Aurélio havia chegado em casa puto da vida, ele nem ao menos entra no seu escritório para olhar os relatórios dos seus negócios vai direto para a sala de treino nos fundos da mansão. Ele precisava descontar aquela raiva que tomava o seu peito, e se não fosse lutando seria matando, o que ele não queria sair para fazer no momento, a sua fúria era grande demais para ser contida com apenas uma morte naquela noite.
_ Pelo que vejo você voltou de m*l humor. - diz Bernardo entrando na sala de treino.
_ Digamos que recebi algumas notícias que me frustraram. - diz Aurélio enquanto socava o saco de areia a sua frente.
_ Imagino o que seja. - Bernardo conhecia muito bem seu chefe, e naquele momento ele via que Aurélio estava a ponto de explodir com tudo aquilo.
_ Eles não vão fazer isso por muito tempo, já tenho algo em mente para lidar com essa situação. - diz ele sem perder a concentração no saco de arreia.
_ Não vai pedir ajuda a Fênix? - pergunta Bernardo preocupado.
_ Não, eu mesmo quero ter o prazer de fazer isso, quero ver tudo queimar. - diz ele soltando uma risada sombria. A paciência de Aurélio era bem curta, e naquele momento os seus inimigos haviam esgotado o pouco que tinha.
_ É bom vê-lo de volta. - diz Emílio entrando na sala de treino para surpresa de Aurélio, ele joga uma garrafa de água para ele, Aurélio pega e vai até um banco no canto se sentando.
_ O que está fazendo aqui? - pergunta enquanto toma um longo gole da água.
_ Tentando ter um pouco de paz. - diz ele escorando-se na parede.
_ O que aconteceu?
_ O conselho está pegando no meu pé. - diz ele com o maxilar trincado, Emílio estava aprendendo da pior forma possível o que o seu primo havia passado com o conselho da máfia.
_ É simples, mate todos e coloque outros no lugar. - diz Aurélio dando de ombro. Emilio suspira frustrado.
_ Queria que fosse tão fácil.
_ É fácil, você é um Don agora, a suas ordens tem que ser respeitada, e a melhor forma de fazer isso é matando algumas pessoas, você não vai conseguir liderar por muito tempo se não impor medo. - Aurélio sabia o quanto seu primo era fraco, e se ele não mudasse aquilo, em breve alguém tomaria o controle da máfia dele.
_ Isso é fácil para você que já se acostumou com isso.
_ Emílio você me perseguiu por anos atrás do meu título, eu te dei ele, se você perder o controle da máfia da nossa família eu vou até o inferno atrás de você por isso.
_ Eu não vou perder.
_ O Bernardo ficou com você por quase um ano te ajudando, você não aprendeu nada! - diz irritado jogando a garrafa de água contra a parede.
_ O que ouve para você estar tão irritado? - pergunta Emílio sabendo que aquele não era o comportamento característico do seu primo.
_ Não é nada, apenas algumas pessoas que preciso matar. - diz de forma fria passando a mão pelos cabelos húmidos de suor.
_ Vou seguir o que você diz, vou fazer uma reunião com o conselho. - diz ele decidido.
_ Não se esqueça de conseguir provas contra eles, lembre-se que é você que tem que ter o controle sobre eles, não o contrário.
_ Você está certo, - diz ele suspirando. - Como está a minha mãe?
_ Assumiu o papel de avô, - diz Aurélio com um sorriso no rosto. - Ela está apaixonada pelos gêmeos.
_ Fico feliz que eles tenham nascido bem, não sei o que faria se algo de r**m tivesse acontecido com eles. - diz ele com pesar, se lembrando dos acontecimentos que tinham ocorrido no ano interior.
_ Não se preocupe, a Fênix continua te odiando, - diz Aurélio dando um tapinha na suas costas rindo da sua cara. - Todos querem um pedaço seu.
_ Isso não ajuda muito. - diz ele chateado.
_ Você merece Emílio, só de lembrar o que ouve eu tenho vontade de te socar na cara, mas você ainda vai ter a oportunidade de se redimir de tudo isso.
_ Eu espero que sim. - Emílio ainda carregava uma grande culpa no seu peito por tudo o que tinha feito a Síria, ele estava realmente arrependido e planejava algum dia pagar a dívida que tinha com ela e os seus.
_ Por isso você precisa cuidar bem do seu posto, não vai conseguir pagar sua dívida se não tiver algo a oferecer. - diz Aurélio com a sobrancelha arqueada.
_ Sei que está certo, vou começar a mudar as coisas por lá, como você disse, é eu que mando. - diz ele com um olhar decidido.
_ Agora você falou como um verdadeiro Don. - diz Aurélio com um sorriso de canto.
Já fazia algum tempo que Aurélio havia feito as pazes com o seu primo, ele e a sua tia era a única família que lhes restava, então não compensava passar uma vida brigando por pouco coisa. Emílio tenha um longo caminho até provar que podia cuidar sozinho dos negócios da família, e ao que parecia ele aprenderia da pior forma.
_ E você? Vai se casar? - Emílio se referia ao pedido do conselho da sua organização, um sorriso curva os seus lábios.
_ Ganhei tempo. - diz ele.
_ Por que parece que estou perdendo algo. - pergunta Emílio com a sobrancelha arqueada.
_ Por que está, - responde Bernardo sorrindo. - Ele cortou o dedo de um dos conselheiros quando ele falou em casamento.
_ Por que eu não pensei nisso! - diz Emílio rindo, ele sabia que o seu primo não gostava que as pessoas lhe dissesse o que fazer, Aurélio não obedecia a ninguém apenas a si mesmo. Olhando para ele, Emílio pensava que algum dia desejava ter o mesmo poder que o seu primo, Aurélio não precisava de muito para se fazer notar, apenas a sua presença era suficiente para deixar qualquer um em pânico, ele tinha uma aura forte e dominante que o acompanhava por onde ia.