3. A Cinderela virando Malévola?

1288 Words
Guilherme quase não parava de rir com a minha pergunta, eu não conseguia compreende o motivo de tanta graça, mas ele parecia está se divertindo com tudo isso. Eu tenho que admitir que tanto o sorriso dele, quando a risada eram gostosas. Tenho que ter cuidado ou vou acabar perdendo a sanidade olhando para ele. Sempre foi lindo, desde sempre, mas agora, está ainda mais lindo. Depois de muito tempo tentando se controlar ele finalmente parou de rir e conseguiu falar. — Qual interesse que você teria com aquele nerd fraco que eu fui um dia, Leticia? — Guilheme realmente parecia não entender o que eu queria dizer. — Eu era apaixonada por aquele nerd. Seu i****a. — falei e notei a sua surpresa — Você continua bonito, sempre foi. Agora um pouco mais bronzeado, cabelo bem maior e cheio de estilo, parecendo um samurai, mais forte com bem mais músculos e com tatuagem. Bem badboy, gosto, mas era apaixonada pelo aquele nerd, consegue entender? E não por esse cara que teve o corpo tomado pelo demónio. — Não. Você vivia cercada por todos. Era a garota mais cobiçada de toda escola, mas não dava cabimento para ninguém na escola. Como vou entender que era apaixonada por mim, Leticia. Um nerd i****a sem graça que era apenas o seu amigo e andava com você o tempo todo— Grilherme falou sem entender o que eu queria dizer — Continua lerdo e i****a, algumas coisas não mudaram mesmo. Não dava bola para ninguém porque estava apaixonada por você. Não sabia como você iria reagir e se afetaria a nossa amizade. Então só fiquei quieta sobre isso. Naquela época era melhor ter você como amigo do que correr o risco de perder você totalmente. — meus olhos se encheram de lágrimas, me veio na mente como senti falta dele, acabei passando a mão em seu pescoço e o abraçado forte. — Lê? Tá tudo bem? — Guilherme perguntou, mas não conseguia responder, só acenei a cabeça. Fiquei um tempo abraçada com ele, até que ele me afastou. — Sim, estou. Apenas lembrei de algumas coisas que não queria — Eu respondi ainda desanimada — Mas agora aqui não é mais Guilherme, você precisa saber disso. Tem que entender bem com quem você está se envolvendo — Guilheme falou me encarando parecia realmente convicto que não existia mais o Gui. — E se eu quiser o Gui, em vez do que tem na minha frente? Não posso optar pelo Nerd? Ele é bem mais legal, vamos admitir. — encarei ele com os meus olhos transbordando. — Eu realmente não sei se existe alguma parte dele vivo. Não posso mentir ou iludir você. Não quero fazer isso.— Gui falou, eu sorri e voltei abraçar ele forte. Ele parecia sincero. — Tenho total certeza que ele está — Eu respondi sorrindo — Você tá parecendo um agarradinho. Como conversa assim? — Gui perguntou acariciando o meu cabelo — Eu tava com saudade de você. Deixa só eu matar um pouco dela e deixo você falar, estou ouvindo tudo — Falei me aninhando nele. Ele não respondeu mais nada, apenas ficou acariciando a minha cabeça enquanto eu o abraçada forte. Era com um fio de esperança encontrar com ele. Como se a vida tivesse voltado aos trilhos, eu me sentia em paz. Relaxei tanto que nem percebi que peguei no sono. Fazia tempo que não me sentia em paz ou relaxada dessa forma. Acordei em uma cama imensa, ao lado tinham dois porta-retratos, um eu e ele na escola, outro dele com o que acho ser a família dele, ele, um garoto que parece ser mais velho que ele e uma garota. Além do que acho que sejam seus pais. Gui nunca foi de falar sobre a sua família, penso que encontrei com a mãe dele uma vez apenas, mas não consigo lembrar o seu rosto. O quarto tinha uma decoração bem escura. Uma janela enorme e uma porta para uma varanda. Me levantei e fui até a varanda. O lugar era lindo, visto de cima era ainda mais bonito. Olhava tudo até que uma loira me chamou atenção. Ela andava apressado em direção a algum lugar. Reconheci logo, era Gui, ele estava conversando com alguém, ela chamou ele, quando ele virou, ela o beijou. Aquilo me incomodou, acabei derrubando um jarro antes de entrar para o quarto. Me arrependi de não ter derrubado na cabeça daqueles dois, um jarro morreu por nada. Entrei me deitei. Queria dormir. Não conseguia. Queria fugir, mas para onde iria? A minha melhor oportunidade realmente é o Gui. Mesmo ele não sendo aquele Gui que eu um dia me apaixonei, posso fazer o que ele diz, quando eu me organizar e tiver me vingado de todos, posso apenas me separar dele, certo? Ele deve ser como qualquer homem galinha e safado. Eu quase acreditei que ele prestava. Sou mesmo bem ingénua. A porta se abre. Ele entra me olhando como se tivesse com medo da reação que eu teria. Eu por outro lado, depois daquele beijo, voltei a realidade. Preciso lutar pela minha vida e liberdade. Não cair naquele papo ou em uma paixão antiga de escola. Vivi coisa de mais ruins para me deixar ou me levar por pensamentos bobos. — Pode falar. Estou pronta para terminar a conversa que estávamos tendo. Então Gui morreu, quem é você então? — falei seca com ele. — Não quer falar primeiro do que acabou de ver? — Gui disse, mas se o jarro não tivesse caído, se ele não tivesse me visto? Ou se eu não tivesse visto? Ele estaria aqui me dizendo algo? — Pode deixar para lá. Foi bom para acordar e perceber que o Gui que eu amei um dia morreu como você dissee eu tenho que cuidar da minha vida. Não me iludir com um amor de escola que nunca vai florescer. É melhor assim mesmo. Agora, quem é você? — Falei mais fria que geladeira em fim de mês. Ele ficou em silêncio um tempo, como se tivesse pensando como reagir ou escolhendo as palavras. Por fim me olhou com a expressão de derrota decidiu então falar. — Todos me chamam de Lúcifer, sou líder da máfia da região. Você pode continuar me chamando de Gui, quando estivermos só nos dois, na frente dos outros pode ser perigoso tanto para mim quanto para você — Guilherme falou parecendo distante Máfia? Líder? Eu com toda certeza fugi de um problema e cai lindamente em outro bem maior. Só pode ser brincadeira do destino. Mas com a força máfia posso recuperar tudo me tiraram e me vingar por toda dor que elas me causaram, eu só teria que aceitar casar com ele. Será que eu consigo? Pior do que passei não pode ser. Não tem como eu perder mais do que já perdi. Eu já não tenho nada mais o que perder. — Você está mais silenciosa do que o normal — Guilherme disse parecendo preocupado com o meu silêncio. — Quais seriam as minhas obrigações e o que eu não poderia fazer? Quais as minhas limitações — perguntei falando sobre o casamento. Como o meu pai sempre me disse, tudo tem um porém. Se preocupe sempre com as linhas pequenas do contrato, não com as grandes. — Dentro da máfia, o máximo você me acompanharia em alguns eventos, mas envolverei pouco, evitarei o máximo possível. E teria que obedecer às regras da máfia e as minhas — Gui disse pensativo, nem ao menos me olhou quando disse. — E se for contra as regras? Você vai me matar? Ou me vender para outra pessoa — falei friamente. Acho que encontrei as linhas pequenas, pai.
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