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1351 Words
Lorena Gonçalves Alguns dias depois Nós já estávamos a caminho de paraisopolis e eu tinha passado a semana toda pensando naquela proposta para nos mudarmos para aquele lugar, e eu tinha que pensar muito bem né afinal eu tinha um filho de três anos que estava indo junto comigo, eu tinha feito alguns b***s mais aquilo ainda não era suficiente pra mim mudar assim tão rápido e geralmente tinha que pagar as taxas além do aluguel, mas no fim deu tudo certo e Carlos conseguiu uma casinha pequena para nós. E eu não sabia como ela era mas eu confiava nele até por que ele é o padrinho do meu filho e ama ele demais pra mentir pra mim, e eu já tinha conseguido a transferência do Thiago para estudar em uma escolinha mais próximo, e claro que no início ele não gostou muito pois ele não queria sair de perto dos seus amiguinhos, mas agora ele está bem mais tranquilo. Com o Carlos é procurado nos saímos no meio da madrugada pois é um dos horários que tem menos movimento e também é a troca de turno dos policiais. — Já está tudo pronto ? — Carlos me pergunta e eu assenti pegando meu filho no colo, e o mesmo estava todo agasalhado, e como nós não tínhamos tanto dinheiro assim pra gastar com uber nos fomos andando — Sim já esta tudo arrumado — dei um sorriso e o mesmo me abraçou e pegou a mochila em seguida — Você quer que eu leve ele ? — o mesmo me pergunta — Não precisa, se eu cansar eu te entrego ele — o mesmo assente e verificou se tinha munição na sua arma e então ele esconde ela na cintura Saímos daquela casa e coloco a chave dentro do vaso de plantas como a dona tinha mandado e então seguimos pelos becos escuros e bem longe da visão dos canas, e não demorou para que nós conseguisemos sair do morro e eu comecei a rezar baixinho pedindo para que Deus abençoar o caminho até paraisopolis, afinal era quase três da manhã e só tinha dois adultos e uma criança pequena. — Mamãe — meu filho murmura sonolento e eu olho pro mesmo que estava me olhando confuso — Pra onde a gente está indo ? — Nós estamos indo para a casa nova meu amor, pode voltar a dormir — Falo e aliso o rostinho dele que logo volta a dormir, pego a sua chupeta e coloco na boca dele E se vocês perguntarem do por que ele ainda usa chupeta aos três anos é por que foi a única saída que ele conseguiu achar depois da morte do pai, e se eu tirar dele o mesmo começa a chorar muito, e só tem apenas um ano que ele se foi e o meu menino se lembra perfeitamente de tudo o que aconteceu, mesmo ele sendo novinho. — Tá muito frio — Carlos fala e eu concordo com ele pois estava bem frio mesmo — Você quer a minha blusa ? — Ele me pergunta — Não eu estou bem, a minha blusa é quentinha também, mas obrigada mesmo assim — Ele assente e me abraça E nós fomos o caminho todo conversando, mas tudo o que estava passando na minha mente era a mudança que estava mais nos meus pensamentos do que na minha vida real, depois de algumas horas chegamos em paraisopolis e era bem diferente do que heliópolis, era quase quatro da manhã e o becos estavam bem movimentados e tinha bastante homens com fuzis e essa a realidade de qualquer morro. — Opa, fala aí patrao ? Vocês estão procurando o que ? Vocês não vieram pro baile né ? O patrão não está deixando mais ninguém entrar pois já está lotado lá — um dos garotos fala e ele era bem novinho, e olha que eu era uma pessoa bem viciada em ir em baile mais hoje eu não sou mais — Eai suave, não viemos para o baile não, eu me chamo Carlos e eu aluguei a casa na rua 12 — Aquela casa amarela ? — Carlos assente, então o garoto se afasta um pouco falando no radinho e depois ele volta — Vamos lá eu vou levar vocês no carro, até por que demora um pouco pra chegar lá e a pé pode ser um pouco perigoso e você ainda tá com o menor aí — Nós assentimos e seguimos até ele — Apenas relaxa, aqui é tranquilo — Eu espero que seja mesmo — Falo e ajeito o meu pequeno no colo e então entramos no carro — Aqui sempre tem baile dia de semana ? — Pergunto — Apenas quando tem alguma data especial ou de semana sim e semana não, mas a maioria sempre é no fim de semana mesmo — Ele fala dando de ombros — É sempre uma loucura quando é dia de baile — É tô vendo mesmo — Carlos fala e olha pro lados vendo as pessoas bêbadas Não demorou muito pra nós chegarmos até a casa, e por fora ela era pequena mais também não mostrava muito e Carlos tinha me falado que nela tinha um corredor que levava para o quintal. — Bonita não ? — Carlos me pergunta enquanto fechava o portão e então caminhamos até o final daquele corredor — Sim ela é linda, mas como vamos pagar por ela ? — Eu pergunto com um certo receio e o mesmo olha pra mim com um sorriso nos lábios e então abriu a porta da casa e por dentro ela era toda mobiliada — Eu dei os meus pulos, então se preocupe — olho pra ele e o mesmo me da um beijo na testa — Apenas confie em mim Lorena — Eu confio em você, só não quero que você esteja envolvido com mais merda — Fica tranquila, eu já recebi o dinheiro daquele assalto que nós fizemos entendeu ? Então eu já paguei os primeiros meses de aluguel da casa, e depois nós iremos trabalhar para pagar o restante tudo bem ? — Ele respondeu e coloca a mochila no sofá e eu respiro fundo — Eu pensei que você tivesse recebido tudo antes do Yuri ser preso — Eu recebi, mas ainda tinha as joias que eles conseguiram vender agora por causa do policiais — Entendi — Falo sem querer entrar naquele assunto — Vem, vou mostrar mostrar a casa pra você — assenti e segui ele Aquela casa era pequena mas era bem lindinha, a sala tinha dois sofás um pequeno tapete e algumas planilhas, tinha uma cômoda e uma TV, um banheiro, a cozinha era bem maior e eu amei cada cantinho dali, a pequena janela dava para o beco, a única coisa r**m era que tinha apenas um quarto. — Só tem apenas um quarto ? — Falo e me viro para Carlos que estava me olhando despreocupado — Sim eu sei, você pode ficar com o quarto, eu durmo na sala não tem problema — Ele fala — Mas vice pagou o aluguel então pode ficar com a cama, eu durmo na sala e você fica lá com o Thiago — Não tem essa, pode ficar você e o Thiago lá e acabou o assunto — E quando eu ia reclamar ele tampou a minha boca — Pode dormir aí e as nossas coisas já estão aqui, e amanhã começamos a organizar as coisas, a comida temos pouca mais amanhã eu resolvo isso — Obrigada por tudo — Falo e dou um sorriso e ele me deu um beijo na testa — Não precisa agradecer, boa madrugada — Igualmente — Falo e dou um beijo na sua testa também, ele deu um beijo na testa do Thiago e então saiu do quarto Solto um suspiro e então deito o meu pequeno na cama e cubro ele com a mantinha que o padrinho deu pra ele, já eu demorei um pouco para dormir afinal era um lugar novo. Votem Comentem Até o próximo capítulo
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