CAPÍTULO 3

1921 Words
Yala Smith O suor escorre por todo o meu corpo enquanto me concentro para me manter equilibrada, estou com o meu peso bem distribuído entre as minhas pernas, isso me da mais leveza em cada movimento que faço. A minha adversária também está fixa na sua posição, ela está com os olhos cerrados, mostrando que está atenta a tudo que eu faço. Incrível! Isso que eu mais admiro nela, o modo que ela consegue analisar toda uma situação, mesmo sabendo que está em desvantagem, pois eu já fiz quatro pontos, enquanto ela ainda não conseguiu nenhum pontinho sequer. Olho para o relógio que esta cronometrando o tempo da luta, vejo que estamos há cinco minutos dentro do tatame, ou seja, chegou a hora de acabar com isso. Paige vem na minha direção e vamos as duas para o chão, porém eu consigo ficar em cima dela, viro o meu corpo rapidamente dando uma chave de braço certeira nela. Paige bate nos meus braços desistindo da luta, e eu saio vitoriosa. Acabou! — Yala Smith é a vencedora. — Sensei Benjamin Black que também é o dono da academia avisa, fazendo todos aplaudirem o grande espetáculo que acabaram de assistir. Eu vou até a minha amiga e estendo a mão para ajudá-la a se levantar, quando fica de pé percebo que está chateada por não ganhar essa. — Você esta bem? — pergunto. Ela acena com a cabeça fazendo que sim. — Você foi incrível. — diz assim que consegue se fixar de pé. — Você também foi. — digo. — Mas, perdi de novo. — fala arrasada. — Mas não desistiu, e isso é o que mais importa. Sorrimos e saímos do tatame, pois uma próxima luta vai começar. — Arrasaram meninas! — Benjamin Black vem com duas garrafas de água e um pano em nossa direção. — Tudo que eu precisava. — Paige fala pegando primeiro e jogando parte da água no seu corpo. — Vocês com certeza são as melhores professoras que eu tenho aqui na academia. — Benjamin fala nós elogiando. Sorrimos. — Para de puxar o nosso saco. — Paige fala revirando os olhos. — Ele está com medo de nos perder para outras academias de artes marciais. — falo para provocá-lo. — Primeiro vocês estão fazendo um complô contra mim. — ele fala colocando a mão no seu peito mostrando o quanto está ofendido, e isso nos faz rir. — Segundo, não posso mais elogiar as minhas queridas professoras que acabaram de dar um show para os outros alunos? — pergunta. Olho para Paige e colocamos a mão na cintura olhando para ele de cima a baixo. — Tudo bem Benjamin, você ganhou. — falo levantando as minhas mãos em rendição. — Isso mesmo, eu desisto de continuar nesse assunto, pois no final, você vai querer sair ganhando. — Paige arqueia as suas mãos também. — Ainda bem que vocês sabem que eu estou certo. — Benjamin fala convencido dando de ombros. Reviramos os olhos. — Agora, eu tenho uma novidade, abriu uma nova casa noturna aqui próxima e... — nem deixo Paige continuar falando e a interrompo. — Não, mesmo. Eu preciso treinar um pouco, e sabe que estou lutando muito para conseguir mudar de faixa. — falo mostrando a minha tão sonhada faixa marrom na parede. Ela suspira. — Yala, sabe que essa faixa já é sua amiga, e uma balada não faz m*l a ninguém. Existe vida fora desse tatame sabia? — pergunta colocando a mão na cintura. — Isso mesmo Yala, existe vida fora dessa academia, eu recomendo você ir se divertir um pouco, aproveite o final de semana. — Benjamin orienta. Reviro os meus olhos, pois percebo que não vai adiantar negar. — Tudo bem, eu vou. — Aeee — Paige pula em animação. — passo na sua casa a noite para te pegar. — Tudo bem. — falo mesmo sem vontade. — Agora vou organizar o meu apartamento. — Okay, e eu vou aproveitar para ir fumar rapidinho. — Benjamin fala vindo atrás de nós. Gargalho. — Só você mesmo. — eu falo balançando a cabeça de um lado para o outro. — Ei, não venham me julgar, adquiri esse vício quando estava quase falindo e nunca mais parei. — ele se defende. — Infelizmente isso me fez cair no rendimento, não é atoa que eu não luto mais, então nunca façam isso meninas, pois só vai acabar com vocês. — ele orienta. Aceno. — Sabe que jamais te julgaria. — falo. Mesmo eu não sendo fumante jamais ia julgar alguém que é, até porque esse mundo já tem julgadores demais, e falo isso por experiência própria. — Nem eu. — Paige fala arqueando as mãos em rendição. Me despeço dos meus amigos quando estamos no estacionamento, e vou em direção a minha moto, poderia ser uma mulher tradicional usar um carro de preferência, mas, nunca gostei disso, claro que sei dirigir um carro, porém, é a alta velocidade que me excita. Gosto da sensação de adrenalina que passa por todo o meu corpo, é como se eu me sentisse no comando quando estou pilotando a minha moto, ou até mesmo no tatame, eu me sinto sobre controle da minha vida. Quando escolhi o Jiu-Jitsu como esporte, eu já sonhava em ser professora, e principalmente subir cada vez mais de faixa, então corri atrás dos meus sonhos. O meu pai sempre quis que eu fosse uma menina tradicional que gostasse de festas com temas da Barbie junto com o mundo das princesas, mas eu sempre gostei das artes marciais e de motos, então desde pequena as minhas festas tinham que ser assim, nada de Barbie ou qualquer outra princesa, tinha que ser alguém lutando Caratê, Jiu-Jitsu, ou um tema que envolvesse uma moto, ele ficava louco, pois eu era diferente das filhas dos seus amigos, pois todas elas eram patricinhas de primeira. Não era com intenção que fazia isso, mas eu realmente não me enquadrava naquele meio. Sou de família rica, aprendi a me comportar adequadamente na marra já que o ambiente em que eu vivia precisava passar uma boa impressão para a alta classe de empresários que o meu pai convive, quando entrei na faculdade de administração o meu pai achou que eu ia assumir os negócios da família, já que sou sua única herdeira, mas assim que me formei, precisei ter uma conversa séria com ele, pois eu queria seguir o meu próprio destino, e não era atrás de uma mesa de escritório, claro que o meu pai ficou ressentido, porém, entendeu que eu não queria aquele mundo naquele momento, precisava ter o gosto de fazer as minhas próprias escolhas, e ele mesmo chateado torce pela minha felicidade. Mas claro que tem esperança de algum dia eu querer comandar o seu império, o grande e magnifico Palácio Smith Duncan. É uma grande rede de hotéis que o meu pai tem com o seu sócio há quase meio século, ele ama aquele lugar, costumo dizer que a vida do meu pai é aquele hotel, sem ele acredito que morreria. Enquanto eu estou aqui seguindo o meu caminho em outro país, o meu pai esta nos em Nova York comando os negócios. Subo na minha moto e vou para o meu apartamento que fica próximo da academia. — miau Assim que entro no apartamento a minha gata Penny vem passar no meio das minhas pernas, a seguro no meu colo e faço carinho na sua cabeça. Panny era a gata dos meus ex-vizinhos do apartamento ao lado, quando eles se mudaram deixaram a gata para trás dizendo que não tinham como ficar mais com ela, pois a sua nova residência, não aceitavam animais, claro que achei um absurdo, então ao ver Panny sentada em frente à porta deles, esperando alguém abrir a porta, eu a chamei para o meu, nunca mais ela foi embora, e se tornou a minha maior companhia. — Sentiu saudades princesa? — pergunto. — miau — ela mia mais uma vez — Vou colocar comida para você. Assim que deixo Penny alimentada vou colocar o meu celular para carregar, infelizmente hoje me esqueci de levar o carregador para academia, com certeza o meu pai deve ter me mandado uma mensagem como faz todos os dias de manhã, e ficamos alguns minutos conversando. Enquanto o celular carrega entro para tomar um banho, assim que saio do banheiro, vou até o meu telefone e o ligo, percebo que não há mensagem do meu pai, estranho. Decido ligar para ele, mas infelizmente vai para caixa postal, isso me deixa preocupada, o meu pai não é de fazer isso, tem algo errado. Uma sensação de desespero tenta tomar de conta dos meus pensamentos, mas me mantenho firme, pois desespero nessa hora de nada vai resolver já que nem estamos no mesmo país. Decido ligar na mansão, no terceiro toque a empregada atende. — Mansão da família Smith. — Harper, boa tarde é a Yala. — Menina... tudo bem? — ela pergunta, mas percebo o seu nervosismo. — Estou bem, mas aconteceu alguma coisa com o celular do meu pai? — pergunto. — Estou tentando ligar para ele, mas está indo para caixa postal. Ela fica em silêncio. — Harper está aí? — volto a perguntar. Escuto a sua respiração funda do outro lado da linha. — Senhora, o seu pai pediu para não dizer nada à senhora. — O que? Diz o que Harper? — pergunto levantando da cama rapidamente. — Senhora, o seu pai passou m*l. — o meu coração acelera com as suas palavras. — Ele teve princípio de enfarto. Começo a respirar com dificuldade. — Porque você não me falou Harper? — a minha voz sai cheia de julgamentos. — Deveria ter me ligado, quando tudo isso aconteceu? — pergunto nervosa. — Desculpe senhora, mas você melhor do que ninguém conhece o seu pai. — percebo que está chateada pela forma que falei. Fecho os meus olhos, sabendo que ele não ia deixar ninguém me falar mesmo, pois o meu pai sempre foi cabeça dura e não gosta de incomodar os outros com os seus problemas, mesmo eu sendo filha dele, nesse momento entro nesse requisito. — Desculpe, eu conheço ele, mas meu pai está em qual hospital? — pergunto. — Ele está no hospital que sempre fez atendimento, senhora, mas passa bem, os médicos disseram que ele passou perto de um enfarto, porém, está bem, só vai precisar se cuidar. Aceno em negativo. — Estou indo para cidade. — tiro uma bolsa de dentro do closet. — Senhora, seu pai está bem, isso aconteceu devido ele está passando por muito estresse ultimamente. Paro no lugar surpresa. ‘’como assim o meu pai tem passado por muito estresse’’ — pergunto-me em pensamento. — Me diga agora o que aconteceu para o meu pai ter sofrido um enfarto Harper. — Senhora, por favor, não me coloque em problemas, se está vindo para cidade, pode conversar com ele pessoalmente, mas não me obrigue a dizer. Respiro fundo. — Tudo bem Harper eu entendo, estou voltando para casa e converso com ele pessoalmente, obrigada. Desligo. — miau. Seguro Panny nos meus braços. — Princesa, nós vamos voltar para cidade natal da mamãe. A única pergunta que passa na minha mente é: O que está acontecendo para o meu pai está vivendo sobre tanto estresse? ‘’a senhor Steven o que tem escondido da sua filha’’ — penso enquanto organizo a minha mudando para os Estados Unidos da América. Continua...
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