Não mexi mais no meu celular, também não procurei Raniely nem voltei pra boca, fui dormir, minha perna tava doendo.
Acordei bem cedo no outro dia e tomei café antes de sair. Não vi minha irmã antes.
Apareci na boca e fiquei resolvendo as coisas por lá até o meio dia. Depois disso voltei pra casa pra almoçar. Dessa vez minha irmã tava em casa. Tava almoçando e com uma cara feliz.
— Onde você dormiu ontem?
— Não importa.
— Na casa do Matheus?
— Não importa Felipe...
— Foi na casa do Matheus. — tive certeza. — Porque ele anda sumido? Fala pra ele aparecer.
— Porque ele tá com medo depois do que você fez com o Davi.
— Com medo que eu mate ele? — ri.
— Com medo que alguém mate você e a todo seu bando.
Que i****a.
— Ninguém tá doido de tentar isso.
— Porque? Porque se te matarem você vai matar todo mundo?
— É.
— Você é tão burro...
A explicação fazia sentido pra mim.
— Ninguém vai tentar isso. Para de negatividade. Eu tenho muita gente trabalhando pra mim e eu sei de tudo.
— Você não sabe de nada. Você nem sabe se esses caras que trabalham pra você são confiáveis. Você confiava no Davi e ele te traiu então...
Minha irmã é bem pessimista. Mas tem umas horas que ela tem razão. Por isso fiquei calado com o que ela falou.
Acho que vou ficar mais esperto com esses caras.
***
De noite tomei um banho e fui ao hospital. Esperei a doutora sair e quando ela apareceu na calçada eu abri um sorriso.
A garota é bonita demais. Cê é doido!!! Eu quero muito ela.
Ela não percebeu que eu tava esperando, então buzinei.
Ela não olhou. Tava caminhando rápido.
Eu buzinei de novo e abaixei o vidro.
— Doutora Gabriela?
Ela continuou sem me olhar.
Será que ela tava falando sério naquelas mensagens...
Liguei o carro e fui acompanhando ela devagarinho.
— Tá me editando Gabi?
— Felipe. — ela parou e virou pra mim irritada. — Eu te falei, não me procura.
Charminho.
— Para com isso Gabi. Não pode se divertir um pouco? Sei lá. Eu afim mesmo de ficar com você.
— Não posso. Você mexe com essas coisas perigosas... Não gosto disso. É errado. — ela voltou a andar e eu voltei a acompanhar ela devagarinho.
Ata. Me poupa.
— Não mistura as coisas. Não vou fazer nada de m*l a você ou deixar alguém fazer isso. Eu só quero ficar com você.
— Não posso confiar. Não quero problemas.
— Mas você admite que quer ficar comigo. Me dá uma chance.
Ela ficou pensativa.
— Não.
— Se você não gostar eu não te procuro mais.
— Não...
— Sério Gabi. Eu quero ficar com você. Poxa, você é a garota mais sensata, e inteligente, e gentil, e linda que eu já conheci... Quem sabe eu não mudo?
Ela balançava a cabeça negando. Então eu desci do carro e mancando corri até ela.
— Você não pode correr. Tá com a perna em recuperação.
— Tá vendo? Tô fazendo isso por você. E você nem me dá uma chance caramba...
Ela parou e revirou os olhos.
— Eu já fui muito machucada por outras pessoas e não queria quebrar a cara outra vez, então por favor, não me decepciona. — pediu me encarando.
Eu cheguei até ela e esqueci a dor dando lugar a um sorriso.
— Prometo. — a puxei pela cintura e a beijei. Ía ser algo curto, mas não tem como resistir a essa boca gostosa. Então minha língua pediu espaço e logo a gente tava num longo e delicioso beijo. Só paramos pra respirar.
Ela tava toda sem jeito.
— Normalmente as pessoas saem antes dos primeiros beijos. Pra se conhecer.
— O tempo no hospital não bastou pra me conhecer? — soltei sua cintura e segurei sua mão andando de volta pro meu carro.
— Um pouco.
— Eu sou a melhor pessoa que você poderia conhecer. Acredite.
Pra outros caras eu sou a pior que eles podiam conhecer, mas enfim, tudo depende do ponto de vista e da situação.