1. Toc toc toc

1136 Words
Vocês acreditam em destino? Eu não acreditava, até virá órfã, falida e morando com a minha madrasta. Acredito no destino, ele não deixou muitas escolhas para eu pensar diferente, certo? Não tinha como eu pensar que as minhas escolhas me levaram até onde eu estou. Pensar nisso, me deixaria péssima e não teria nenhuma lógica. Vou conta a minha história direitinho para vocês. E vão entender o que eu estou falando. Sou Letícia Diniz, tenho meus 17 anos, bem nova, certo? Tenho longos cabelos loiros, que quando de bom humor fazem belos cachos, o que quase nunca acontece. Tenho olhos azuis, como o mar, sou um pouco baixa, tenho 1.55, sim, quase um Minion. Sobre meu corpo? Bem não tenho muito que reclamar. Pareço sou padrão, quase uma boneca, de tão bem desenhada. Pensando bem, hoje pareço bem, uma boneca, infeliz . Sou filha de um grande empresário, chamado Rafael Henrique Diniz e a minha mãe era a doce médica Deyse Diniz. Eram o casal mais apaixonado e feliz que já conheci. Lembro até hoje como o amor deles dois era lindo, Eles pareciam ter nascido um para o outro. Quando eu tinha os meus 12 anos, a minha mãe morrer em um acidente de carro. Menos de um ano depois meu pai casou com a Janaína Albuquerque, claro que eu fui totalmente contra, mas ele estava devastado com a morte da minha mãe, que nem ao menos deu qualquer ouvidos ao que eu dizia ou a minha opinião, ele apenas não conseguia ficar sozinho. E escolheu a pior pessoa para isso. Janaína não veio sozinha, para piorar o meu desespero, com ela vieram a suas duas filhas de outro casamento, Brenda e Bruna. Juntas faziam da minha vida um inferno, era o que eu achava, até conhecer o que era realmente o inferno de verdade. O meu pai em um certo dia, sem qualquer indício anterior, para o viria ou prenuncio, pudesse me preparar, ele teve um enfarto fulminante, o que levou a sua morreu instantânea, sem tempo de despedida, de conselho ou dica. Ele apenas me deixou aqui. Sozinha nesse mundo terrível, com pessoas tão ruins quando. Fazendo de mim, uma órfã. Como eu era de menor e terrivelmente ingênua, a Janaína acabou conseguindo mais do que deveria da herança. E eu? Consegui um quartinho pequeno de empregada na nova mansão delas. Sim, depois da morte do meu pai, ela vendeu quase tudo que era dele. E as únicas coisas que sobravam com ela eram algumas ações da empresa e a filha do seu ex para limpar a casa, assim ela economizava com empregada, eu acho ou apenas me torturava como diversão. Foi nesse momento, que descobri o que era o inferno. Sendo empregada e saco de pancada de três seres que eu não tinha ideia de como o meu pai permitiu que entrassem na minha vida. Longe de onde sempre morei, de amigos, de lembranças para agarrar. Não frequentava mais a escola, as minhas roupas foram todas jogadas fora, assim como tudo que tinha no meu quarto, somente as joias, foram repartidas entre elas. Vocês devem pensar, porque não reagiu? Fugiu? Pediu ajuda? Mas me digam para quem eu poderia pedir ajuda? Eu não tinha ninguém na minha vida, estava longe de todos que conhecia. Era quase prisioneira dessa mansão horrenda. Quando tinha visitas, se eu fosse permitida sair, se eu falasse um "a" fora do lugar, apanhava e ficava sem comida por dias. Eu não tinha saída. Esperava ansiosa os meus 18 para conseguir encontrar uma forma de fugir daqui e tentar alguma forma de viver com um pingo a mais d dignidade. Contudo eu não esperava que o dia de hoje mudaria tanto todo meu destino. Escuto alguém batendo com força na porta da sala. Achei estranho. O que aconteceu com a portaria? Assim que abri, quatro pessoas entram com tudo, acabo caindo. Levanto a cabeça e vejo várias armas enormes. Meu corpo gela. Um assalto. Vamos morrer. — Vão atrás dela — Um deles fala severamente, sinto algo conhecido na voz. Só não lembro de onde. Os três começam a invadir a casa com tudo, o que deu a ordem não se move, continua parado no mesmo lugar desde que entrou, apenas vira o rosto para me olhar bem rápido. Eu sentia ele me olhando. Não tinha coragem de olhar de volta, Eu seguia no chão, estava congelada, o medo me consumida completamente. — Aqui está ela, Lúcifer. — Um dos que subiram estava descendo com Janaína nas mãos, ela já estava chorando alto — Olha, achou que conseguirá fugir de mim, sua v***a? — Ele falou desviando o olhar de mim e encarando Janaína. — Eu iria pagar, eu juro. Não me matar — Ela chorava e eu ficava cada vez mais confusa com a situação. — Quero agora o dinheiro. Paga ou morre você e todas as suas filhas — Ele ameaçou Janaína, o que me fez ter uma uma crise de riso. Quantas vezes desejei elas mortas? E senti todos olhando para mim. Devem ter pensado que eu era louca. — Leve ela como p*******o. Ela era filha do meu ex. Ela ainda é virgem. Eu garanto. Vale muito. — Ela disse parecendo com esperanças. E eu gelei ainda mais. — Quê? Eu não sou um objeto. Você não pode fazer isso.— falei parando de rir e indignada olhando para ela. — Ela é de menor. Passarei a guarda para você. Pode fazer o que quiser com ela — Ela dizia sem medo e cada vez com mais esperança. Ignorando totalmente o que eu dizia. O ódio apenas me consumia mais. Acabei de ser vendida e não podia fazer nada. Isso é sério? — Tudo bem. Negócio fechado. Vou chamar o meu advogado — Ele disse concordando. Me fez perder as forças. A minha vida se resume a ser um objeto? É isso mesmo? Vai terminar tudo assim? Uns minutos depois, já estava o advogado na sala, organizando os papéis e Janaína assinou rapidamente com o sorrido na boca de lado a lado. — Pronto. Pode levar esse lixo e estamos resolvidos. — Ela falou olhando para o que parecia ser o líder. Só ouvi o barulho da arma disparando, o sangue derramando, ela caindo e o seu grito assustador de dor ecoando na sala. — Sim, agora estamos resolvidos. Espero nunca mais ver a sua cara— Ele falou e me puxou pelo braço me levantando até o seu carro — Entre, em casa conversamos melhor, Leticia. Só obedeci, seguindo ele para dentro do carro, estava em choque demais para questionar algo. Estava tentando digerir o último minuto. Só me veio uma pergunta na cabeça. Eu tinha que ter certeza. Finalmente tinha lembrado da voz. — Você é o Guilherme? — perguntei olhando para ele.
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