[estou reescrevendo a história. Tornando ela maior. ❤️]
FELIPE
Tudo o que eu não queria que acontecesse, aconteceu.
Entrei numa troca de tiro e os filho da p**a me acertaram um tiro na perna.
— c*****o, Felipe, tu tá sangrando muito! — um dos moleque chegou em mim logo depois do tiroteio. Eu tava caído e os outros malandro fugiram. Desgraçados, me acertaram em cheio e eu até caí da moto de tanta dor.
— p**a merda. Tragam um carro pra me levar antes que a polícia apareça! — apressei o malandro.
Eles bateu fio na tremedeira enquanto eu apertava a perna, tentando parar de fazer o sangue sair. Tava sangrando demais e eu não sabia se isso era bom ou muito r**m. Não é a primeira vez com tiro, mas é a primeira vez sangrando tanto.
O carro chegou junto e os moleque me colocaram dentro e me levaram pro hospital.
Pense num lugar que eu não gosto é hospital. Lugarzinho esquisito, fedorento e só tem coisa que eu não gosto de ver. Odeio hospital.
Esse daqui é hospital de rico. Pra onde me levaram. O bom é que atendem bem rápido. O chefão acima de mim tá bancando tudo. Também, é o mínimo que ele pode fazer, já que foi ele quem me meteu nessa furada.
Filhos da p**a aqueles malandrinho. Além de querer lucrar na nossa área, ainda tiveram a coragem de atirar em mim. Parece que eles ainda não conhecem o Felipe.
Minha sorte é que tenho ficha limpa. Ninguém sabe que sou o chefão da p***a toda que rola no lado Leste do morro, então entrei no hospital como uma pessoal qualquer que sofreu um acidente. Os moleque falou na enfermaria que eu tinha levado uma queda de moto. Não mentiu, só não contou toda a verdade.
Senão, sabendo da versão real eu ía preso, certeza.
Me mandaram pra uma sala com urgência, onde uma desgraçada de uma enfermeira veio falar a minha perna na maior brutalidade. Só sentia dor. Eu achei que iria morrer nas mãos daquela mulher. Ainda me colocaram pra tirar raio-x. Minha irmã disse que essas p***a não é boa, mas não é todo dia que eu levo um tiro, fazer uma vez assim não deve fazer tanto m*l. Mas ficar ali parado pra fazer o exame roendo de dor foi o c*****o. E o pior dessa p***a toda foi que a notícia do médico não foi a meu favor.
— Você vai ter que ficar aqui pra fazer uma cirurgia de correção. Não foi só um tiro que você levou, quando você caiu da moto acabou fraturando a tíbia e fíbula, vamos ter que colocar placas.
— contou na maior tranquilidade.
Parece até que no é uma coisa séria.
— Mas porquê eu tenho que ficar se quem tá precisando de placa é essas fulaninha aí, tíbia e fíbula? Deixe elas aqui e me libera pra eu ir pra casa.
Eu nem conheço essas n**a. É cada uma...
Ele riu e depois ficou sério.
— Acontece que essas fulaninhas são os ossos da sua perna. Então infelizmente você fica aqui.
Aí deu a gota.
— s*******m em doutor. Tu não acelera isso aí não? Quantos dia vou ficar aqui?
— Mais ou menos um mês. Depende da fila. Tem muita gente na frente. — ele costurava a minha perna anestesiada nessa hora. Eu tava era olhando pro teto pra não ver essa cena. Certeza que eu desmaio.
Sou machão pra tudo, mas não me venha com agulha não.
1 mês?! Vou perder meu morro!!!
— 1 mês? Me deixe esperá em casa, doutor. Tu não já tá costurando aí a minha perna? Minha irmã passa rifocina todo dia até sarar. Eu vou ficar quieto.
— Vou ver o que posso fazer. — ele terminou tudo e mandou chamar uma enfermeira, logo depois eu sentei no leito e vi a minha perna na maior feiúra. — Vê se não coloca essa perna no chão.
Tava inchada, roxa e só não doía por causa da anestesia, mas só de olhar eu sentia a dor no meu coração.
Eu vou matar o desgraçado que fez isso comigo.
Depois que o médico saiu, veio uma enfermeira me dar remédio. A mesma desgraçada que lavou a minha perna com brutalidade.
— Pra que é esse remédio aí? — olhei de relance enquanto ela preparava o bagulho. Eu não confio nela.
— Pra dor.
— Tu num vai mexer mais na minha perna não, né?
Dor dos inferno!
— Tenho que fazer o curativo. Limpar tudo. O médico só fez a sutura.
— Precisa não. Eu mesmo limpo.
— Esse é o meu trabalho.
— Eu tô te dano folga. Tá ligado?
Essa muié não tem pena de ninguém não. Mão pesada dos inferno!
— Precisa sim, Felipe. — ela ficou rindo de mim. — Por que não quer? Tá com medo?
Ela é véia. Eu posso conta a verdade, mesmo que a verdade seja vergonhosa.
— Aqui pra nóis. — curvei meu corpo pra falar com ela. — Não gosto muito de agulha não.
Ela sorriu.
— Normal. Muita gente tem medo de agulha.
— Num tem um jeito de parar essa dor não? Esses remédio não tão prestando não. — eu tomei o remédio que ela deu fazendo careta.
— Já tem uma fisioterapeuta vindo. Ela vai cuidar disso e tirar o inchaço também. — começou a limpar a minha perna.
— Com agulha? — fiquei apreensivo.
Uma risada de mulher apareceu na porta do meu quarto. Levantei a cabeça e vi uma doutora da minha idade mais ou menos, toda bonitona, cabelo alisado, meia loira, com o rosto todo limpinho, segurando uns papel, sorrindo.
— Pode ficar tranquilo que eu não vou usar agulhas. — ela garantiu, entrando no quarto e olhou direto pra minha perna, depois pra mim. — Gabriela, Fisioterapeuta. — estendeu a mão pra mim sorrindo e eu apertei.
Eita mulher bonita e cheirosa da gota!!!
— Felipe, a seu dispor. — dei uma piscadela.
— É um prazer, Felipe. Eu volto pra te tratar assim que seu curativo terminar de ser feito. Ok? — ela tinha um otimismo na voz.
— Beleza, madame. — assisti ela saindo da sala. Eita visão. — Sabia não tinha doutora bonita assim aqui nesse hospital. — comentei com a enfermeira e ela ficou dando risada.
— Essa aí é nova. Toda cuidadosa. Você não vai precisar chorar com ela.
— Chorar? — estranhei essa conversa. — Cê já me viu chorano, Madame?! Cheia de gracinha pá cima de mim, heim.
Ela só fica dando risada.
Eu quero é pegar essa doutora no papo. Cara de patricinha mas dá um caldo não, dá é uma sopa inteira.