2. O príncipe pode ser vilão?

1317 Words
Quando ele me ouviu questionar se ele era " Guilherme " senti uma tristeza passando pelo seu rosto. Pousou o olhar em mim como se o seu pensamento tivesse indo para bem longe. Ele não me respondeu, fez sinal para alguém e acelerou o carro. Levei isso como um sim ou deveria levar como um não? Acho melhor deixar isso para outra hora. Eu não sabia o que fazer, isso conta como sequestro? Ou salvamento? Eu agradeço ou corro dele? Fiquei me perguntando o que deveria fazer tempo demais, já estávamos entrando em uma mansão são enorme. Agora acredito que mesmo que quisesse, não poderia fazer absolutamente nada. — Chegamos. — Ele disse descendo do carro sem ao menos me olhar. Esperei ele abrir a porta para mim, mas quando percebi ele já estava lá na frente, perto da porta da mansão. Que i****a! Cadê seu cavalheirismos? Me apressei, desci do carro e fui correndo atrás dele. Eu precisava de respostas, mas em vez disso ganhei um joelho ralado. Ser uma pessoa desastrada é quase um crime diário contra si e humanidade. Estava com os olhos cheios lágrimas, buscando forças para levantar, mas encontrava apenas mais vontade de chorar. Vi a sua mão esticada e o ouvi gargalhando. Queria socar ele. — É bom saber que algumas coisas nunca mudam — ele disse rindo enquanto me ajudava a levantar. — Impressão minha ou o senhor ficou feliz com a minha queda? Só pode ser brincadeira, né? — perguntei irritada com ele, quase o fuzilando com os olhos. — Você sempre disse. Um joelho ralado doí bem menos que um coração partido — Ele falou antes de me soltar e ir em direção da porta. — A minha vontade agora é partir a sua cabeça em duas — Eu gritei e ele gargalhou mais ainda. Eu o segui em direção da mansão. Não tem como negar. A mansão era deslumbrante. Não por ser enorme. Tudo nela era bem aconchegante, luxuosa, ornava completamente. Segui ele, acabamos em um escritório e sentou parecendo exausto.Como se tivesse andando por horas e não dormisse a dias. — Agora me diz, como você ficou nessa situação. — Ele disse servindo uma bebida para ele. Quem precisa de bebida sou eu, ele tem ideia da situação que estou? — Você não vai me responder se é ou não o Guilherme? Preciso saber. Estou tentando saber se é sequestro ou resgate e não cheguei a uma conclusão ainda — perguntei novamente olhando séria para ele. — Já fui um dia. Tem muito tempo. Faz tanto que nem me lembrava mais como era ser chamado dessa forma. — Ele disse me encarando e me chamando para sentar do lado dele com a mão— Mas acredito que dele só restam algumas poucas lembrança. Deve ter morrido sufocado pelo Lúcifer que agora existe nesse corpo. — Eu não entendo o que você quer dizer. Você é o demónio e possuiu Guilherme?— Então ele era mesmo o Gui? Pensei segurando o meu crucifixo, será que se eu usar isso nele, posso mandar ele embora? — Depois explico. E não, não vai usar crucifico em mim, não sou esse tipo de Lúcifer. Depois conto a minha história. Quero saber a sua agora. Como a maior patricinha da escola, estava abrindo a porta de uma mansão vestida de empregada? — Guilherme falou falou me puxando para seu colo, tive um susto, até tentei resistir um pouco, mas ele é incrivelmente forte. — Bem, a história é bem mais curta e simples do que parece. O meu pai morreu, como não tinha ninguém além da v***a da minha madrasta, ela ficou com a minha guarda para me torturar, eu acho. Daí só foi ladeira. Nos mudamos, me tirou da escola, jogou as minhas as minhas coisas fora, me colocou no quarto das empregadas e era meu dever servir elas, suas filhas e seus convidados. Caso fizesse algo para desagradar ela, sofria punições severas. — Eu expliquei para ele olhando para o chão, só de lembrar me sentia m*l. — Porque não fugiu, você i****a? — Guilherme falou bravo comigo — Para onde? Não conhecia ninguém. Não tinha telefone para pedir ajuda. Sou de menor e a guarda está com ela. Me senti presa. Amarrada. Sem opções. Ela me tirou qualquer forma de fuga. — Falei chorando pensando nas inúmeras vezes que quis fugir daquele lugar. Viver apagando, sofrendo todo tipo de abuso verbal e psicológico, não tinha sido nada fácil para mim. — Agora está presa comigo, está a salvo. Ela não tocará mais um dedo em você. Se ela quiser continuar viva — Gui parecia irritado — Presa? Pensei que estaria me salvando e eu estaria livre. Vou ser sua escrava também? — Eu falei assustada olhando para ele. — Não! Escrava não.Mas talvez um pouco presa a mim, tenho uma proposta para você, mas você tem a opção de recusar — Gui explicou — Eu tenho escolha? — estava irritada, comecei a me sentir na mesma situação que estava — Sim, você tem escolhas. A vida é sua. Apenas estou oferecendo opções para ela. — Guilherme falou colocando outra dose de bebida no seu copo — Qual a sua proposta? — perguntei, vou ouvir antes de jogar aquele jarro na cabeça dele e correr. — Te darei poder e força para fazer o que quiser, até destruir aqueles te fizeram m*l. Se for o seu interesse. Você terá tudo que precisa para uma vingança ou seguir os seus sonhos — Gui disse me olhando, como se estivesse esperando uma reação minha . — Parece bom, maravilhoso. Muito mágico e perfeito demais para receber sem dar nada em troca. O que você iria receber de mim? — perguntei olhando em seus olhos. Como o meu pai sempre me disse, tudo na vida tem um preço. — Você — Ele falou passando a mão nas minhas pernas. — Como? Está me achando com cara de p**a? Eu pensei que você me conhecesse. — Falei me levantando e ele me puxou de volta ao seu colo. — Sim, por saber como você é quero que seja minha esposa. Sei que você não é nenhuma p**a. — Gui dizia me encarando — Casar? Comigo? Como assim? Porque você ia querer isso? — perguntei confusa com a ideia dele — Estou sendo pressionado para casar, as opções que me foram oferecidas não são boas. Não me casaria com qualquer uma. Com você é diferente. Você é especial. — ele dizia alisando o meu rosto. — Porque comigo seria diferente? — Nada disso estava fazendo sentido para mim. O que me fazia diferente? — Porque não seria r**m casar com alguém que foi minha melhor amiga. Eu confio em você. Tenho respeito e sei que posso contar. Por conhecer os seus ideais e princípios, então eu sei não seria um problema se fosse com você. Convivi muito tempo para saber como você é. E você continua igual, Leticia. — Gui disse antes de me beijar e que beijos. O beijo me pegou de surpresa, eu não pude reagir. Talvez eu quisesse esse beijo há muito tempo, não iria evitar agora. Só afastamos quando me faltou o ar e eu me sentia estranhamente quente e mole. Eu parecia querer mais ele. Que sentimento estranho. — O que acha?— Gui perguntou me olhando e eu atordoada com o beijo ainda. — Guilherme não existe mais? Porquê? Quem é você? — Eu perguntei e ele ficou surpreso. — A vida c***l matou ele. Tive que me adaptar a vida que me foi imposta, aquele Guilherme Não sobreviveria ao meio que e foi colocado. Ele era apenas um nerd indefeso. — Gui me respondeu parecendo indiferente. — E se eu quiser casar com os dois? Eu posso? — perguntei e ele teve uma crise de riso. Penso que será divertido. E o beijo parece que me levou.
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