A Cinderela adestrando o demônio

1345 Words
Quando perguntei isso para ele, o seu rosto mudou de derrota para total ódio em poucos instantes. Ele claramente não tinha gostado da minha pergunta, mas ele que se lasque. Eu preciso saber onde estou me metendo. E não estava mais com um pingo de confiança nele. Ele deixou claro que na minha frente não estava mais o meu melhor amigo, então era mais uma razão para desconfiar totalmente. Era um total desconhecido para mim. — Você acredita que eu deixaria alguém tocar em você ou pior, eu te machucaria de alguma forma? —Guilherme respondeu. Agora entendi o ódio dele, ele estava chateado com a forma que eu estava enxergando ele. Ele que se desenhou dessa forma para mim. Não posso fazer muita coisa sobre isso. — Preciso saber onde estou metendo. E serei uma esposa fantoche? Troféu? Que fica em casa enquanto você pega as outras todas as outras? Enquanto faço croché você trás as vadias para nosso quarto? É mais ou menos isso— Falei isso e me arrependi, não queria a resposta. Me levantei, corri para o banheiro e me tranquei. Acredito que deixei escapar um pouco da raiva e do ciumes sem querer. Odeio por ser impulsiva e cabeça quente. — Gastei toda paciência do mês com você hoje, Leticia. A Ou você abre essa merda ou eu simplesmente vou arrombar. E pode ter certeza que o tom do papo será outro — Guilherme me ameaçou — Tenho tempo para birra e infantilidade não. Saia daí e converse como a verdadeira Letícia Diniz que você é. Pode ter certeza que você não é uma pessoa que se esconde no banheiro com medo de resposta. Mais fácil você mudar uma resposta do que se esconder dela. Não gasta mais a minha paciência. Guilherme tava tão certo que me assustou. O que aconteceu comigo? Do que estou me escondendo. Eu realmente não sou esse tipo de pessoa que pensa, chora e se esconde. Se ele quer casar, será do meu jeito. Não do dele. Eu que decidirei como, quando e como faremos isso. Ele vai ter que submeter ao que eu quero, não o contrário. Abri a porta, ele levou um susto eu sorri com a reação dele, fui em sua direção puxando o seu braço para cama. Nos sentamos. — Obrigada, você está certo. Eu não sou do tipo que foge e sim que bate de frente. E vamos nos casar. E será com os meus termos, do jeito que eu quero, não do seu jeito. Está ouvido? Não irei casar com Lúcifer, líder da máfia, vou casar com o meu melhor amigo, ele que lute com Lúcifer para prevalecer. Tô nem aí. Você que lute e se resolva ai. Eu vou casar com Guilherme, saiba isso e comigo, será sempre Guilherme, nunca Lúcifer. E outra, esse corpo que Lúcifer diz habitar é do Gui, que será o meu marido, não quero p*****a tocando. Você está entendendo? Ninguém toca. Em lugar nenhum. Não divido os meus brinquedos. Sempre fui uma patricinha egoísta. Não vai mudar agora. Sobre as regras, tenho que obedecer tudo calada? Isso nunca vai funcionar. — Expliquei e ele estava rindo sem parar antes de eu terminar. — Chama o Gui para te defender então quando não gostar das regras ou tiver em perigo — Guilherme brincou e eu fiz cara feia, fazendo ele rir mais ainda e levantar as mãos em derrota — Vamos fazer uma palavra-chave. Quanto algo acontecer que você não gosta, você me chama de anjo. — Anjo é muito fofo para depender da raiva que eu estiver de você, mais fácil eu te chamar de demónio e te mandar direto para o inferno de jatinho — eu disse olhando para ele com raiva — A ideia é essa. Que ninguém saiba. E você odeia Lúcifer, então chamar de Lúcifer não é nada bom, mas também é um anjo, que alias, é um demónio, acredito que entendeu a ideia — Guilherme explicou — Entendi agora a piadinha, Lúcifer também era um anjo, que acabou caindo. O apelido realmente faz sentido para você, mas Gui está bem vivo, você sabe. E quando estiver comigo, sozinho. Eu quero o Gui. Nunca o outro. Que ele morra ao se aproximar de mim— Eu falei encarando ele. — E se eu não quiser ser Guilherme nunca mais? — Gui falou parecendo sincero, não sei o que aconteceu, mas ele parecia não querer mesmo ser ele mesmo. — Eu vou até inferno buscar aquele homem. Então nem vem dificultar para meu lado. Vou casar com ele. Irei me casar com o meu melhor amigo e meu primeiro amor. Não vem sujar meus planos. — Eu falei segurando seu queixo, fazendo ele olhar para mim. — Certo. Quando tiver apenas com você tentarei ser menos.. — Gui tentou procurar palavra certa para explicar — Demônio! Comigo você será VOCÊ, longe de mim, pode torturar quantas almas quiser. Eu só preciso saber que terei o meu melhor amigo ao meu lado. Com ele tenho certeza que venceria qualquer batalha que surja e não tenho medo do meu futuro. — Falei sorrindo para ele — Acredito que estou com um pouco de ciúmes dele — Gui falou sorrindo para mim — Você pode até fingir que não, querer esconder em algum canto, mas você segue sendo a mesma pessoa, só com algumas atualizações a mais — falei olhando para suas tatuagens. Estavam quase preenchendo todo o seu braço. — Tem certeza que ver o seu melhor amigo em mim? — Gii perguntou triste de alguma forma para mim — Nesse momento sim, em outros não vejo vestígios nenhum dele, você segue sendo você e eu não deixarei nunca você esquecer quem você é. — Falei sentando no seu colo — Entendeu? Não deixarei você se perder. Nao enquanto eu estiver aqui. Enquanto eu estiver aqui, Gui vai sobreviver. — Fico feliz. Assim tenho a certeza que sempre saberei o caminho de volta. — Gui sorriu me beijando com carinho e eu empurrei ele para longe. — Quem era a loira? Achou mesmo que eu ia deixar passar essa? Não me conhece — Falei e ele fez uma careta para mim. — Ela trabalha para gente, dormi algumas vezes com ela. Talvez tenha dado mais liberdade do que deveria para ela. Não vai mais se repetir. — Gui falou me olhando — Então corte as asas da galinha ou eu faço uma canja com ela antes que você possa pensar. — Falei com um sorriso maléfico olhando para ele. — Eita. Nem virou minha esposa e já tá cheia das autoridades para meu lado. Muito errado essa história. — Gui disse me olhando. — Se for por isso, vamos nos casar agora então. Já começo a mandar na saída do cartório— falei rindo para ele. — Sério? Você casar no cartório? Você? Leticia Diniz vai casar em um cartório? Simples assim? Seu sonho era um casamento gigante de princesa. — Guilherme perguntou — Também era entrar com o meu pai, minha mãe está lá na frente chorando. Tudo mudou. Sonhos podem mudar. – falei chateada — Podemos casar outro dia, não tem problema para mim. Não estou tão apressado — Guilherme disse percebendo o meu incomodo. — Não, hoje. Vamos ao shopping, preciso comprar um vestido branco. — Falei me levantando da cama e puxando ele. — Você tem certeza que é isso que você quer para sua vida? Você sabe onde está se metendo? — Gui perguntou me olhando mais uma vez nos olhos — Eu, Letícia Diniz, tenho absoluta convicção que quero Guilherme para sempre na minha vida. E não tenho dúvidas que quero se sua esposa. — Respondi para ele — E o Lúcifer? — Guilherme perguntou percebendo que ela deixava claro a distância e quem eu realmente queria na minha vida. — Ele que lute para me aturar. Porque farei raiva suficiente para ele pagar os seus pecados e voltar para céu rastejando pedindo perdão — Sorri e puxei a sua mão para começar a missão casamento
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