Capítulo 10

627 Words
Rafael Ao ouvirmos o toc, pedi silenciosamente para Melissa se esconder embaixo da mesa, ela retrucou um pouco, porém no final obedeceu Arrumando as peças da roupa vou em direção a porta, destranquei devagar. Ao abri-la, Renata passou por ela feito um furacão... procurando alguém pela sala. — O que você quer? Não deveria estar cuidando da sua turma? Virou o rosto para mim com aquele olhar sabichão. — Por acaso anda comendo alguém? — Não é da sua conta a minha vida s****l, Renata! — Falei bruscamente. Sorrindo aproximou-se, me afastei, desviando-me, sentando na mesa. Assim esconderia melhor a minha aluna. — Sabe, não importa, posso dividi-lo com a outra, aliás, onde come uma, come duas. — Disse enquanto fazia um gesto com as mãos para cima. Seus olhos brilharam de divertimento pela minha cara séria. Cruzei os braços observando-a. — Nunca que antes você diria essas coisas, queria até casar comigo. Estreitar os laços... Aí! Senti um beliscão na canela. — Que foi? — Questionou-me pondo as mãos na cintura. — Nada. — Afirmei rapidamente. — Então... — Tocou o queixo olhando estranho a mesa. — Por que gritou Aí!? Disse imitando a minha voz. — Eu não gritei, Renata. — Relatei sem paciência. — Diz logo o que veio fazer aqui e vai embora. Preciso revisar os textos dos alunos antes de ir para a minha casa. — Não é óbvio... — Sussurrou vindo até a mesa pondo as mãos em cheio nas minhas coxas, na hora as tirei, empurrando-a. — Ei! Reclamou alisando os pulsos, olhos faiscando de raiva. — Ei! Digo eu! — Proferi indignado por esse atrevimento. — Posso levantar uma audiência na acadêmia dos professores, isto é assédio! Desdenhou, bufando em seguida. — Há! Para... Onde se viu? — Indagou achando graça. A mirei estupefato. — Existe e você mais que ninguém deveria saber, homens também são assediados sexualment.e, ou, não. — Confrontei apoiando os braços na mesa analisando o sorrisinho cínico desaparecendo. — Que merda, Rafael! — Jogou os cabelos para trás, num gesto raivoso. — Só estava brincando contigo, você ficou chato. — Sempre fui assim. Mas nada justifica essa atitude ridícula sua. Suspirei, cansando desta conversa. — E lembra-se de uma coisa. Quem foi embora da minha casa foi você. Apontei pra ela. — Eu! Voltei com o dedo só que dessa vez no meu peito. — Não a forcei ir. Seu semblante mudou ficando triste. — Perdão. — Está perdoada, agora pode sair daqui, por favor. — Ditei indicando com a cabeça a porta aberta. — Ok. Saiu cabisbaixa sem falar mais nada. Amém! Deixei passar uns minutos olhando aquela porta, depois dei um toque na mesa. — Melissa meu amor pode sair. Avisei, e no decorrer ela saiu, aparecendo bem na minha frente, olhando-me super zangada. — O que foi anjo? — Perguntei correndo os dedos para toca-la, no entanto afastou-se espontaneamente. — É verdade que morava com aquela bruxa? — Questionou injuriada. — Odeio ela. Confessou, os olhos verdes furiosos. — Enquanto eu estava morta você ficava sassaricando com esse tipinho. — Melissa... Soltei da mesa indo até ela que se afastava novamente. Parei sem ter como me defender, pensando num bom argumento. Ficamos nos encarando por segundos. — Passei anos sofrendo... — Mentiroso! — Atacou-me verbalmente. Correu para pegar suas coisas. Fui atrás. — Não faça isso Melissa... eu sou homem e... — A tá! O velho discurso masculino. Colocou sua mochila nas costas e deu de ombros, saindo de perto de mim, fugindo diretamente para a saída. — Espera ai. É a nossa primeira briga nessa vida? — É! Exclamou asperamente sem olhar pra trás, passando pela porta a bateu forte. Porra. O que eu fiz? Corri os dedos no rosto preocupado.
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