Capítulo 19 - Alfonso

954 Words
Apesar de Alfonso morar no México a muitos anos, ele não era mexicano. Ele era cubano. Sua família fugiu da ditadura e foram parar no México. Ele era pequeno ainda e por isso, m*l se lembrava dos tempos difíceis que seus pais enfrentaram. Apesar de ter outros três irmãos, Alfonso foi o único que quis estudar e ter uma vida diferente. Seus irmãos logo entraram para o mundo do crime. Eles passaram fome muitos anos e viram nesse mundo uma oportunidade de subir rápido na vida. Já Alfonso, por seus conhecimentos e por suas habilidades com pessoas, foi rapidamente contratado por Augustus para trabalhar no Gran Hotel. Astuto como era, não demorou para se tornar gerente do local e um homem de confiança de Augustus. Ele jamais viu seu chefe com nenhuma mulher, nem achava que ele era casado. Por isso, Alfonso sonhava em ter o Gran Hotel para si. Quando descobriu que este era apenas um de uma rede imensa de hotéis espalhados por diversos países, seus olhos cresceram junto com sua ambição. Augustus lhe apresentou Agripa e Alfonso rapidamente tratou de conquistar esse homem também. Arrumava belas mulheres que iam passar as férias no hotel para que Agripa vendesse em suas casas. Alfonso possuía uma espécie de imã que atraía todos ao seu redor. E ele sempre fazia uso dessa artimanha. Ele nunca perdeu uma mulher sequer que ele se propunha a conquistar. Nem mesmo homens que ele resolvia por bem ter a confiança. Todos se rendiam a suas palavras doces. Mas com Anne era diferente. Aquela mulher parecia estar imune a tudo que ele dizia e fazia. Somente agora, com suas brigas com Antony, ela parecia estar cedendo aos seus encantos. Ela até seria um belo troféu para suas conquistas, mas ele não queria ela por muito tempo. Apenas iria provar de seus beijos e de seu corpo e a dispensaria, como fez com tantas. Quando seu celular tocou em seu bolso, Anne não estava com ele. Por sorte. Ao ouvir a mensagem de áudio do sócio, Alfonso se alarmou. Apesar de astuto e conquistador, ele sabia que não era pário para Antony. E também, Alfonso não sabia o quanto Antony sabia e nem o quanto Charles falou. Se o sócio, em algum momento, falou seu nome, ele estaria perdido. Antony o mataria e deixaria seu corpo em exposição no saguão do Gran Hotel para servir de exemplo. Era preciso agir rápido e fugir. Mas ele queria Anne. Ela o provocava. Assim que ele terminou de ouvir o áudio e fazer os planos para a fulga, Anne entrou na sala da gerência novamente. Ela havia subido para tomar um banho e desceu belíssima. Anne era esperta. Ela sabia que precisava jogar com o orgulho de Alfonso para o prender por tempo suficiente até Antony dar o sinal para que Marcelo aja. E não deu outra. Quando Anne entrou, ela estava usando uma meia calça preta por baixo de um vestido também preto, colado em seu corpo e curto. O vestido m*l cobria metade das coxas grossas de Anne. Ele parecia ser transpassado de um lado a outro e isso desenhava o corpo dela perfeitamente. Seus lindos cachos estavam soltos e cuidadosamente arrumados e sua maquiagem deixava os seus lábios, pintados de vermelho rubro, convidativos. Apesar de parecer um coelho assustado, só de ver Anne, Alfonso mudou direto para um predador pronto para abater sua mais nova presa. Anne foi até a mesa onde Alfonso estava de pé e se sentou ao seu lado, passando bem colada no corpo do homem. Tudo para ele sentir seu perfume marcante. Enquanto isso, na sala secreta que Marcelo estava usando de esconderijo, ele assistia a tudo e ria da cara do Alfonso olhando e babando em Anne. _ Minha nora é excepcionalmente linda! Mas se minha Ariadna estivesse ali, Alfonso já teria entregue o ouro, o bandido e sua vida nas mãos dela! - Ele se atreveu a dizer em voz alta e sorrindo. Marcelo era um homem de negócios para a máfia. Inteligente e muito esperto. Mas, em casa, era o homem mais apaixonado por sua esposa. Ele m*l terminou seus pensamentos quando seu telefone tocou. Um único toque. No visor o nome de Antony. Esse era o sinal. Não levou nem dez minutos para que Marcelo entrasse armado com mais seis homens na sala da gerência. Alfonso tentou pegar Anne para refém, mas ao fazer isso, só parou quando viu que ela tinha uma arma apontada para ele. Ele estava tão distraído olhando para a bela mulher que entrou lhe provocando que não percebeu a arma escondida dentro de seu vestido, em sua coxa. Quando Anne se sentou, ela imediatamente levou sua mão na perna e puxou a arma. Já esperando a hora de seu sogro entrar. Quando Antony chegou no hotel, Alfonso havia sido levado para o mesmo local onde ele trancou Lucian e o matou. O que ele não esperava era que Lucian ainda estava lá. Alfonso ficou trancado no porão com o corpo de Lucian se decompondo e com os ratos que o estavam comendo. É claro que depois de terminar sua refeição no corpo morto, eles sentiriam fome novamente. Antony fez questão de selar a porta com tijolos e cimento para que ninguém jamais pudesse entrar ali novamente e para que os gritos de Alfonso jamais fossem ouvidos. Mas é claro que ele também não gostou nada de ver sua esposa naqueles trajes. A princípio lhe bateu um ciúme louco em saber que aquele homem a olhava vestida daquela maneira. Mas depois, ao ver Anne com os olhos cheios de lágrimas e sorrindo apenas por saber que ele estava bem, seu ciúme desapareceu e deu lugar a sua paixão.
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