Capítulo 4

1118 Words
Rafael Escutei Melissa, dizendo que é ela... minha... Ângel... minha... Ângela. Olhei-a, não conseguindo acreditar, isso era impossível. — Que brincadeira é essa, Melissa. Eu não sei onde quer chegar com isso, mas não aguento mais!! Balançou a cabeça nervosamente. — Por favor, acredita em mim, sou eu meu amor. Tentou se aproximar, desviei-me dela indo em direção a porta. — Se não vai sair, eu saio! — Vou te provar. Viro-me para ela, vendo a aflição angustiante naquele olhar. Melissa aproximou-se tanto que cogitei que fosse me beijar. Tocou nas partes frontais da minha cabeça, usando a palma de suas mãos. Como se fosse ao seu comando na mesma hora fechei os olhos, conseguindo olhar uma imagem dentro da mente, uma que não tinha controle algum. Conseguia ver com nitidez total, como se eu estivesse lá. Eu e Ângela saindo do cinema agarradinhos, bem tarde da noite, e até o que conversarmos pelo caminho. De repente o tiro que ceifou sua vida... As suas últimas palavras... Uma dor agonizante invadiu-me novamente. E do nada a imagem foi perdendo foco. Sou puxado para trás, o corpo jogado contra a porta. Abri os olhos vendo que Melissa havia sido empurrada também, porém ela se apoiou numa cadeira. Ela sorria para mim, um sorriso tentador. Logo se endireitou chegando bem próximo, mas eu estava devastado. — Nunca pensei que poderia fazer isso, mais um dom. Ergueu as mãos para ela mesma, as olhando, admirada de si mesma. — Telepatia... — Falei tentado me recuperar. — Sim, meu amor... Não esperei Melissa falar mais nada, sai correndo dali, era demais... não podia acreditar. Uma hora depois... Estava sentado na areia da praia, olhando o mar, essa vastidão de água limpa e cristalina. Fugi de Melissa como o d***o foge da cruz. Não podia conceber e entender, não tem explicação! De repente olhei para o lado, até parecia que antes de aparecer podia sentir a sua presença. Toda linda e sensual, andando com seus delicados pés, descalços nessa areia quente e macia. Não consigo parar de adimira-la, Melissa era perfeita demais... Minha aluna... Minha perdição. Quando chegou perto, o rosto passivo parecendo uma anja, sentou do meu lado. Nos encarava-mos intensamente. — Consegue me ver Rafael!? Pegou na minha mão, levando para tocar seu rosto. Segurou minha mão com sua. Senti-la era uma sensação inestimável, não tinha preço. Fechou os olhos, sentindo meu carinho, então deixei lá. Em seguida abaixou a sua para segurar minha outra mão. — Como sonhei com seu toque... meu Rafael... hummm... Gemeu abrindo os olhos verdes, deixando-me rendido por ela. Acariciei aquele rosto de anja, toco na boca, vendo seus olhares sobre mim, luxuriosos. Ela tocou no meu rosto, senti-la tocando-me era como voltar a sonhar de novo. Olhei-a fundo dentro dos seus olhos, piscando várias vezes, podendo enfim enxergá-la, se materializando sobre a Melissa, a imagem viva e forte. Sorria. Balancei a cabeça lentamente, confirmando que ela estava mesmo aqui... somente por um segundo... Meu grande amor... — Ângela... — Sim sou eu. Em um corpo diferente, pode-se dizer evoluído, bem evoluído. — Sorri lindamente. — É, dá pra perceber. Meu olhar caiu para o seu decote. — Chama atenção por onde passa, Melissa. Gosta disso, de despertar desejos carnais nos homens!? Acusei perguntando, nutrindo ciúmes. A danada sorria mordendo o lábio inferior. — Sim, não n**o. Parei de toca-la, ela fez o mesmo. Tomo coragem me aproximando dela, parando bem diante da sua boca gostosa, apoio-me as mãos abertas na areia, sentindo a quentura da areia na minha pele. — Mas não ligo para nenhum deles, só tenho olhos pra você, meu Rafael.. Minha vida toda esperei por você. Somente o seu desejo por mim que eu quero para sempre. — Como isso aconteceu? Como conseguiu voltar? É difícil acreditar, mas cada segundo com você eu a vejo, vejo Ângela, quero te beijar, não tem ideia de como estou segurando essa vontade. Tentava conter miseravelmente a forte atração s****l que sintia por ela. — Quero que me beije! Na mesma hora pegou-me no rosto, tascando logo um beijo, rapidamente a correspondo, nossas bocas unidas coladas, seladas. Sentindo o seu gosto, engolindo teu sabor... tão conhecido e ao mesmo tempo tão diferente. Gemi dentro daquela boca, não me contive e a peguei nos braços, fazendo-a montar sobre mim. Segurei apertando firme a cintura fina, delicada. Ela se esfregava no meu pa.u duro, totalmente inchado, tudo por causa dela... Só dela... Segundos depois interrompi o beijo, ofegantes e sedentos por mais. — Diga para mim, como você voltou... meu amor... minha Ângela. Ela Sorria docemente. — Sou Melissa agora. Quero que me chame assim, Rafael. Fez carinho nos meus cabelos, se esfregando no meu pa.u super dolorido. Gemia baixinho. Sendo dominado por essa luxúria. Não estavamos sozinhos, tinha alguns banhistas andando na praia, atletas e surfistas. Temia tê-la exposto demais. Tirei Melissa do meu colo sem muita vontade, fazendo-a soltar um muxoxo de desaprovação. — Melissa, não posso nos expor assim... entenda meu amor. Me explica por favor. Peguei naquela mão beijando-a, fazendo ela se animar. Amava aquele seu sorriso. — Rafael... eu não sei, não me lembro de como voltei, essa parte se apagou da minha mente, estranho... Porém, lembro-me como cheguei nesse mundo, como nasci, e quando era uma recém nascida... Tinha a mente de uma adulta, não podia falar, tive que reaprender. — Nossa! — Exclamei. — Isso é inacreditável. Segurei suas mãos entre às minhas, compenetrado ao que dizia. — É, mas foi quase enlouquecedor, a única coisa que me agarrei era na sua lembrança. Presa em um corpo de bebê, entendi que tinha reencarnado, sabia quem eu era... com cinco meses, aprendi a andar, dois anos a falar tudo como se fosse uma adulta, não me comportava como uma criança, um bebê. Com oito anos queria fugir de casa para te procurar... — Melissa, você falou disso para seus pais? — Não. Era meu segredo. Eles ficaram confusos porque ninguém conhecia nenhum Rafael. Meus pais trancavam as portas e janelas para não te encontrar... Ainda não sabia onde te achar, porém era ainda eu... em um corpo de criança, entende? — Difícil de compreender, todavia eu lamento por ter feito você sofrer... — Amor, você me fez viver, nunca sofrer. Jamais. — Conta mais. — Entendi e fiquei conformada que não seria assim, e tinha pais amorosos que se preocupavam comigo. Foi então que os sonhos vieram... Sua lembrança eu já tinha... sabia como tinha morrido. Comecei a sonhar com você de um jeito diferente. Era nós dois, sempre, só que não era nós... — Quer dizer que... — Nosso amor é antigo, vivemos várias, várias e várias vidas. Somos almas gêmeas.
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