Capitulo 1
Laura vive na grande cidade desde que nasceu, nunca conheceu o seu pai e a sua mãe partiu quando Laura entrou na faculdade. Sem familia próxima e apenas com alguns conhecidos, sente-se sozinha e presa na rotina que é sempre a mesma.
Todos os dias corre a cidade à procura de momentos interessantes para capturar fotografias, mas a cidade já se tornou monótona para ela, e por esse motivo não consegue encontrar nada de especial para fotografar. Não sabe se são as más lembranças que tem da cidade, se é a falta de alguém para compartilhar os momentos ou se é apenas ela que não consegue ver as coisas boas que a cidade tem para oferecer.
O que sabe, é que o desejo de sair desta rotina é enorme e por isso há meses que procura um novo destino para passar uma temporada ou quem sabe até se estabelecer noutra cidade.
Numa tarde de chuva enquanto mais uma vez estava sentada no sofá a pesquisar por um novo destino, uma foto de uma cidade perto da costa chama à atenção. Definitivamente não era uma cidade grande como a que estava habituada, mas talvez por isso tivesse prendido tanto o seu interesse.
Nas fotos mostrava os locais de interesse, vários parques, casas coloridas, muita gente jovem, mas o que mais a prendeu foi a praia. A praia era enorme, com um mar quase transparente e a areia branquinha, coisa que ela achava que só se via nos filmes.
Tudo aquilo a interessou tanto que ela passou a tarde a ver fotos, vídeos e vários comentários sobre a cidade. Sem se dar conta, começou a organizar tudo mentalmente do que fazia falta para partir rumo à cidade.
Uma semana depois
Uma semana se passou e nesse pouco tempo Laura já tinha tudo empacotado e organizado para partir. Colocou tudo no seu carro, despediu-se daquela que fora a sua casa durante tantos anos e depois de respirar fundo, foi direto à senhoria da casa para entregar a chave.
Despediu-se daquela senhora que mesmo não tendo uma ligação muito forte, a ajudou em momentos menos bons, e Laura sentia-se muito agradecida a ela por isso.
Partiu na sua viagem, e apesar do medo do desconhecido, sentia-se confiante e na esperança de que desta vez encontrasse o seu lar. A viagem seria longa, mas nada a iria deter.
À medida que se afastava da sua cidade natal, o ar até parecia ficar mais leve, as suas costas começaram a perder a tensão e ela começou a sentir-se mais animada.
Quanto mais se afastava da cidade, mais a paisagem começava a ficar verde, com algumas flores pelo meio, e até o céu parecia mais azul.
E depois de quase 4 horas de viagem encontrou as boas-vindas da placa que tanto ansiava.
Assim que entrou na cidade sentiu-se extasiada. Era muito melhor do que as fotos que tinha visto. A cidade em que vivia era cinzenta, sufocante, cheia de trânsito e pessoas m*l humoradas, tudo era igual... cada rua era igual à anterior.
Mas ali não. Ali havia muito verde, um parque cheio de flores logo à entrada, onde várias pessoas caminhavam. Várias casas de diversas cores e não tudo cinzento e monótono. Ali tudo tinha vida e ela sentiu o sorriso crescer.
Parou na pequena loja que encontrou logo na entrada e saiu do carro com todas as expetativas do mundo.
- Bom dia! - uma senhora um pouco mais velha cumprimentou-a, provavelmente a dona da loja
- Bom dia - Laura respondeu com um sorriso no rosto
Passeou brevemente pela loja e pegou algumas garrafas de água e uma sanduíche para comer. Assim que se dirigiu à caixa, a senhora esperava-a com um sorriso acolhedor.
- Nova por aqui? Ou só de passagem? - A senhora pergunta-lhe
- Na verdade acho que venho para ficar. Tenho é que encontrar uma casa para morar - Laura lembra-se.
Decidiu tão em cima da hora que viria, que esqueceu-se de tratar do mais importante. Uma casa para morar, ou um hotel para passar os primeiros dias até a encontrar.
- Acho que tenho uma amiga que a pode ajudar - a senhora responde e Laura fica empolgada - vou só fazer um telefonema e pode ser que consiga boas novidades
Laura estava radiante, nunca pensou que em tão pouco tempo as coisas ficassem fáceis para o seu lado, e muito menos pensou encontrar alguém tão amável no primeiro contacto.
Foi até à entrada da loja e observou o movimento na rua, nem podia acreditar que iria ficar ali naquele lugar que em menos de meia hora já a fazia sentir tão bem.
Não demorou muito até que a senhora se aproximasse e lhe desse a boa notícia. TINHA UMA CASA PARA MORAR! Ela m*l podia acreditar.
-É uma casa pequena, mas é o que a minha amiga pode oferecer no momento - a senhora entrega-lhe um papel com a morada
- De certeza que é ótima !! - estava radiante - Muito obrigada Sra...
- Anabela, mas podes chamar-me de Ana apenas - Ana responde-lhe carinhosa
- Muito obrigada Ana, a propósito, chamo-me Laura. Irei ver a casa e amanhã virei visitá-la, para quem sabe, bebermos um café - Laura estava eternamente agradecida
- Até amanhã então Laura - Ana despede-se e Laura sai da loja sem acreditar na sua sorte
Entra no carro com um sorriso que m*l cabe no rosto e lê o papel.
Então seria ali a sua casa? Como seria? Que vista teria?
Eram muitas perguntas que ela estava prestes a responder. Ligou o carro e marcou no gps a morada. Era quase no centro da cidade e ela só esperava se sentir conectada com a casa como nunca se sentiu no local onde morava.
Sem pensar mais, deu partida no carro e seguiu o caminho que o gps marcava.
" Que comece uma nova vida! "
Pensou Laura à medida que se perdia na rua, enquanto observava todas aquelas casas que ela achava encantadoras.