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734 Words
**Capítulo 2** **Pesadelo narrando** — Quem são esses? – eu pergunto pra Martin e Jk, já sentindo o clima tenso na boca. — Esposa do Rodolfo – Martin responde, dando uma olhada na mulher que tava na porta, toda largada. — A velha drogada? – eu pergunto, com a cara fechada. — Tá devendo horrores – ele responde, sacudindo a cabeça. – Aluguel, luz, água e, claro, muita droga. — E a filha também, né? – Jk solta, com aquele jeito despreocupado. – Deve no mercadinho e ainda o Dantas não quis vender leite pra menina mais nova, então fui eu que paguei. — Você pagou? – Martin pergunta, olhando pro Jk com cara de quem não acredita. — Claro, ia deixar a criança sem leite, né? Eu não sou desse tipo, não. – Ele acende um baseado, dando aquela tragada. — Coloca na lista, então. Manda os vapores lá amanhã, acompanha o JK. A gente avisa que a próxima cobrança vai ser diferente, já sabe, né? Se não pagar, a gente mata. – Eu falo com a voz calma, mas cheia de ameaça. — Pode deixar, chefe. – Jk responde, já sabendo o que fazer. Rodolfo era um dos nossos, mas já foi. Ele se foi e com ele, levou toda confiança. Se a família dele tava devendo, que pagasse. A velha lá, ganha uma grana boa com a pensão do cara, mas gasta tudo e ainda fica com dívida no morro. Não tem essa de passar pano pra ninguém, não. Se tá devendo, tem que pagar. — Fiquei sabendo que o Ricardo voltou pro Rio – eu falo, jogando o assunto na roda. — Esquece o Ricardo, Pesadelo – Martin responde, como quem quer se livrar dessa história. — Esquecer? – Eu solto uma risada seca. – Ele foi o responsável pelo acidente com a Bianca, e isso eu não vou deixar barato. — Faz dois anos, cara – Martin fala, meio cansado do papo. — Pode passar 20, 30, 40 anos, que eu não vou esquecer, não. – Eu digo, com os dentes cerrados. – Eu quero vingança pela morte da minha mulher. Martin me encara em silêncio. Ele sabe que isso é pessoal. Bianca foi a única mulher que eu realmente respeitei, que fez parte do meu jogo aqui. Aquele filho da p**a matou ela e, por mais tempo que passe, eu não vou deixar isso de lado. Nunca. A porta se abre e Karina entra, com aquele jeito dela, sempre querendo algo. — Pesadelo – ela fala, se aproximando devagar. — Que é isso? Que i********e é essa, Karina? – Eu pergunto, meio irritado. — Só queria falar com você. – Ela sorri, mas é um sorriso forçado. — Fala logo, que tô ocupado. – Eu respondo, já querendo dispensar. — Você não me procura mais. – Ela diz, com um tom meio magoado. — Tô cheio de problemas aqui. – Eu falo, não disfarçando o desinteresse. — Passa lá em casa hoje à noite, então. – Ela insiste, com aquela carinha de quem já sabe que não vai ouvir um "não". — Quer grana? – Eu pergunto, direto. — Você sabe que lá em casa as coisas estão difíceis... – Ela dá uma respirada, quase como se estivesse esperando que eu oferecesse algo. — Quem sabe eu passo lá mais tarde, mas agora vaza, tenho umas coisas pra resolver. – Eu falo, mandando ela se mandar. Ela assente com a cabeça, sem dizer mais nada. Acendo um baseado e fico ali, pensando nas próximas jogadas. Jk volta pra boca depois de um tempo. — Já organizei tudo, chefe – ele fala, com aquele sorriso de quem fez o serviço direito. – A gente vai cobrar a mulher, mas... — Mas o quê? – Eu pergunto, já impaciente. — Ela já foi cobrada antes, várias vezes. A mulher do Rodolfo. — Já? – Eu falo, surpreso. — Já. Não foi uma vez, foram várias. — Então, vai lá e cobra de novo. Se ela se negar a pagar, me chama que eu resolvo isso de uma vez por todas. — Fechou, chefe. – Jk responde, saindo rápido, já sabendo que a ordem é pra ser cumprida sem erro. Agora é só esperar, porque o morro não tem lugar pra quem não paga o que deve. A dívida vai ser cobrada, e quem se negar vai ver o que acontece.
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