍTULO 14

984 Words
Não demora muito para que Talinara volte, ela não traz o semblante alegre, mas não comenta nada. “Vamos?” ela chama, percebo que segura as lágrimas. Saímos no corredor e encontro outra mulher, ela tinha cabelos curtos e pretos, cortados em chanel, sua pele não era um branco saudável, ela parecia uma pessoa doente. “Veja só” disse se aproximando de nós”, ele encontrou uma ninfeta, tão linda, cheia de vida, que me dá inveja”, ela passa a mão no meu rosto, tem um olhar doente, que me deixa triste, sorri, seus dentes são escuros. Ela é magra e usa um vestido azul-escuro, tudo nela gera, tristeza, “Você é muito jovem, por que escolheu essa vida?”. “Não escolhi” respondo comovida com o aspecto dela “Fui comprada sem minha concepção”. “Não veio porque quis, que coisa interessante, o que diz de sua condição?” ela se aproxima para perguntar. “Não tive opção, mas não era com essa vida que sonhava”. O silêncio tomava o lugar, porque queria observar as coisas com calma, observo se tem outra saída para o andar de baixo além da escada principal. A casa era imensa, mas não tinha pessoas para a encher, descemos a escada principal juntas, a moça não tinha uma escrava. Seguimos para a esquerda onde tinha uma enorme mesa de madeira servida com o café da manhã, fico de boca aberta com a fartura. A mesa do café é uma verdadeira festa para os sentidos. É uma grande peça de madeira maciça, lustrosa e bem cuidada, que ocupa boa parte do espaço na sala. Sobre ela, há uma variedade de pratos, bandejas e travessas que exibem uma seleção tentadora de alimentos. No centro da mesa, destaca-se uma jarra de suco de laranja fresco, com fatias da fruta decorando a borda. Ao redor dela, estão dispostos pratos de frutas cortadas em pedaços pequenos e coloridos, como morangos vermelhos e maduros, pedaços suculentos de melão amarelo e melancia vibrante, além de uvas frescas. Ao lado das frutas, há uma seleção de pães e croissants recém-saídos do forno, exalando um aroma irresistível de massa assada. Alguns estão dispostos em cestas de vime, enquanto outros são servidos em pratos de porcelana branca. Em uma bandeja próxima, estão arranjadas algumas opções de queijos, que variam de suaves a intensos, acompanhados por pequenas porções de geleias caseiras. Há também uma variedade de cereais em potes de vidro transparente, permitindo que se veja claramente os diferentes tipos e cores. Próximo a eles, estão dispostos recipientes com iogurte natural e uma seleção de castanhas e frutas secas. A mesa é completa com uma série de opções de bebidas quentes, incluindo café fresco e chá de diferentes sabores, servidos em elegantes bules de porcelana. Fico impressionada, mas espero Talinara me orientar antes de sentar, apenas quando puxa minha cadeira, me dou o luxo de sentar, me mantendo ao lado da mulher que transbordava dor. Nós não estamos sozinhas, Aline está ao lado direito da cadeira principal e nos encara. A encaro, por um momento, entendo que se a provocasse, o lorde se livrará de mim. “Nossa Aline o lorde está de bom humor hoje, faz tempo que não vejo um banquete assim, acho que quer impressionar alguém”. Ela me olha, e sorriu fingindo que não entendi, enquanto passo a me servir. “Não fale besteiras” Aline responde, depois olha para Talinara, que imediatamente vai em sua direção, para a servir, esbarrando na escrava que estava atrás dela. Olho para Talinara e percebo que está com medo, olho o lorde que se aproxima, mas meu foco está na forma arrogante que minha amiga está sendo tratada, respiro fundo e antes que o lorde se senta digo em alta voz. “Talinara” chamo com autoridade “Estou sobre seus cuidados e você sobre os meus, não te liberei, venha aqui por favor” tento ser o mais ríspida possível, me inspiro no tratamento que recebia de Bia, para mostrar para Aline que tenho autoridade. Todos ficam paralisados olhando para mim, me dou conta de que dei um passo muito maior do que minha perna, mas que não posso voltar, porque se o fizer, quem sofrerá será Talinara. Ela para me encarando, seu rosto começa a ficar pálido, percebo que está apavorada, sem saber o que deve fazer, Aline também á encara esperando ansiosa pelo próximo passo, uma tensão se cria no ar, e a moça que anteriormente parecia muito doente, agora sorri achando engraçado a situação que se passa diante dos teus olhos. O Lorde que se aproxima também encara Talinara, para saber o que iria fazer, ele se aproxima da mesa e senta ao lado de Aline, olha para a jovem empregada e diz: “Ouça sua ama menina, Aline peça para que a escrava responsável por você te auxilie, essa jovem é responsável pela Ava, e ela só vai sair mediante uma ordem minha. Talinara se movo com rapidez e vem ficar atrás de mim, a outra moça se diverte com a situação e o lorde me encara a todo instante, às vezes disfarçando, outras não. A hora do café parece que não termina, estou agoniada e não aguento mais esse ambiente de pressão, peço licença e delicadamente vou me levantar, a atenção de todos está novamente sobre mim. “Sente-se” ordenou o Lorde com uma voz grave “ouviu o que o médico disse, precisa comer, não se levante antes de o fazer. Sinto quando os meus olhos azuis esbugalham sozinhos, sou pega desprevenida, prefiro obedecer à ordem, já que ele havia defendido a mim e a minha amiga de Aline, estou novamente tremendo, o que esse homem quer comigo? Ele não precisa me tratar bem, então por que o faz? o momento é tenso, mas percebo algo que me favorecerá.
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