10 - Quem?

1038 Words
Apesar de reviver todo o seu luto de uma única vez, quando Anne lhe disse aquelas palavras, Diego viu sentido nelas. É claro que ele precisou se acalmar primeiro e pensar. Seu amigo precisava dele. E, nesse momento, a única pessoa mais próxima de uma família que Diego possui, é Antony. Mas ele havia se afastado, por Ana. Voltar agora seria como trair sua amada. Enquanto Diego pensava, Anne apareceu ao seu lado e colocou sua mão no ombro do amigo. _ Diego, me desculpa! Você está sendo o melhor amigo que meu marido poderia ter. Nos protegeu e continua fazendo isso. Eu não tenho esse direito. De te pedir pra voltar. _ Não é isso, Anne! Tem uma história por trás. _ Está tudo bem! Eu fiquei nervosa e descontei em você. Não posso fazer isso. É só que, eu amo tanto meu marido! Estamos passando por uma situação difícil em nosso casamento, mas nada disso anula o quanto eu amo esse homem! Me preocupo muito com ele e com a sua segurança. Diego se acalmou mais e se virou. Olhou nos olhos de Anne. Tinham tanto brilho quanto os olhos da sua Ana. _ Você me lembra ela! Enfim, deve se preocupar mesmo. Guerras no mundo da máfia são um banho de sangue. _ Ela quem, Diego? Diego saiu. Anne pensou que ele a deixaria ali sozinha, mas não. Ele voltou com um retrato em suas mãos. Na foto, uma mulher que ele estava abraçando por trás. Os dois sorriam e os olhos tinham um brilho lindo. _ Até seus nomes são iguais! - Diego quebrou o silêncio primeiro. _ Ela se chama Anne Livy? _ Não! Ana. Ela era brasileira. Anne em português é Ana. _ Entendi. Mas o que aconteceu com ela? _ Está morta! Anne levou uma de suas mãos à boca em expressão de susto. Ao ver o rosto de Anne olhando para ele, Diego resolveu contar a sua história com Ana. Os olhos de Anne Livy ficaram marejados pela triste história do melhor amigo de Antony. Ela ficou pensando no quão difícil estava sendo para ele cuidar de uma Ana e com filhos. Fazendo isso sabendo que não eram a sua Ana e seu filho. E sendo obrigado a conviver com eles. _ Eu já me decidi. Vou voltar! Vou ajudar Antony. - Diego disse. _ Não! Você se aposentou. Não pode voltar. Eu estava errada, me perdoe! _ Não, Anne! Você está certa! Antony me ajudou. Onde todos viam um marginal, um delinquente, Antony viu um homem com boas habilidades. Graças a ele eu tive a chance de conhecer Ana. _ Mas Diego! _ Acalme-se Anne! Eu não me importo se morrer. Na verdade, eu bem que gostaria de rever minha amada do outro lado. Isso se me permitirem, depois de tudo o que eu fiz. Mas eu vou viver, por ela e pelo meu anjinho. E vou fazer isso da maneira que eu faço de melhor. Sendo o homem que seu marido me ensinou a ser! Apesar de ainda estar triste por Diego, Anne sentiu um certo alívio ao saber que seu marido não estaria mais tão sozinho. Enquanto isso, em Paris, Antony estava passando por maus lençóis. É que Agripa havia chegado à cidade. Porém, um de seus juízes foi morto com toda a sua equipe. _ Não tem como ser Agripa! Não é possível que ele esteja assim, tão forte! _ E se ele estiver senhor? Antony olhou e viu um de seus homens. Um amigo que o ajudou em tantas batalhas. Hoje não passava de um segurança pessoal. _ Se ele estiver então vamos ter que fazer a mudança do poder o mais rápido possível. Ou eu terei que trazer alguém da sua aposentadoria. _ Se me permitir, senhor! _ Fale, meu amigo! _ A segunda opção, nesse momento, é a melhor. _ Se eu o trouxer da sua aposentadoria, sabe que isso vai significar uma coisa? Eu, você e toda a nossa equipe. Vamos ter de voltar a ativa. _ Eu não acharia r**m um pouco de ação, senhor! Antony sorriu. Ele também não achava r**m um pouco de ação. Ele era um homem que fazia as coisas acontecerem e não esse burocrata atrás de uma mesa que ele estava virando. Bem no instante em que Antony pegou o seu telefone, ele tocou. Um número desconhecido. _ Vejo que está em sérios problemas, garoto! _ Agripa! _ Se recorda bem da minha voz! _ Diga o que quer, eu não tenho todo o tempo do mundo! _ Eu quero o que é meu por direito e que você me roubou! Simples, não acha? _ Anne nunca foi sua! _ Anne? Quem falou dela? _ Eu sei muito bem que está atrás da minha mulher, sempre esteve! _ Está bem enganado, garoto! Eu quis sim essa mulher, mas quando ela estava com o inútil do Augustus. Agora, que ela teve filhos, não me interessa mais. _ Então, se não é Anne que quer, o que seria? _ O meu navio com a minha carga, oras! Pare de se fazer de desentendido. Eu sei muito bem e de fonte segura que você me roubou essa carga. Escute aqui, Antony Ferraz, se não me devolver esse navio com a minha mercadoria intacta, mato um por um de seus homens! _ Espera aí, tem alguma coisa errada! Eu não roubei nenhum navio com carga sua. _ Eu sei que ele está atracado no seu porto, então como foi que não roubou? _ Agripa, preciso te ver pessoalmente. Tem algo que precisa saber. Se esse navio estiver realmente no meu porto, o devolvo a você inteiro. Mas eu tenho certeza que não está e você vai gostar das informações que eu vou te passar! Antony desligou a chamada. Essa era a resposta que ele precisava. Agripa não estava forte. Nunca esteve. E nunca o atacou. Alguém brincou com os dois. Só poderia ser isso, afinal, se Agripa estivesse tão forte assim, teria invadido o hotel atrás de Antony e o mataria. Um roubo da mercadoria de outra pessoa é uma violação muito grave entre eles. Isso independente de qual máfia você pertence. Alguém está querendo causar uma guerra. Mas quem?
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