Capítulo 11 - A sala secreta

1031 Words
Dois dias se passaram desde a ligação de Agripa para Antony. E nada havia acontecido ainda. Antony resolveu chamar o conselho e pedir que enviem mais juízes. Ele os comunicou sobre a morte do outro juiz e de seus aliados. Isso deixou muita gente irritada. Mas, quando Antony falou a respeito da ligação de Agripa, algo diferente aconteceu. Alguns membros do Conselho lhe pediram cautela pois acreditavam que tudo não passava de uma mentira. Já um outro m****o, chamado Vasquez, reagiu de maneira diferente. Ele incitava Antony a ir atrás e procurar a verdade a qualquer preço. Se preciso for, ele deveria usar toda a sua força para colocar esse tal Agripa em seu devido lugar. Para Vasquez, Antony deveria mostrar a força da família Ferraz. Apesar da insistência de Vasquez, Antony e o restante do Conselho optou por mandarem apenas mais dois juízes, além do que já estava em Paris. Quanto a Agripa, ele teria total cuidado. Seriam feitas investigações a respeito do que Agripa os acusou e, somente depois, haveria alguma ação. Se for necessário. Mas Antony ficou preocupado. A reação daquele homem m****o do Conselho foi estranha, afinal, o Conselho sempre deve evitar confortos diretos com outras máfias. _ Não é possível, acho que estou ficando paranóico! - Antony pensou em voz alta. Era preciso pedir ajuda. Ele nunca foi bom em ter paciência pra fazer esses joguinhos, agora tem alguém que é mestre nisso. Antony pegou seu celular e discou o número quase que sem olhar. _ Pois não? _ Pai! Preciso da sua ajuda! _ Me dê algumas horas que chego aí. Enquanto isso, Anne Livy e Diego chegaram ao Hotel. _ Meu marido, por favor! - Anne ordenou a recepcionista. Ela pegou o telefone e, cerca de cinco minutos, apareceu um Antony correndo pelo corredor. _ O que está fazendo aqui? - Ele a abraçou. Sua pergunta era um misto de alegria por vê-la e preocupação por ela estar no meio de uma enorme confusão. _ Viemos ajudar você, meu amigo! - Foi Diego quem falou. Antony soltou Anne dos braços, mas permaneceu segurando sua mão enquanto abraçava seu amigo com a outra. _ Vieram? Mas e sua aposentadoria? E as crianças? - Antony ainda estava eufórico. _ Se acalme, meu amor! Ou nesse embalo vai precisar de um médico do coração! - Anne zombou. - Eu convenci Diego a voltar para te ajudar. Você precisa de nós e, se te conheço bem, está perdidinho! _ Viemos no meu jato! Para proteger Anne. Agora, se quiser mais detalhes, precisamos sair do saguão do hotel. - Diego observou. Ele tinha razão. Ali era público demais para discutir assuntos como esse. Sem saber quem os atacava e porque, não poderiam confiar em quase ninguém. Foi aí que Antony os puxou para sua sala. Mas, quando estavam na porta, Diego colocou a mão no peito do amigo o detendo. _ O que foi? - Antony perguntou. _ Veja, na maçaneta! Havia uma micro câmera instalada virada para o lado de dentro. Ela não possuía som, mas quem entrasse na sala com Antony, a pessoa do outro lado saberia de tudo. Diego retirou a câmera com cuidado para que não mostrasse nada dele. Assim não saberiam que ele havia voltado. _ Você nos disse sobre Alfonso. Ele deve ter colocado a câmera aqui. Isso só pode significar que existem mais delas. O hotel não é seguro. - Diego informou. _ Eu sei de um lugar que ele jamais vai suspeitar. Venham comigo! Antony saiu do hotel levando Anne com ele. Como Diego estava de óculos escuros e boné, somente alguém que o conhecesse bem para o reconhecer na rua. Uma vez do lado de fora, Antony virou um beco ao lado do hotel. Lá no final do beco, havia uma porta velha e de madeira. Eles passaram por essa porta com cuidado, para não fazer barulho e nem chamarem a atenção de ninguém. O lado de dentro estava escuro e cheirava a poeira. Provavelmente ninguém ia ali. Antony ligou a lanterna do seu celular e achou o interruptor. Quando a luz se acendeu, revelou uma sala com sofá, geladeira e um fogão pequeno. Do outro lado da sala, um banheiro. Nada muito luxuoso. Apenas parecia como um esconderijo ou um abrigo para o caso de necessidade. E era. Somente Antony sabia dessa sala. E seu pai, é claro. Mandaram construir ela quando Augustus morreu. Assim teria como se esconder, caso o hotel ou os lugares que costumam frequentar não sejam muito seguros. _ Agora me fale sobre meus filhos! - O tom autoritário de Antony fez Anne perceber o quão sobrecarregado o marido estava. _ Fique tranquilo! Eles estão seguros na minha casa de campo. Mandamos eles para lá enquanto estivermos aqui. Foram cinquenta homens com eles. Lá ninguém vai encontrar os dois já que ninguém sabe que aquela casa é minha. _ Ótimo! Mas isso não isenta a senhora Ferraz! Por que não está lá com eles? _ Porque você precisa de mim aqui! Ou vai me dizer que está tudo sobre controle? Você é turrão e muito egoísta, Antony Ferraz! Eu estava preocupada com você. Por isso achei melhor vir te ajudar. Mas é assim que eu sou recebida? _ Ei, ei... Calma, amor! O que está acontecendo com você? Anne, que ficou com os olhos cheios de lágrimas enquanto falava, começou a chorar em seguida. _ Eu não sei! - Ela tentou falar em meio às lágrimas. _ Ela estava muito preocupada com você, meu amigo! - Diego interferiu. Antony sorriu e abraçou sua mulher novamente. Era muito perigoso ter Anne ali. Mas não ter ela por perto era muito pior. Desde que se casou, Anne tem sido uma parte realmente importante na vida de Antony. Ela o ajuda com muitas decisões a respeito dos negócios. Principalmente sua clareza na hora de resolver os mais complicados. O difícil seria a manter segura. Se Agripa estiver mentindo e realmente for ele quem está atacando os Ferraz, então Anne precisa se esconder e não sair de lá para nada. Mas, se não for ele, é muito pior pois eles não tem a menor ideia de quem possa ser!
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