Laura não sabia o que a esperava na morada escrita no pequeno pedaço de papel. Mas de uma coisa tinha certeza ... a sua vida nunca mais seria a mesma a partir daquele momento.
Depois de 10 minutos de caminho, encontrou uma grande praça cheia de árvores e uma fonte, onde várias pessoas andavam e outras apenas estavam sentadas nos bancos a apreciar aquele momento.
Laura estacionou o carro e procurou pela casa que tanto ansiava encontrar.
Foi quando os olhos bateram com uma senhora de provavelmente uns 50 e poucos anos e algo lhe disse que aquela era a amiga de Ana. Caminhou até ela e cumprimentou-a.
- Boa tarde, chamo-me Laura e procuro esta morada - disse mostrando o papel
- Boa tarde Laura, sou a Lúcia, Ana disse que virias - Lúcia sorriu - Vamos, a casa é já aquela ali - apontou
Laura seguiu-a e o nervosismo aumentou. Por alguma razão ela sentia que ali era o lugar dela e a cada passo que dava em direção à sua nova vida, mais certezas tinha.
Subiram até ao primeiro andar e assim que Lúcia destrancou a porta, Laura ficou encantada.
A sala era enorme só para ela, mas ao mesmo tempo era super aconchegante, tinha uma janela enorme do teto até ao chão que dava para ver o mar bem lá ao fundo. Logo junto à sala estava a cozinha num tom de verde água maravilhoso, e as portas ao lado eram um quarto e uma casa de banho.
Tudo era moderno e aconchegante ao mesmo tempo, e nunca na vida ela pensou em se sentir tão bem numa casa. Mas ali sentia-se como se sempre tivesse pertencido ali. Algo a abraçava e a fazia sentir bem.
Depois de alguns minutos e de acertarem todos os pormenores, Lúcia entregou-lhe as chaves e com um sorriso carinhoso deixou-a a desfrutar da casa.
Laura respirou fundo e olhou em volta pronta para a nova jornada. Apertou as chaves na sua mão e desceu até ao carro para começar a carregar as suas coisas.
Depois de mais de meia hora tinha tudo dentro de casa e o alivio tomou conta dela. Agora só precisava de sair para procurar algum mercadinho para comprar algo para o seu jantar e pequeno almoço. Amanhã quem sabe, depois de tudo arrumado logo sairia novamente para fazer compras maiores.
Dia Seguinte
Eram 6 horas da manhã quando Laura se levantou da cama. Foi até à cozinha, fez o seu café e perdeu-se no meio das caixas para arrumar. Tinha pouca coisa, mas mesmo assim iria perder algumas horinhas para organizar tudo
Quase perto do almoço tinha tudo no devido lugar e decidiu que era a altura ideal para fazer a visita que tinha prometido a Ana. Desceu, pegou no carro e seguiu em direção à loja de Ana. Um sorriso caloroso se formou nos lábios das duas quando se encontraram, e depois de um pouco de conversa, Ana convidou-a para ir almoçar a um restaurante italiano que havia ali perto.
Fizeram os pedidos e enquanto esperavam, Ana contou-lhe várias coisas sobre a história da cidade, várias curiosidades sobre os locais e um pouco da sua vida. O almoço finalmente chegou e Laura só tinha uma coisa a dizer " QUE COISA MARAVILHOSA ! ". Ela tinha a certeza que nunca tinha comido algo tão delicioso na sua vida e sem dúvida que viria ali mais vezes.
- Se quiseres posso te mostrar alguns do lugares que falámos - Ana sugere assim que saem do restaurante
- Ia adorar! Eu estava a pensar explorar mas não sabia bem por onde começar - Laura fica entusiasmada
- Então vamos lá, vou te mostrar alguns dos pontos mais interessantes por aqui
As duas começaram a caminhar pela rua principal e à medida que passavam por algumas pessoas, Laura se deu conta que Ana realmente era uma pessoa muito querida por ali, pois todos paravam para a cumprimentar.
O primeiro lugar que visitaram foi o Museu do Mar, uma construção antiga de pedras, onde as heras cobriam parte das paredes. Lá dentro haviam vários artefactos históricos sobre pesca e de navegação, lembrando a importância do mar para a cidade desde os tempos antigos.
- Este museu é quase um reflexo da nossa cidade - disse Ana apontando para uma maquete de um barco antigo - Aqui, sempre foi a conexão com o mar que nos definiu.
Depois, seguiram pelas ruas onde as casinhas coloridas davam vida ao cenário. Ana foi contando algumas histórias das pessoas mais antigas que moravam naquelas casas e seguiram pela Praça da Liberdade, um espaço rodeado de árvores e bancos de madeira, onde alguns dos moradores se reuniam para conversar e descansar.
Ali, Ana contou sobre o Festival da Lua Cheia, uma celebração anual que acontecia naquela praça, com música, danças e comida típica.
Visitaram mais alguns pontos e depois da visita guiada, Ana a levou a um café com um toque moderno mas bastante acolhedor, com uma grande janela de vidro que dava para a rua.
-Aqui é o lugar perfeito para fazer uma pausa na correria do dia. A especialidade são os bolos caseiros e o café local - Ana explica enquanto se sentam depois de fazer os pedidos
Enquanto saboreavam o bolo, Ana foi contando mais sobre a cidade. E sobre como mesmo depois de tantos anos, ainda havia alguns jovens que seguiam as pisadas dos mais antigos e se aventuravam no mar para pescar ou para navegar.
Laura ficou bastante curiosa sobre o assunto e decidiu que amanhã sairia cedo com a sua máquina fotográfica para tentar capturar algum desses marinheiros a embarcar e a aventurar-se ao mar.
Assim que contou a Ana sobre o seu plano para o dia seguinte, a mesma começou a explicar-lhe qual o melhor caminho para chegar à praia e até lhe explicou onde ficava o miradouro da cidade. Onde ela tanto poderia tirar várias fotos da cidade como do mar.
Laura estava radiante e depois de um dia tão agitado, decidiu voltar para casa exausta mas feliz.