Oscar andava de um lado para outro, o seu prazo estava acabando e ele sabia que muito em breve Diego bateria na sua porta atrás do que ele tinha prometido, e é claro, ele não tinha. Ele já tinha vendido a maioria dos seus negociosos para se manter e entendia que Diego não lhe ajudaria até que recebesse o que tinha-lhe sido prometido. Ele estava com um grande problema na mão.
_ Sentiu saudades chefe? - pergunta um homem entrando na sua casa, Oscar respira aliviado quando o vê.
_ Até que enfim Augusto! Já era para você estar aqui faz um tempo. - esbraveja Oscar, o homem apenas o ignora indo se servir de uma bebida.
_ Você tem que agradecer por eu ter vindo. - diz ele pegando o seu copo de whisky e sentando-se no sofá a frente dele.
_ Você me deve, então não aja como se isso não fosse nada. - diz Oscar. As mãos de Augusto apertam com força o copo, ele não gostava de ser lembrado dos seus compromissos, e ele sempre pagava as suas dívidas.
_ Depois disso não lhe deverei mais nada. - diz ele de forma ríspida.
_ Sim, mas só depois de fazer o serviço. - diz Oscar mais calmo.
Muitos anos atrás Oscar havia ajudado Augusto a se livrar da prisão, em troca de alguns favores é claro, depois disso ele tinha desaparecido deixando apenas um número para quando Oscar desejasse que ele fizesse o seu último serviço. Então quando o seu telefone tocou semanas atrás ele olhava com surpresa o nome de Oscar piscar na tela, mas ele era um homem de palavra e pagava as suas dívidas, mesmo que isso pudesse resultar na sua morte. Augusto se perguntava o que o seu filho faria quando descobri-se que ele estava na cidade.
_ Preciso que você recupere algo para mim. - diz Oscar depois de alguns minutos.
_ Fácil, me digo o que é e será feito. - diz de forma tranquila, serviços para pessoas como Oscar não o assustavam mais, ele já tinha visto a escuridão de perto, nada mais penetrava no seu coração, para Augusto só existia serviços e pagamentos.
Ele era um homem sem nada a perder, a sua vida não significava mais nada, então aquele serviço seria apenas isso, um serviço como outro qualquer.
_ A minha filha está na mansão da Fênix, preciso que a traga de volta. - diz Oscar indo direto ao ponto. Augusto o olha com a sobrancelha arqueada, e percebia o quanto Oscar era patético.
_ Conseguiu perder a própria filha? - pergunta bufando.
_ Ricardo as tirou de mim, e agora não tenho poder suficiente para enfrentá-lo, então você terá que fazer isso. - a frustração nas palavras de Oscar era evidente, ele não imaginava que o seu filho fosse tão vingativo, ou melhor, de certa forma ele já esperava por aquilo, mas mesmo assim, havia sido um duro golpe.
_ Sabe o que vai acontecer se eu me envolver. - diz ele olhando-o fixamente. Ele não desejava mais se envolver com os negócios de Oscar, ele já tinha problemas o suficiente por causa de seu último serviço.
_ Não me importo, você tem que me agradecer por ter protegido a sua localização, caso contrario, ele já teria batido a sua porta faz tempo. - diz Oscar. O homem a sua frente o olha frustrado, seu maxilar trincado, mas ele não podia negar a veracidade do que Oscar estava dizendo, era apenas a constatação de um fato.
_ Tudo bem Oscar, não adiante voltar ao passado, o que está feito, está feito. - diz dando de ombros, os seus olhos se escurecendo de raiva.
_ É algo bem simples e acredito que a melhor forma de recuperar ela será quando estiver indo para a escola, sei que você vai conseguir encontrar alguma brecha da segurança dela. - diz ele com um sorriso no rosto.
Olhando para Oscar, Augusto tinha apenas nojo, não que ele fosse diferente, porque o que ele tinha feito era ainda mais cru*l do que as ações do homem a sua frente, mas após tantos anos ele via as coisas de forma diferente, não que ele mudasse as suas ações, porque se ele voltasse no tempo ainda faria o mesmo. Augusto não tinha um coração ele tinha uma pedra no lugar, mas Oscar era diferente, ele tinha a oportunidade de mudar de vida e estava fazendo as jogadas erradas, mas ele não iria o ajudar com aquela bagunça como ele esperava, ele não sabia ainda, mas seu pescoço estava a prémio e o seu comprador era bem generoso.
_ Se está falando a escola, então é sua filha mais nova? - pergunta ele enquanto se servia de mais uma dose de whisky.
_ Sim, é Melanie, sei que não vai ter trabalho com ela. - diz ele de forma tranquila, como se não estivessem discutindo o futuro da sua filha menor.
Oscar nunca havia sido um pai de verdade para suas filhas, e naquele momento a única coisa que elas valiam para ele, era as alianças que ele tinha conseguido através do casamento delas.
Diego não era o único sádico interessado nas suas filhas, e ele aproveitaria quilo para mudar de vida, ele se recusava a deixar que Ricardo levasse a melhor contra ele.
_ Tudo bem Oscar, farei isso, mas se lembre que quando esse serviço terminar eu não te devo mais nada. - diz de forma seca encarando o homem a sua frente.
_ Não devia estar reagindo assim velho amigo, se bem me lembro você não reclamou quando me vendeu a sua esposa e filha. - diz ele fazendo o olhar de Augusto escurecer, ele não gostava de relembrar o passado, mas ali estava Oscar esfregando sal nas suas feridas.
_ O passado fica no passado. - diz ele os punhos fechados com ódio, talvez quando terminasse aquele serviço ele matasse Oscar, ele nunca tinha gostado dele. Para Augusto, Oscar só valia o p*******o que ele recebia, e pela forma em que as coisas andavam ele duvidava que até isso ele pudesse fazer.