A visita

957 Words
Fui a uma festa no presídio.Parece estranho festa em um lugar como aquele,mas acreditem,tem! Foi a minha primeira visita e não foi legal,na verdade foi triste.Principalmente por ver Júlio,sempre tão bem arrumado,cheiroso,e bonito,usando uma camiseta verde do presídio,um chinelo,e muito mais magro! Quando eu poderia imaginar que iria conhecer Bangu. Estacionei na Vila Kennedy e peguei uma moto Mayra foi comigo já que tinha direto a dois convites Quando vi a entrada do lugar já detestei.Era muita gente,porque como é um complexo,tinha gente indo para a custódia,onde Júlio estava e uns indo para o presídio mesmo,lugar para onde ele ira depois! Tinha muita gente esperando para entrar numa fila imensa mas Mayra não era de bobeira e conhecia muita gente lá.Tinha compra de lugar,e Mayra ofereceu um valor a uma mulher para eu passar na frente.Pelo certo eu teria que chegar lá às 5 da manhã mas eu cheguei às 9h.Se não fosse a compra do lugar,seria bem pior. O local tinha gente de todo tipo inclusive muita criança Triste demais um lugar como aquele Pais de família presos,sem poder estar com os filhos,esposas .. Precisei deixar o sapato la fora e comprei um chinelo.Mayra me instruiu a ir sem decote e eu fui.Mas o sapato não deixaram entrar! Júlio nem tinha sido julgado,mas já estava lá a um mês e como nesse dia tinha uma festa eu pude entrar mas agora tinha que fazer carteira,eu não poderia mais entrar. Cheguei e ficaram me olhando muito!viram que eu era nova no local,mas eu estava simples.Mayra dúzia que eu nunca f**a,que eu sempre chamava atenção mesmo sem querer! Meu cabelo estava cortado no ombro,com luzes.Daca trabalho mas eu gostava mesmo assim Usava cordão , brinco de ouro e perfume francês mas nesse dia eu estava sem jóia mas muito cheirosa! Os meus olhos chamavam atenção,eu tinha um olhar de s****a segundo Júlio Fui ficando nervosa com a espera...mas quando começou foi rápido Passei por uma revista e foi muito estranho. A gente entrava em uma cabine e tirava a roupa,depois agachava de frente e de costas.Para ver se não estavamos levando d***a Quando a Desipe me viu perguntou de onde eu era,acho que pelo meu perfume,roupa,ou meu jeito de quem nunca tinha pisado em um lugar como aquele. Foi uma sensação h******l triste. Quando enfim consegui entrar,depois de muita espera,já eram 11v horas e ainda ficamos esperando mais um tempo. Os homens saíam aos poucos,e quando eu avistei Júlio corri ao seu encontro,e lhe dei um beijo.Não queria chorar,mas chorei muito,eu e ele. Ficamos assim abraçados e logo depois ele saiu e foi marcar lugar em uma fila.Na verdade era um lugar que eles chamavam de Ratão.Lá a gente entrava para dar um foda.Uma só. Júlio tinha muitos conhecidos no presídio e muitos puxa sacos também. Ele ficou me fazendo mil perguntas mas nem sempre eu tinha resposta. Disse que tinha decidido assumir tudo mas ele não queria,disse que se eu assumisse ia passar a correr risco de ser presa,e ele não queria isso.Pois sem mim,quem iria visitar ele. Disse que Flávia estava tentando colocar ele na rua e que era essa a minha vontade. Ele tinha um ventilador e disse que ia conseguir levar o lugar de boa,o problema era a saudade.Perguntou por todo mundo,até pela afilhada que nem tinha nascido ainda,e disse que nunca deu tanto valor à rua como dava agora. Falou que ali dormir era luxo,pois rolava sempre o medo de ser morto do nada,ou de ter uma rebelião,sei lá. Toda hora tinha uma briga,mas não com ele. Eu senti pena de Júlio e perguntei porque ele não me contou do plano do tal plano que deu errado. Ali eu passei a ser a mesma Marjorie de antes,de antes das surras,do aborto,como se eu e ele estivéssemos protegidos de todo o m*l e todo o passado que tinhamos lá fora. Ele disse que ali era o lugar que filho chorava,que não existia vagabundo que não sofresse. O t***o era grande,e fomos para o ratão duas vezes. Na primeira a gente m*l entrou e ele já meteu e gozou,disse que não aguentava mais de tanto esperar pra me comer,e que queria que eu levasse na responsa,porque quando ele saísse ele ia ser muito diferente comigo. Disse que as traições iam ficar no passado,mas que se eu realmente quisesse assumir e ser mesmo a substituta dele,o bagulho ia ficar salgado para mim. Eu sabia,não tinha como ser diferente Ele me apresentou a vários caras,e disse um tal de Fumaça ia me procurar,porque ia tentar um esquema para levantar dinheiro,mas ia precisar de mim e de outras minas. Disse que ia fazer de tudo para ajudar ele,e que não ia largar ele na cadeia,porque o amava. A segunda vez que fomos no Ratão deu foi mais demorada.A transa era em pé,mas pelo menos ele me chupou antes,e deu para eu gozar. A gente já tinha frequentado tanto motel e agora t*****r em pé no ratão...era triste. Júlio era meu amor,eu tive essa certeza. Mayra foi pro Ratão também com um tal de Tico,um cara gato,cara de vagabundo do jeito que ela gostava.Mayra sempre colou com vagabundo... A festa tinha refrigerante,um frango sem sal e bolo.Eu não comi,só fiquei abraçada com Júlio,até umas 16h quando acabou a visita. Foi dificil,mas ao mesmo tempo foi bom.] Eu tive certeza que amava aquele homem. Conversamos muito e saí de lá me sentindo pronta para assumir a ele,e tudo que fosse preciso. Ele era meu homem,e nada nem ninguém ia mudar isso. Depois da visita fui embora chorando,fiquei m*l. Ali não era lugar para homem nenhum,mas com certeza com dinheiro tudo era mais fácil. Júlio tinha um tratamento vip,porque tinha dinheiro. E estava nas minhas mãos não deixar esse dinheiro acabar....
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