O violoncelo

893 Words
Narrado por Beatriz No dia seguinte: Como estou de folga do trabalho, fico mais um pouco na cama, mas sou acordada com os gritos da minha tia Adelina. — Santo deus, mas o que aconteceu desta vez? — falo olhando para o relógio que marca 9h05 da manhã. Levanto-me rapidamente e vou ter com ela, que está à porta a discutir com alguém. — O que se passa, tia? — pergunto a tentar perceber com quem ela discute. — O que se passa é que este moço quer deixar aqui esta encomenda enorme, já lhe expliquei que aqui de casa ninguém mandou vir nada, mas ele insiste que este mostro aqui embrulhado é para esta morada. Eu até acho que isto é uma bomba, olha só o tamanho disto? Reviro os olhos, a minha tia é uma exagerada. Quem mandaria uma bomba para aqui? Se acha importante, só pode. Tento perceber o que se passa. — Bom dia, moço, a encomenda tem a morada certa? É que nós aqui em casa não mandamos vir nada. — falo calmamente com o homem que já está com o seu semblante carregado de raiva. — Olhe aqui, — me estica um papel — se a senhora ali me deixa-se falar, nos tínhamos entendido, agora assim fica difícil, ela não deixa falar. — o homem me informa indignado. — O que você me está a chamar? Fala barato? — ela pergunta chocada. Santo Deus, que conversa de malucos. Olho o papel que o homem me deu para as mãos e vejo que a morada condiz e me espanto, por ver que a bendita encomenda enorme vem no meu nome. — Mas o nome que vem na encomenda é o meu! — falo surpresa — Mas eu não mandei vir nada! Mas que coisa tão estranha é esta! Chego perto da encomenda e r***o o papel que a envolve e vejo que só pode ser um violoncelo, a sua bela capa salta à vista, uma capa "Tarttan Bag Slim" fabricada com materiais de altíssima qualidade, costuras e alças reforçadas, para minimizar riscos de quedas e proteger o instrumento contra avarias. A sua cor é linda, bordô e preta. Estou abismada com o que os meus olhos veem. Abro o fecho da capa e coloco de imediato as minhas mãos na boca, tal é a minha surpresa ao ver diante dos meus olhos um belíssimo Violoncelo Yamaha VC20G. Este instrumento custa 5777,00 euros,(30 347.32 reais),(5 782.2 USD), nem nos meus melhores sonhos eu conseguiria comprar esta beleza. Quando comprei o meu Violoncelo foi já usado e custou 300 euros e me custou muito a dar porque para juntar aquele dinheiro foi complicado, visto que a minha tia fica quase com todo o meu dinheiro, mas consegui comprar. — Como é? A encomenda fica ou vai? Já perdi muito tempo aqui. — ele fala desagradado com a situação. Vejo um cartão lá dentro e abro — Deixe-me só ver de quem é, para ter a certeza que não é um engano. "Minha belíssima Beatriz, aqui está a minha prenda pelo m*l que aqueles delinquentes te causaram. Nada está destruído e muito menos os teus sonhos, apenas tudo está a começar. Alessandro Barone" Caramba, o bonitão me deu esta prenda? E que prenda. Mas porquê? — Mas quem te deu isso, Beatriz Ferreira? No que tu andas metida? Eu assino o papel do pobre homem, que já está farto de nós. Ele vai embora de imediato em passo apressado. — Fiz-te uma pergunta, Beatriz! — ela diz me segurando pelo braço. — Tia, estás a magoar-me. — digo. — E vou te magoar mais se não começares a falar. — ela me ameaça — Onde arranjaste dinheiro para comprar outra merda dessas? — Eu não comprei nada, não vês que foi um presente. Ela larga o meu braço e me finta irritada — É quem te daria um presente desses? O que fizeste para te darem isso? Andas a prostituir-te Beatriz? — ela pergunta histérica — Ai tia, que conversa, claro que não ando a fazer nada disso, apenas… Sou interrompida com batidas na porta. A minha tia vai abrir e logo ouço a voz da vizinha da frente. — Adelina, vem cá, tenho uma coisa para te contar. — A nossa conversa não fica por aqui! — ela diz olhando para mim, mas saindo logo de imediato para a rua atrás da vizinha. Graças a Deus, a coscuvilheira da vizinha me salvou de um sermão e******o e desnecessário. Levo o meu novo bebé para o meu quarto e ali fico a admirá-lo. Mas, como ele sabe a minha morada? Ah sim, pelo aplicativo quando chamei o Uber. Desgraça, agora ele sabe onde eu moro. Mas de repente me dou conta de uma coisa. Por que raio ele me ofereceu um presente destes? Qual a sua intenção? Sim, porque aqui na minha frente está uma pequena fortuna. — Que estranho. Tiro então o violoncelo novo para fora, me posiciono e começo a tocar. Que maravilha, até o som que sai das cordas me parece mais bonito. Quando estou a tocar, perco a noção do tempo. — POR FAVOR, PARA COM ESSA MERDA DE Barulho. — ela entra no meu quarto aos gritos me assustando. Doida, meu Deus. — E agora me explica bem explicadinho, quem te deu isso e porquê menina!
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