Capítulo 6 - Uma luz

1027 Words
Enquanto Alfonso reunia as informações pedidas por Antony, este último tentava falar com sua família. Pelo horário eles já deveriam estar em casa. Na cabeça de Antony nada de bom passava. Ele já estava pensando em atacar Agripa quando seu telefone tocou. Era um número de um de seus melhores assassinos. _ Diego, meu amigo! Quanto tempo? _ Se esqueceu de mim, senhor chefe Ferraz? - O homem do outro lado da linha sorriu zombeteiro. _ O melhor entre nós? Jamais! Se eu ganhei o apelido que tenho foi graças a você, amigo. Afinal, o que combina melhor que a "Escuridão" para combinar com o "Pesadelo"? _ Agradeço sua lembrança, mas o motivo do meu telefonema é sério. _ Aconteceu alguma coisa? _ Sim! Primeiramente quero dizer que sua família está bem. Estão aqui comigo, na minha casa. _ A minha família? O que aconteceu com eles? Coloque Anne na linha agora! _ O senhor está no viva voz, ela te ouve! _ Estou bem, Antony! Nós todos estamos. _ O que aconteceu? _ Homens a atacaram no avião! Tentaram pegar seu filho quando ele foi ao banheiro! Anne percebeu e foi atrás. Por sorte, eu havia pego o mesmo voo! - Diego respondeu por Anne. _ Obrigado amigo! Fico lhe devendo essa! Agora, se não for abusar, deixe que eles fiquem em sua casa. Aí é mais seguro. _ Está feito! Mas o que aconteceu senhor? Soube que mataram Charles e agora atacam sua família? _ Agripa! _ Esse homem perdeu a noção do perigo? _ Acho que eu é quem perdi o jeito! Não sirvo pra viver atrás da ação. _ Isso é uma verdade! Se me permitir, acredito que devemos lembrar Agripa de onde ele está mexendo! _ Concordo! Agora a questão é, a melhor forma de fazer isso. _ O senhor sabe! O sorriso de Diego do outro lado da linha lembrou Antony dos seus velhos tempos. Ele poderia até estar mais velho e longe da ação já a alguns anos. Mas ele ainda era quem era. E, agora, mais forte que nunca. Antony tinha todo o alto conselho e os melhores homens da família Ferraz a sua disposição. Só que ele é inteligente o suficiente para saber que não se deve começar uma guerra. Mesmo que Agripa o esteja convidando ao ataque, provavelmente contando com o antigo Antony e seu velho modo de agir. Apesar de ter se afastado, o tempo fez bem para Antony perceber o que seu pai tentava colocar em sua cabeça. Não é no impulso e na raiva. Tudo é questão de o quão frio você consegue ser. Antony iria preparar o terreno muito bem. Pois, quando Agripa cair, será diante de todos e ridicularizado o suficiente para nunca mais se atrever a levantar. Mas, se por um acaso, esse homem conseguir tocar um dedo que seja em sua família, Antony esqueceria qualquer diplomacia e burocracia e daria a Agripa o que ele tanto desejava. Após falar alguns minutos com sua querida esposa, Antony desligou a chamada. Após uns minutos de silêncio, Alfonso bateu na porta. _ Senhor o relatório que me pediu! _ Está bem, deixe aí. Obrigado! _ Tudo bem senhor? Me parece preocupado! - Alfonso tentou tirar algo de Antony. Por sorte, Antony já sabe de quem ele é leal. _ Na verdade não. Um amigo foi baleado. Está morto! - Antony falou a respeito de Charles. Afinal, Alfonso já deve saber que Charles era um de seus sócios. _ Sinto muito! Se precisar de mim, estarei na recepção. _ Espere! Por que vai estar na recepção? _ Dois hóspedes novos! Estão no relatório. _ Ok, pode ir! Antony abriu o relatório e verificou os nomes. Por sorte era gente sua. Mas, como andam as coisas, é melhor verificar se são mesmo. Ele fez uma chamada aberta para os membros do Conselho e os informou sobre a situação atual. Para agir seria necessário avisar a todos. Um dos membros do Conselho havia mandado para o hotel dois de seus agentes. Esses homens são considerados os "Juízes". Pois eles verificam as informações e dão a sentença na mesma hora. Informam ao Conselho apenas se o problema foi resolvido. Antony agradeceu a eles. Já tem algum tempo que Antony decidiu deixar as grandes e sérias decisões nas mãos do Conselho. Ele nunca quis a herança que seu pai deixou. Para ele, isso era mais uma maldição que uma herança. Antony faria qualquer coisa para proteger os filhos daquilo que teriam que herdar também. Sendo assim, ele passou a maior parte do poder para as mãos dos membros do Conselho. Somente com suas decisões em conjunto, a família pode agir. Antony segue sendo o chefe. Se ele decidir fazer qualquer coisa sem dizer nada a eles, não podem lhe matar. Apenas punir. Porém, por questões de respeito, ele sempre os informava de cada passo. De cada decisão. Dos lucros e das vendas. Foi assim que decidiram criar os juízes. Pois eles mesmos teriam condições de investigar o necessário. Antony olhou novamente para o relatório e entendeu que Alfonso não sabia sobre os juízes. E isso é ótimo. Eles podem trabalhar e exercer o seu propósito sem interferência. Além de pegar Agripa de surpresa. Pois se Alfonso não sabe, Agripa também não deve saber. Assim que pensou nisso, uma batida suave veio do lado de fora da sua porta. O segurança que estava com Antony na sala abriu a porta. Dois homens trajando terno, gravata, sapatos e camisa preta entraram. _ Senhor! Eu sou Júlio e esse é Henrico. Estamos à disposição. _ Que bom! Vejo que o Conselho já os informou sobre a situação! _ Não! - Júlio falou. - Apenas nos pediram para que viesse até o senhor pois precisará de nossos serviços. Antony explicou a eles tudo o que aconteceu. Desde o que estava desconfiando até a morte de Charles, o ataque a sua família e sobre Lucian e Alfonso. Os juízes tomaram nota de tudo mentalmente. Sem demonstrar nenhum tipo de reação, apenas lhe disseram. _ Deixaremos Agripa para o senhor. Sei que irá apreciar voltar ao seu antigo emprego! Antony sorriu e eles saíram.
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