Uma conversa com o Rei

4220 Words
O palácio se encontrava um tanto bagunçado, estava tendo reformas no local para que se expandisse o Rei queria criar dentro de seu próprio lar um ambiente onde todos seus criados pudessem morar, assim muitos poderiam se mudar e viver por lá, afinal a viagem de volta para a cidade era muito perigosa as vezes.   O Rei possuía empregados fiéis que trabalhavam consigo há mais de 10 anos, então confiava plenamente em seus serviçais até mesmo os soldados ganhariam um alojamento dentro do palácio. Então o local estava cheio de pessoas trabalhando na reforma.   Tinha pegado a ideia do seu mais novo lorde, Ayers via a maneira que ele cuidava das criadas, todos moravam consigo no palácio e durante um ano nunca teve sequer um incidente. Isso que a grande maioria era pessoas que ele conhecerá à pouquíssimo tempo.   Se aquele lorde-general, um homem de nome e de extrema inteligência fazia isso, por qual motivo ele também não o faria?! Se sentiria até mais seguro tendo todos seus soldados de confiança próximo de si, assim nunca estaria correndo perigo de nada. Claro que ele precisava se certificar, e muito, para que nada desse errado e ninguém entrasse ali aproveitando a bagunça.   Estava um tanto preocupado, já que um lorde de muito longe estava vindo fazer uma visita para conversar sobre a exportação de vinho. O problema era que o assunto era um tanto longo e não possuía lugar para abrigar o lorde e seus soldados e não o mandaria para a cidade, já que ela estava cheia devido ao festival anual de comidas típicas do país coisa que ele adorava, sempre ia ao festival, só que devido as obras precisou ficar no castelo.   Mas seus soldados lhe traziam algumas guloseimas para que ele de alguma forma pudesse aproveitar um pouco o festival. Nenhum de seus súditos ficou triste pela falta de sua presença, afinal, sabiam que no momento ele estava ocupado com as obras do palácio.     Thomas Lee era um Rei sábio, beirando aos 50 anos, ele era um homem de cabelos loiros ─ um tanto gasto pela idade ─ e de olhos castanhos bem claro;  possuía um físico mais magro por conta de sua ferida que recebeu na guerra que quase o levou à morte. Se não fosse a mudança drástica no poder militar, talvez ele não tivesse ali para contar história.   Guerra era algo que Lee detestava, com todas as suas forças, entretanto ele fora forçado a entrar em uma que durou anos, inúmeras pessoas morreram e sofreram no processo e depois de muito trabalho duro ─ graças a Ethan ─ conseguiram finalizá-la. Só que com essa vitória também trouxera inúmeros locais que tinham sido completamente devastados.   Eram tempos que ele não gostava de se lembrar. Também possuía seu próprio harém, já que sua esposa havia morrido e ele já não via mais necessidade de procurar outra mulher, se já possuía herdeiros. Possuía um casal de filhos que amava muito e tinha orgulho de dizer que os tinha ensinado tudo.   Eram seu orgulho e seu maior tesouro, já que assim como ele também não possuem preconceito. Thomas acreditava fortemente que não se podia julgar uma pessoa por sua aparência ou sua sexualidade, que cada um tinha seu próprio valor e princípio por isso tinha se tornado um Rei tão querido, aceitava as diferenças de todos como jamais nenhum outro tinha feito.   Ainda mais com Ayers, quando ele e os demais superiores do setor militar haviam descoberto sobre a preferência s****l do rapaz, ficaram bem surpresos. Só que Thomas não se importou, pois contanto que o garoto continuasse evoluindo e sempre ajudando na guerra estava mais que satisfeito só que nem todos aceitaram muito bem, então ele praticamente precisou mudar todo o pessoal que possuía em seu comando.   Não foi um momento fácil já que seus conselheiros o acharam doido de fazer todas aquelas mudanças, por um simples homem, mas fora aquele mesmo homem que havia ganhado a guerra e salvado milhões de escravos durante a guerra. Não se arrependia de nada que fizera, se sentia orgulhoso de ter feito o que fez e mostrava para os filhos como uma forma de aprendizado.     Só que infelizmente, seus conselheiros se recusavam a deixar vazar aquela informação, como poderiam deixar que livros e documentos informassem aquilo? Então ninguém sabia ao certo sobre a sexualidade de Ethan, o harém que o mesmo possuía de homens era pouquíssimo citado ─ havia rumores ─ nenhuma pessoa sabia ao certo se aquilo era a verdade ou não. A grande maioria pensava que pessoas de má fé inventavam essas coisas para o rapaz, pois jamais aceitariam aquilo.   Todos tinham uma noção que ele tinha muitas mulheres em seu comando, então muitos falavam que aquelas mulheres eram de seu harém e os pouquíssimos homens que lá viviam eram de sua guarda pessoal de extrema confiança. Só que era completamente ao contrário.   Lee não sabia o motivo daquilo, era só dizer a verdade e pronto, qual era o problema de o rapaz aproveitar a vida do jeito que quisesse? Já havia feito muito por aquele país, tudo o que ele menos precisava no momento era de pessoas interferindo em sua vida.   Sabia do temperamento dos maridos que ele possuía, era um tanto arriscado mandar o lorde que estava vindo para o palácio de Ayers, mas não conhecia ninguém que pudesse confiar ─ de olhos fechados ─ que cuidasse e protegesse aquele lorde, como Ethan o faria.   Era inevitável que alguém não tentasse atrapalhar suas negociações, afinal fechar negócio com outro lorde que lidava com vinhos, tendo tantos outros em seu reino que faziam a mesma coisa, era um tanto obvio que alguém ia fazer algo para atrapalhar. Só que tinha escutado coisas ótimas do vinho daquele homem que precisava prová-lo ele mesmo para ter certeza, antes de fechar qualquer negócio.   Então mandou uma mensagem para Ayers explicando a situação e perguntando se seu convidado poderia ficar alguns dias em seu palácio, assim ninguém tentaria fazer nada pois saberiam que ele estava sob os cuidados de um herói de guerra, espantaria qualquer outro lorde ou mercador.   Quando mandou a mensagem utilizando seu corvo, recebeu o anúncio que o lorde, Brian Smith, havia finalmente chegado só esperava que até sua conversa terminar o corvo voltasse com a resposta, claro, com boas notícias caso ao contrário ele teria um grande trabalho em encontrar alguém que protegesse aquele homem.   Tinha ordenado para que arrumassem uma sala para receber o lorde, para que tivesse uma conversa mais relaxante e um pouco longe de todo aquele barulho de obra. Quando entrou na sala acompanhado de sua guarda pessoal, viu o mesmo já sentado em uma das almofadas bebendo um chá, que provavelmente alguma criada havia levado para ele, em frente à uma pequena mesa de madeira.   O lorde possuía um cabelo incomum, era branco e vermelho, separados igualmente de um jeito bem calculista, olhos heterocromáticos, castanho e azul, sendo o azul acompanhado por uma grande queimadura que pegava boa parte de seu rosto branco; usava um quimono preto simples, com detalhes em vermelho, uma roupa leve para uma viagem tão longa, percebeu que atrás do mesmo havia dois guardas que não notou muito a aparência.   — Vossa majestade, é uma honra conhecê-lo ─ fazendo uma leve reverência. — Fico muito grato por ter me chamado aqui para que pudéssemos discutir o assunto do vinho, eu trouxe meu melhor barril para que pudesse provar —mostrou próximo a si um barril de porte médio.   — Oh! Fico grato por isso, é um prazer conhecê-lo, lorde Smith! —  abrindo um sorriso gentil nos lábios, se aproximando e se sentando em sua frente já que o garoto voltou a sentar depois de ter feito a reverencia. — Agora vamos conversar melhor sobre essa negociação, enquanto provamos um bom vinho, sim?   Os dois conversaram por algumas horas o vinho do rapaz era algo que o Rei jamais havia provado, era simplesmente divino, ganharia muito dinheiro caso investisse no mesmo. Teria que proporcionar um novo terreno para que tivesse um maior cultivo e até mesmo mão de obra qualificada para que fabricasse o vinho, eram tantas questões a serem resolvidas.   Um de seus criados havia ido informar que o corvo havia retornado, o Rei ficara deverás ansioso pela resposta coisa que fora muito percebida pelos convidados que estranharam todo aquela ansiedade e nervosismo. Ele abriu o papel rapidamente para que lesse o conteúdo.   — Oh, graças à Deus, ele aceitou. — soltando um suspiro agora as coisas estavam seguindo conforme o planejado.   — Me desculpe a intromissão, mas por qual motivo tanto nervosismo? — perguntou sem se importar se era algo pessoal ou não, era um rapaz deveras curioso então acabou não segurando a língua, podia acabar recendo uma resposta grosseira ou fria por estar invadindo sua privacidade. Só que notou que o Rei pareceu não se importar muito com a pergunta e ficou surpreso com aquilo.   — Ah, sim, eu havia perguntado se lorde Ayers poderia lhe receber em seu palácio o meu, como pôde ver, está sem condições de receber qualquer convidado. Espero que não fique incomodado de passar alguns dias por lá a viagem até seu palácio é deveras rápida, então não terá problemas para continuarmos negociando. — animado com um grande sorriso no rosto. Acabou ficando confuso ao notar a expressão surpresa e chocada que o homem a sua frente tinha, até mesmo seus homens estavam no mesmo estado.   — Espere… Ayers, o herói de guerra? — perguntou pasmo vendo o Rei concordar.   Lee sabia que o rapaz era conhecido e adorado por muitos, querendo ou não, muitos soldados entravam no exército sonhando em crescer tanto quanto o herói havia crescido. Afinal, até hoje na história nenhum homem tinha conseguido o posto mais alto ─ na área militar ─ como ele havia conseguido, sem contar que agora Ethan praticamente era o braço direito do Rei era responsável pelo exército principal.   Ver a expressão que continha certa animação e fascínio só fazia com que Thomas tivesse certeza de que aquele jovem lorde ─ já que o mesmo só possuía 25 anos ─ era um tanto admirador dos feitos de seu braço direito. Quem não ficaria surpreso com todos os feitos que ele havia feito durante os anos que serviu aquele país? Só que temia que o rapaz ficasse decepcionado ao saber a verdade. Ainda era certo tabu assumir sua sexualidade no país, se fosse revelado e dito com todas as letras que Ethan era gay as coisas poderiam ser diferentes, mas os homens que estavam em seu conselho não achavam algo aconselhável pois pensavam que isso poderia manchar a reputação e a imagem do exército do país.   Thomas não achava que revelar esse tipo de coisa poderia piorar as coisas, achava que podia ser um tipo de luz para as pessoas oprimidas que escondem sua sexualidade com medo de serem julgadas e caçadas. Então mesmo sabendo dos boatos não tinham certeza se de fato ele realmente era, apenas os moradores das terras do lorde-general tinham a certeza de que ele era gay, mas mesmo falando para os visitantes ninguém acreditava.   — Devo lhe dizer algo antes, acho que ficou sabendo dos rumores sobre lorde Ayers.   — Que ele possui um harém gigantesco? — perguntou curioso. — Ouvi dizer que há mais de 200 mulheres sob seu comando.   — De fato atualmente são 500 mulheres trabalhando para ele — vendo o olhar chocado do outro ao saber da nova informação. — 450 são de sua cavaleira pessoal, as outras 50 trabalhavam na casa.   — De fato, um número surpreendente —estava pasmo com tudo aquilo.   — Bem, devo alerta-lo que não deve de forma alguma mexer com aquelas mulheres, até acho bom avisar seus soldados, digamos que elas são um tanto temperamentais hehehe ─  dando uma risada, pois já havia presenciado como elas lidavam com aqueles que não a respeitavam.   — Devo imaginar, afina, elas fazem parte do harém dele.  Lee não sabia se ria ao escutar aquilo.    — Nunca pensei que um homem poderia ter tantas mulheres à sua disposição.   — Bem… temos um equívoco essa informação está incorreta —  deu uma risada nasal, com aquilo, precisava descobrir novos rumores para que pudesse contar mais tarde ao amigo. — Se não me falhe a memória, Ayers possuí 6 em seu harém…   — Ainda sim, é um número grande — ainda sem diminuir sua admiração.   — … De homens. — completou, vendo Brian piscar algumas vezes seus olhos, assim como os dois soldados que o acompanhavam que ficarem tão chocado quanto ele.  O Rei gostaria muito de rir diante da situação, mas seria inconveniente.   — Desculpe, homens?! Ele possuiu um harém de homens?! — perguntou ainda com o semblante chocado e um tanto surpreso com a novidade. — Mas…   — Espero que isso não lhe incomode, ficaria deverás chateado caso fosse preconceituoso — vendo o outro negar com as mãos um tanto trêmulo devido ao olhar sério que havia lançado sobre ele. — Ayers sempre foi homossexual, entretanto por algum motivo... espalham rumores que o mesmo não é. Tento sempre contar a verdade a todos, só que, pouquíssimos creem em minhas palavras... nunca vou compreender.   — Não… de forma alguma, problema nenhum, só que … bem… é… como… eu posso dizer… — falou um tanto sem jeito.   — Acha que ele vai dar em cima de você?! HAHAHAHA — perguntou rindo, não conseguiu controlar a risada escutando aquelas palavras do mais novo. Chegava a ser cômico. — Primeiro teria que passar pelos maridos, do jeito que são ciumentos... se conseguir passar pelo portão principal já será um feito e tanto! Não se preocupe, Ethan não é do tipo que dá em cima de qualquer homem que conhece. — vendo como o lorde havia ficado um tanto sem graça com aquilo.   —Senhor, uma Valkyria se encontra para conduzir lorde Smith para o palácio do general, Ayers — um criado anunciou, preferia chama-lo de general à lorde, já que achava mais significado do que um relés título de nobreza ─ o Rei  sempre ficava revezando em como chamar o amigo. ─ como seu senhor nunca o arrumou então não via motivos para chamá-lo de lorde.   — Valkyria? — Brian perguntou confuso.   — Ah, sim. Como sabe, a cavalaria é composta apenas de mulheres, por isso tantas em seu comando... é um homem de sorte eu nunca vi uma vir pessoalmente para  escoltar alguém—com um sorriso gentil logo se levantado e sendo seguido pelo lorde. — Espero que faça uma boa viagem e que assim que puder, me visite para continuarmos as negociações, mande lembranças à Ethan por mim.   Smith  se despediu e seguiu o criado que o conduziu para a direção onde a Valkyria esperava, mas tinha que dizer antes aos seus homens o que não fazer tudo o que menos queria era arrumar confusão o Rei tinha sido gentil em lhe dizer para avisa-los e conhecendo seus homens certamente eles poderiam cometer algum delito. Tinha uma leve impressão de que a grande maioria ficaria desapontada ou até mesmo com certo nojo, só esperava que nenhum deles cometesse algum m*l na residência do general. Então disse ao criado que primeiro buscaria seus homens ─ já que ele iria chamá-lo depois para o local ─ queria conversar antes com eles e não na frente da Valkyria.   Assim que chegou no local onde todos se encontravam ─ próximo aos cavalos no estábulo ─ contou sobre as mulheres e da sexualidade do general e como havia pensado a grande maioria ficara completamente desacreditada. Muitos ali haviam entrado para o exército ─ como como guardas pessoais ─ para se tornarem alguém como, Ayers já que ele era um ícone e um exemplo a ser seguido.   Saber que o rapaz era gay fez com que muitos ficassem sem chão, não podia culpá-los pois ele mesmo tinha ficado chocado com a verdade. Não podia mudar a cabeça de todos ali só esperava que o respeitassem como ele respeitava a escolha do general, não julgaria, se o próprio Rei não julgava por qual motivo ele não faria o mesmo? Gostava muito do jeito que o homem lidava com as coisas e como comandava o país, era um homem de muito respeito.   Era um tanto triste ver as expressões nos rostos de seus homens com a notícia, completamente insatisfeitos e irritados estava pasmo de como a sexualidade de alguém poderia mudar tanto a imagem de uma pessoa. Devia ser por isso que os conselheiros do Rei ou até mesmo os historiadores quiseram omitir aquilo. Ayers era conhecido como herói de guerra e ninguém queria que isso vazasse na história do país.   Talvez estivessem preocupados com a imagem negativa que ele ganharia por sua sexualidade, fazendo com que todos seus feitos fossem ignorados e descartados por conta disso. Só que Smith não julgaria até conhecê-lo, assim teria suas próprias conclusões.   Arrumaram todas as coisas prenderam os cavalos na carroça, onde possuía baús contendo roupas de todos ali presentes, já que ficariam um tempo por aquelas bandas então precisavam andar com mudas de roupa para caso precisassem dormir em algum lugar ─ ele tinha trazido apenas um barril de vinho, se soubesse que ia para o palácio de um herói de guerra teria trazido mais ─ . Montaram em seus cavalos e foram até onde estava localizado a tal mulher, que seria a guia.   No portão sul do palácio se encontrava uma cavaleira, que os aguardava um tanto impaciente já pela demora a mesma estava montada em um belíssimo corcel n***o, onde até mesmo a crina era tão n***a quanto sua pelagem e seus olhos. Era um corcel selvagem, um tanto raro de se dominar por aquelas bandas.   Não usava nenhum tipo de sela ou algo que ajudasse a cavaleira se manter sentada confortavelmente no cavalo, até mesmo a rédea não era como o habitual ─ onde se colocava dentro da boca do animal e dos dois lados de seu rosto ─ era uma corda simples de cor vermelha amarrada na parte do focinho e sendo segurado pela mulher com uma das mãos.   A cavaleira usava uma armadura completamente diferente do que estavam acostumados, ela era um tanto brilhante na cor prateada e os detalhes em ouro a deixando um tanto mais bela e feminina, possuía detalhes de asa nas costas e na parte da panturrilha. O corpo todo era coberto pela armadura, não deixando um espaço que pudesse revelar o corpo da mulher.   Utilizava um elmo belíssimo prateado com um detalhe em dourado, nas laterais, onde saia uma asa de cada lado. O elmo era fechado fazendo com que ele quase escondesse os belos olhos pretos o elmo tinha duas pontas próxima ao queixo, mostrando o quanto ele era fino. Ela tinha cabelo curto e castanho que quase eram escondidos pelo elmo. E tinha belos olhos cor de mel.   Pela falta da sela a armadura era feita de um material diferente, era completamente modificada para que suportasse o desconforto de montar em um cavalo sem qualquer tipo de material embaixo de si, assim o cavalo se sentia bem mais solto e livre.   Em seus anos de guerra, Ayers havia percebido que cavalos ─ ainda mais os selvagens ─ corriam bem mais não utilizando uma sela do que usando uma. Então ele mesmo bolou uma armadura especial que pudesse ser confortável não só para lutar, mas também para montar em um cavalo, fazendo com que houvesse mais de uma camada de couro em certas regiões.   — Vamos depressa, não tenho tempo para ficar gastando como guia turística — disse raivosa começando a cavalgar sendo seguida pelos homens e a carroça que carregava os baús com seus pertences. Os homens acompanharam a cavaleira, cochichando entre si sobre ela, que fazia questão de andar mais à frente com uma distância considerável.   Smith preferia não comentar nada, o Rei havia informado para tomar cuidado com as mulheres que serviam o general, então tomaria. Esperava e muito que depois de alertar seus homens eles não tentassem nenhuma gracinha. Seriam convidados no palácio de um herói de guerra, tudo o que menos queria era algum deles arrumando confusão e sujando seu nome. Só que no fundo, tinha uma leve impressão que tudo acabaria dando errado e sobraria para si.   Depois de um tempo, na qual, a mulher já estava bem mais distante dos homens, perceberam que ela havia parado acharam que ela havia parado por causa deles. Quando se aproximaram perceberam que havia uma senhora de idade conversando com a mulher que possuía um sorriso nos lábios. O motivo da pausa havia sido para conversar com aquela senhora e não pela demora dos rapazes.   — Oh, senhora Shika, não acredito que fez realmente os bolinhos de chuva. — disse com um tom alegre, vendo a trouxinha que a grisalha carregava. ─ E não está tarde para ir por essas bandas? Ainda mais sozinha?   — Eu estou esticando as pernas, quero perder alguns quilos ─abrindo um sorriso. — Mas é claro que eu fiz, sabe como gosto de vê-lo feliz comendo esses bolinhos. Ah, se eu fosse mais jovem…   — Certamente, meu senhor, se casaria com a senhora apenas pelos bolinhos! — pegando a trouxinha contendo os bolinhos. — Eles ainda estão na cidade?   — Estão sim — notando então os rapazes fazendo com que ela abrisse um sorriso de lado. — Eles não vão gostar nada disso, sabe como são, um tanto…   — Possesivos, ciumentos e com uma vontade enorme de matar qualquer homem que se aproxime a 1 metrô de meu senhor? — completou vendo a grisalha rir com aquilo. — Tente de alguma maneira, manter aquelas pragas na cidade, são os piores do grupo. Seria de grande ajuda.   — Pode deixar, minha jovem, só que com essas pernas não sei se chegarei há tempo para avisá-los — escutando a outra fazer um barulho com a boca indicando que estava irritada, afinal elas estavam indo para caminhos diferente, a cidade e o palácio não ficavam na mesma direção. E com isso não poderia levá-la mais rápido ao local.   O palácio ficava num lugar íngreme, o local mais inclinado das terras do general. Gostava da área, já que, com isso suas arqueiras tinham uma ótima visão para atirar sem muita dificuldade, fazendo os invasores terem mais dificuldade para que pudessem se aproximar do palacio.   As plantações ficavam um pouco afastada da cidade a mesma só possuía casas e o comercio local achavam melhor separar as terras para que não acontecesse nada de r**m. Assim os moradores tinham que andar um pouco até chegar ao local de trabalho e cuidar da terra ─ ninguém ligava ─ provavelmente Shika tinha saído do plantio para voltar à cidade, já que o marido dela trabalha lá, claro que não era algo pesado como os jovens só que ele gostava de ajudar e ela sempre levava um lanche para seu amado marido.   Eles andaram mais um pouco e finalmente eles tinham chegado aos enormes portões do grande palácio, de fato, era algo que jamais tinham visto. Havia uma construção sobre o portão onde se localizava uma quantidade generosa de arqueiras pela passarela havia algumas tendo lanças em suas mãos, olhando para os visitantes ou até mesmo olhando para o horizonte com um binóculo grande que ali havia.   O portão fez um barulho e começou a ser aberto lentamente, era possível abrir mais rápido só que as mulheres estavam fazendo isso de propósito quando ele se abriu por completo, era possível notar o belo jardim onde algumas mulheres usavam apenas usando vestidos simples pois sempre acabavam se sujando ao cuidar do local, todas tinham um sorriso gentil no rosto ─ nenhuma delas tinha notado o grupo de rapazes ─. Havia os mais variados tipos de árvores que deixavam o local mais colorido e belo.   Entre o jardim havia um caminho de pedras, largo o suficiente para que qualquer carruagem passasse sem que estragasse o ambiente. Continuaram andando sendo guiados pela mulher que cumprimentava as outras colegas, que simplesmente ignoravam a existência dos homens que acompanhavam a amiga.   Depois de saírem do jardim da frente chegaram ao pátio do castelo, onde havia algumas partes com grama e árvores. Era possível ver a entrada do palácio vendo as grandes colunas que ele possuía cheia de detalhes feito à mão. Ayers tinha planejado aquele lugar nos mínimos detalhes para que até mesmo as colunas tivessem um toque mais bonito.   A entrada era bem aberta e ampla, tendo apenas um degrau baixo para subir na passarela que possuía um formato em U dando a volta por todo o pátio que havia uma baixa mureta. Era possível ver mulheres com vestimentas simples ou até mesmo com armadura andando pelo pátio conversando.   Sentado na mureta de um jeito relaxado, estava um homem robusto usando um quimono completamente preto que dava certo destaque em sua pele branca. Seus músculos poderiam ser vistos, o quimono estava com as mangas puxadas, seu peitoral tinha boa parte a avista de todos.   Ayers ainda era um belo homem mesmo com a idade que possuía, a guerra não o tinha tirado seus belos traços um tanto delicados o que era contraditório pois seus músculos o deixavam um tanto intimidador. O tempo havia lhe deixado mais bonito e maduro.   — Bem-vindos, à minha casa! — abrindo um sorriso de lado.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD