Capítulo 2

1548 Words
Logo que saiu do departamento de policia Liane foi para o prédio onde dava aulas de canto a crianças carentes no bairro do Bronx. Amava cantar, assim como amava dar aula de canto coral e violão, não foi um incomodo quando o Padre Gordon propôs que ela desse aulas durante manhã e tarde para as crianças, pelo contrario, simplesmente amou a noticia, enquanto a noite ela se ocupava em fazer sua faculdade de pedagogia. Padre Gordon foi como um pai que ela nunca teve, ele era sempre tão atencioso e mesmo com tantas missões ele sempre muito ocupado em ajudar pessoas, evangelizar, lutar por alguma causa que achasse certo ele foi uma figura paterna e presente em sua vida, junto as irmãs do convento da Igreja de San Miguel Arcanjo. Nunca soube quem foram seus pais, não haviam fotos, nem nada do tipo que ao menos pudesse vê suas feições, a irmã Marilia e o Padre Gordon disseram que ela se parecia com sua mãe, tinha os olhos da mesma cor, os cabelos loiros em um tom dourado e olhos castanhos, soube que sua mãe foi assassinada depois que a abandonou em frente ao convento, e que seu pai sumiu quando soube de sua gravidez. Conhecia a todos na paroquia e era também querida por todos, uma jovem alegre, forte, risonha, doce e inocente. Inocente demais para esse mundo tão cheio de mentira e maldade. Haviam passado três dias desde que foi testemunha de um caso brutal de assassinado, ficou assustada com o que viu e orou muito pela vida da jovem que tinha disso morta por um homem c***l, sentiu uma angustia grande ao vê-la, poderia ser ela em seu lugar, sim, isso a deixou triste e apavorada. Sua aula foi interrompida pela irmã Lucinda que já tinha ligado mais de doze vezes aquela manhã, teve que pedir licença e atender: ─ Irmã Luci ? Oi ! ─ Falou Liane em um tom baixo assim que se afastou da sala onde dava aula. ─ Liane, você precisa vim correndo para cá... O Padre Gordon, os policiais estão o levando, ele é suspeito de assassinar uma mulher. ─ Piscou varias vezes tentando processar o que havia acabado de escutar. ─ Você ainda esta ai? ─ Ah sim, Deus do céu como isso aconteceu? ─ a mulher explicou o pouco que sabia ─ espere por mim, chego ai em vinte minutos. ─ Afirmou e desligou. Se desculpou com a turma e saiu correndo afim de chegar a tempo antes de perder o metrô que sairia as dez hora, bom já eram 09:54h então tinha seis minutos para chegar a tempo. Atravessou entre os carros em meio a avenida movimentada, ouviu sons de buzinas e xingamentos mas ignorou-os. Eram 11:42, a hora que chegou na delegacia, foi cansativo... não chegou a tempo na paroquia então teve que dar uma volta até a delegacia no centro. ─ Você de novo? ─ Perguntou curioso, era o mesmo policial que tinha visto á exatos três dias quando fora testemunha de um caso. ─ Vim aqui porque o Padre Gordon foi detido. ─ Ele franziu o cenho quando lhe ouviu falar, coisa do tipo O que você tem haver com o Padre Gordon? ─ Nós somos da mesma paroquia, na verdade foi criada por ele e pelas irmãs do convento. ─ Assim... entendi, é órfã ─ Ela assentiu. ─ Prazer agente Javier Exposito ─ Esticou a mão e ela a apertou. ─ Prazer Liane ─ Sorriu. ─ Não é p**o para ficar com conversinhas Exposito, vá trabalhar. ─ Ouviu aquela voz e a identificou rapidamente, Sr. arrogante detetive Fernando Boorman, ela gravou bem esse nome. Virou-se e o olhou atrás dela, estava se aproximando, as mãos nos bolsos e uma cara de mau humorado, ele estava com olheiras enormes, imaginou o quanto deveria ser cansativo seu trabalho pois não havia hora para que delinquentes cometessem crimes. Não soube porque seu coração acelerou assim do nada e ficou nervosa. Mas que coisa estranha ! Porque isso agora DEUS ? Lembrou que na primeira vez que o viu também sentiu isso, as pernas bambas até havia caído toda atrapalhava e pior, passou vergonha na frente dele. ─ Sim senhor, já estou indo. Tchau Lih ─ Javier acenou com a mão e ela lhe sorriu. ─ O que está fazendo aqui? Lembrou de algo á mais? ─ Fernando novamente perguntou-lhe. ─ Não quero saber sobre o Padre Gordon. ─ ela inquiriu e murmurou ─ vocês o prenderam, seja lá o que aconteceu ele não é culpado. ─ Ele é suspeito, o pegamos próximo a uma cena de um assassinato, e soubemos informações de que ele tinha ligação com vitima. ─ ele a olhava como se estivesse analisando-a e tentando descobrir qual sua ligação com o acusado. ─ Qual era o nome? ─ Danyellin, tinha trinta e cinco anos, conhece ? ─ Ai meu Deus... eu a vi ontem, ela foi lá na igreja e pediu ajuda ao Padre Gordon pois o marido estava muito agressivo, ele bebia muito. ─ Hum... mas ainda sim suspeito do tal padre. ─ Liane fechou a cara. Parece que ele estava disposto a culpa-lo, sentiu uma certa implicância por parte dele em relação ao padre ─ Não há ninguém santo, tão pouco um padre, psicopatas nunca aparentam ser um até que se prove o contrario. ─ De fato. Mas eu o conheço e sei que nunca faria isso. ─ Como pode ter tanta certeza? Já presenciei muita coisa por isso não descarto tal possibilidade, assim como também suspeito do marido agressivo. ─ Não pode ter sido ele... ─ Porque não? ─ Por que sim? Até agora ele foi detido mas aposto que não tem há nenhuma outra prova contra ele. ─ Tenho que lembra-la que ele foi encontrado sujo com o sangue da vitima, na cena do crime. ─ ele a contestou. ─ Isso não justifica já que ele é um homem que serve a Deus, se eu estivesse em seu lugar e presenciasse alguém agonizando iria tentar salva-la de qualquer maneira e se pra isso estivesse que tocar nela, claro que iria fazê-lo. ─ repontou e o olhou de maneira desafiante ─ Que horas a senhora Daniellyn morreu? ─ Ainda não sabemos ao certo, somente depois que o laudo sair, mas suponho que foi entre nove e dez horas da noite de ontem. ─ Impossível, este horário estávamos fazendo a decoração de natal da paroquia. ─ Afirmou ela convicta do que disse. ─ Isto é você quem esta afirmando, mas trabalhamos com provas não apenas com a confirmação de uma testemunha tonta. Testemunha tonta... Aí essa doeu ! ─ Não estou mentindo... nas entradas da paroquia assim como em todos os portões tem câmeras, você pode confirmar a hora em que ele entrou e saiu! ─ Nada mau ─ Ele disse e saiu andando deixando-a lá parada sem entender ─ Vamos? Ou você vai ficar parada ai o dia todo? ─ Para onde? ─ Perguntou confusa. ─ Para a paroquia, confirma o álibi do querido Padre Gordon. ─ Falou em um tom debochado que Liane não gostou nada. ─ Onde ele esta? ─ Perguntou vendo-o aponta para algo atrás dela e quando virou um senhor de quase setenta anos apareceu em sua frente, risonho como sempre. Ela correu e o abraçou apertado ─ Eu saiu por algumas horas e você já estar metido em alguma encrenca? Gargalhou com sua própria pergunta, era assim a relação deles, amizade, aquele senhor lhe ensinou tudo principalmente seus princípios, eram muito amigos acima de tudo... O padre deu uma batidinha nas costas dela. ─ A filha fui acusado de assassinato e de ser um serial killer ─ Ele disse rindo e olhando para Fernando. ─ Cuidem logo não tenho o tempo todo. ─ Grosso, ele saiu andando na frente e os três foram juntos em seu carro. Durante o percurso ele não disse uma palavra se quer só se ouvia no carro a tagarelagem de Liane e os sorrisos de Padre Gordon, ele não parecia nenhum pouco abalado com aquilo. Mas ela bem que percebeu o olhar de Fernando sobre si pelo o espelho retrovisor do carro. Ele a analisava minunciosamente, ficou um tanto constrangida com isso e até incomodada, ninguém nunca a olhou assim, pelo ou menos não que tenha percebido. Confirmado que não tinha como esta em dois lugares ao mesmo tempo, levando em conta também o depoimento de todas as irmãs e pessoas da paroquia na hora da morte da mulher Fernando foi embora um tanto... zangado, ela também percebeu ou ele já era assim ? Sempre tão turrão e mau humorado. Mas sabia que não tinha sido seu "pai" de coração senhor Gordon uma vez que esteve a noite toda com ela e o resto do pessoal, ele só teve o azar de esta na hora errada quando a encontrou em um beco sombrio próximo a casa dela. Será o mesmo que matou a jovem moça dias atrás? ─ Pensava ela intrigada com o caso,querendo ou não ela estava envolvida nele... bem mais do que deveria. Sua mente envolveu-se a pensar em um Detetive alto, forte, lindo e zangado, nem soube o porque disso mas quando a noite chegou foi dormir pensando nele.
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