Capítulo 1

1050 Words
Rino, o fora da lei. Era isso que se passava na cabeça do homem a sua frente, ele não entendia como ele havia acabado naquela situação. Rino caminhava na sua direção, uma lâmina ensanguentada nas suas mãos, no chão, o homem pressionava a ferida na sua barriga onde a lâmina tinha acertado, o seu desespero era enorme. Ele sabia que não tinha como fugir da sua irá, ninguém conseguia. Rino fazia o que queria e quando queria, sem se importar com quem estivesse à sua volta, nada era um obstáculo para o assassino misterioso, ele entrava sem ser visto, e no silêncio da noite uma vida deixava a terra sem saber quem o havia feito. _ Por favor! - implora o homem com uma das mãos levantadas. Não era a primeira vez que Rino via aquela cena, e aquilo sempre o enojava. Sem esperar que o homem dissesse mais alguma coisa, ele ergue a sua lâmina novamente e passa na garganta do homem, um líquido vermelho se derrama pelo chão, era a vida se esvaindo daquele corpo, era possível ouvir um som como de engasgo a medida que o sangue saia da sua garganta. Vendo a vida deixar aquele homem, Rino se vira e vai embora, o seu trabalho ali estava completo. Ele entra no seu carro sem se importar com a suas roupas sujas, ele só queria um pouco de paz, achou que conseguiria isso ao aceitar aquele serviço, mas isso não aconteceu, pelo contrário, o seu peito só estava mais agitado. Quando chega em casa Rino só queria um bom banho, se deitar e esquecer as coisas que vinham atormentando a sua mente. _ Chegou sedo. - diz Xavier ao vê-lo entrar. _ Me esperando de novo! - diz acendendo a luz da sala. _ Estava sem sono. - diz suspirando, nos últimos dias Xavier estava muito concentrado em encontrar o seu pai, e o estava deixando puto não ter resultado. _ Você tem que dar um tempo disso. - Xavier o olha com firmeza. _ Sabe que isso não vai acontecer, enquanto ele não pagar a sua dívida comigo não descansarei. - sentindo a firmeza na sua voz Ricardo suspira desistindo, ele conhecia Xavier bem de mais para saber que ele não desistiria. _ Apenas se cuide, não vai ter como acertar contas com ele se estiver morto. - diz dando um tapinha nas suas costas e subindo para seu quarto. A noite estava silenciosa, Ricardo se lembrava bem da agitação de alguém meses atrás, um sorriso curva os seus lábios com a lembrança, agora restava o silêncio. Nico estava morando com Alicia na sua casa, em breve seria o casamento deles, mais um. Ricardo ficava feliz ao ver que o seu caçula estava pronto para formar uma família, mas ele sentia falta das bagunças de Nico, ninguém conseguia animar a casa como ele. Mas não era só Nico, Charles também havia embarcado numa dura empreitada, sem data para retornar, e aquilo deixava Ricardo frustrado, ele sentia muita falta do seu braço direito. Charles era um profissional muito bom, mas ele sabia que o que ele estava fazendo era importante, se não fosse, ele não pediria um afastamento da organização. Suspirando ele tira a suas roupas sujas e joga no lixo, em baixo do chuveiro ele permite que a água quente lave toda a sua frustração. Ele não iria reclamar da vida, já havia passado dessa fase, na verdade, tudo o que ele queria era dormir sem pensar no amanhã, mas isso não aconteceria, o seu mald**o pai havia arrumado um coquetel para ele comparecer, a sua futura noiva estaria lá o esperando. Enquanto se secava e colocava uma roupa, Ricardo se perguntava por que não havia dado fim à vida miserável do velho? aquilo lhe pouparia muito trabalho. Deitando na cama ele desliga o seu despertador e se permite apenas uma vez apagar, ele queria esquecer os últimos acontecimentos, mas quando o sono veio não foi com os seus inimigos que ele havia sonhado. No escuro do seu subconsciente um par de olhos azuis o encarava com um rosto angelical, lhe roubando o sossego que ele tanto queria, e pelo que parecia, não ia ter. _ Que cara de velório é essa chefe? - pergunta Nico vendo Ricardo se sentar à mesa. _ A cara de quem não dormiu bem. - diz seco. Nico olha para Alicia sem entender o m*l humor do seu chefe, dando de ombros ele volta a comer. _ Onde esta Xavier? - pergunta enquanto pega o seu jornal. _ Está trabalhando, ele nem veio tomar café desceu direto para o centro de pesquisa. - diz Nico, ele já tentará convencer o seu amigo ir mais devagar na sua busca, mas todas as vezes havia sido inúteis. _ Vou falar com ele depois, ele tem que dar um tempo disso. - Ricardo sabia o quanto aquela busca era importante para Xavier, mas não queria que ele vira-se um zumbi na frente do computador. _ Preciso de você hoje Nico. - diz Ricardo tomando um gole do seu café. _ Claro chefe. - responde, ele sabia que quando Ricardo estava de m*l humor isso significava apenas uma coisa, alguém iria sofrer. Terminando o café Ricardo desce para a garagem pegando a sua caminhonete. Nico observava o tanto de coisa que ele estava jogando no porta malas e já imaginava o dia longo que teria. Eles entram em silêncio no carro, mas em dada altura o silêncio começa a incomodar Nico, então ele fica se remexendo no assento do carro. _ Pergunte logo antes que eu te jogue pela janela. - diz Ricardo irritado. _ Que humor do cão você acordou hoje chefe. _O nome disso é problema Nico, o que eu tenho de sobra. - diz massageando os olhos, antes de voltar a sua atenção para a estrada. _ È seu pai de novo? _ Não. - com a resposta curta de Ricardo, Nico não insiste, e fica quieto no banco do carona, seja lá quem o seu chefe estava indo atrás, estaria em grandes problemas quando ele chegasse. Alguns quilómetros depois Ricardo sai da cidade em direção a um posto de gasolina na saída da cidade. Quando Ricardo desce o rosto dos funcionários ficam pálidos, ao que parecia, a festa iria começar.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD