Muitas Dúvidas

1149 Words
— Como assim, foram encontrados? — pergunto perplexo. Já ninguém tinha a mínima esperança que eles fossem encontrados. — Eles tiveram todos estes anos num mosteiro, Alessandro, — Alonso me informa — os Pellegrini os raptaram de facto e os torturaram para falar, mas eles conseguiram fugir com a ajuda de um segurança e foi aí que se esconderam no tal mosteiro, mas não podiam sair, ninguém podia sequer saber que eles estavam vivos. — De facto, todos pensámos que eles estavam mortos. — Sim, foi propositado para os deixarem em paz e principalmente a garota. Aqueles filhos de uma égua maldita vão pagar caro, pelo que fizeram com o meu filho e com a minha nora, Alessandro. — diz Alonso irritado. — E eu ajudo. — falo sério. — Eu sei, tu nunca me deixarias m*l, confio em ti de olhos fechados. — E eles falaram alguma coisa para eles? No tempo que lá estiveram presos? — Ettore diz que não disse nada, Luísa também fala o mesmo. — Ainda bem, eles voltaram na hora exata. — Por isso eles voltaram, agora entramos nós, Alessandro. — Eles falaram onde ela está? Alonso sorri vitorioso. — Sim, finalmente vou conhecer a minha neta, e o contrato agora vai sair. O teu pai vai ter que voltar também. — O meu pai está doente, Alonso, tu sabes bem isso, achas que é uma boa ideia ele voltar agora com a minha mãe? — pergunto preocupado. — Não há necessidade de voltar já, mas eles têm que vir depois para o casamento. — Será que a tua neta vai aceitar a proposta? — Pelo que o Ettore e a Luísa falaram, acho que ela não tem muita escolha não! — E se os Pellegrini a encontrarem? — Por isso, temos que mandar já homens para a começarem a vigiar e, não deixar que nada de m*l lhe aconteça. — Vamos então tratar já disso, Alonso, eu quero falar com o Ettore e com a Luísa, agora mesmo! — Claro, vamos lá então, eles também querem te voltar a encontrar, eras pequeno na última vez que eles te viram. Vamos então falar com eles que me explicaram tudo e me disseram onde ela está, pelo menos onde a deixaram há 10 anos atrás. Ela era uma adolescente, mas agora é uma mulher. Fico nervoso, porque muitas dúvidas me passam pela cabeça. Como ela será? Será bonita? Será leal? Não sei, mas vou descobrir brevemente. O Tempo Foi Passando Narrado por Beatriz — Deixa de ser doida, Ana, tens cada ideia! — rio com a parvoíce dela. — Meu Deus, Beatriz, aparece-te o Salvador da pátria, salva-te de quatro delinquentes e ainda te oferece um violoncelo novinho em folha, mais caro que todo o meu guarda roupa! E ainda por cima, como tu dizes é lindo como tudo? Ai amiga, tu acorda para a vida. — Maluca. — Só a mim é que não me aparece um jeitoso desses, só me aparecem piolhosos e ramelosos, cruz credo, que triste. — ela faz cara de cachorro abandonado. Eu dou uma gargalhada. — Só mesmo tu para me fazeres rir. Ela olha para mim encurtando o seu olhar. — O que a tua tia doida fez desta vez? — ela pergunta. Ana sabe de toda a história. — Oh, o mesmo de sempre, sabes como ela é. — falo triste. — Não me digas que ela ameaçou te colocar na rua de novo? Encolho os ombros. — Pois, o mesmo de sempre, só diz que eu fico se lhe der todo o meu ordenado. — Ai, Beatriz, tu tens que te livrar dessa mulher, ela não é tia, ela é uma diaba sem coração. — E o que queres que eu faça, Ana, que a mate? — falo na brincadeira. Ela parece pensar. — Hum, não seria má ideia. — É sério, Ana? Sinceramente. Ela gargalha alto. — Tens que arranjar maneira de saíres daquela casa. — Como, Ana, é tu caríssimo, com o meu ordenado não consigo nem pagar a renda de uma casa bem pequena. — digo triste. — Gostava tanto de te conseguir ajudar, mas infelizmente não sei como. Ana vive com os pais e mais dois irmãos, mas todos se dão bem, são uma família muito bonita, já eu, só tenho a tia Adelina, que sempre foi muito má para mim, nunca demonstrou nenhum tipo de afeto, fala m*l para mim, me humilha, diz que eu não valho nada e que a culpa de tudo isto é da minha mãe, que se meteu com uma merda de um estrangeiro e que eu sou tão mazinha, que nem os meus pais me quiseram. Penso numa conversa, que eu e a minha mãe tivemos há muitos anos atrás. — Anda filha rápido, preciso que fiques uns dias na casa da tia Adelina. — Ai mãe, por favor, porque eu tenho que ficar na casa da tia Adelina, ela não gosta de mim, mãe. — Como não gosta de ti filha, deixa de falar asneiras, ela é minha irmã, não te fará m*l. Eu cruzo os braços por baixo do meu peito chateada. — Tu sabes que não é bem assim, mãe, ela não esconde de ninguém que não gosta de mim. A minha mãe segura em ambas as minhas mãos e olha nos meus olhos. — Beatriz, eu preciso que confies em mim, — ela diz séria — eu e o pai precisamos de ir resolver uma coisa importante e não sei quando voltamos, se correr tudo bem, será no máximo uma semana. — E se correr m*l? — pergunto curiosa. Ela desvia os seus olhos dos meus. — Não posso pensar nessa possibilidade, vai correr tudo bem, vais ver. Ela me abraçou e me deixou na casa da minha tia Adelina, que logo de caras não gostou nada da ideia de ficar comigo alguns dias. Passava os dias na escola e corria para casa da tia Adelina, com esperança que os meus pais tivessem voltado, mas eles nunca estavam e assim o tempo foi passado " O certo é que seja o que for que os meus pais foram resolver deve ter corrido m*l, porque eles não voltaram. Eu tinha 15 anos quando eles me deixaram na casa da tia Adelina, e já se passaram 10 anos depois disso. Não sei se eles estão mortos ou vivos ou se simplesmente me abandonaram à minha sorte. A minha tia tem sido o meu calvário, ela fica com quase todo o meu dinheiro e passa todo o tempo a me xingar. Ela nunca casou, é tão r**m que não houve um homem sequer que a quisesse. Como eu gostava que acontecesse um milagre, para eu me livrar desta vida de merda que eu tenho. A única coisa que me alegra é eu conseguir realizar o meu sonho, ser a violonista que tanto anseio ser.
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