Capítulo 4

1679 Words
Meu filho chora mais alto e eu o alcanço. Os olhos do homem se voltam para ele antes que ele cheire o ar. Eu o encaro, confusa, e puxo meu filho para meu peito como se ele estivesse ameaçando tirá-lo de mim. — É apenas temporário; por favor, não chame os serviços de proteção à criança — Eu digo a ele, e ele inclina a cabeça para o lado. Seu olhar parece ser mais de ponderação do que crítico. — O seu carro funciona? — Ele pergunta, olhando para ele antes de chutar um pneu. — Eu não tenho combustível. Eu vou sair amanhã, eu prometo — Eu digo a ele, em pânico. Talvez ele seja um trabalhador do conselho? Duvido disso por causa de seu terno caro. Ele olha para mim, franzindo levemente o nariz. — Você me parece familiar — Ele murmura. Eu engulo, perguntando se ele lembra de mim, mas ele não parece se lembrar, e eu também não quero que ele questione de qual alcateia eu era. Meu pai e seu Alfa não têm um bom relacionamento. No entanto, talvez se ele pudesse me levar para ver o Alfa Valen, ele poderia ajudar com seu filho. No entanto, esse pensamento também me assusta, ter que enfrentar o homem que me ignorou e se recusou até mesmo a fazer um teste de DNA. Ele se recusou a vir conferir, afirmando que minhas palavras eram mentiras, mas se ele o conhecesse, ele veria. Sempre podemos sentir nossos próprios parentes. Eu encaro o Beta, perguntando se ele vai embora, mas ele abre ainda mais a porta do porta-malas antes de estender a mão. Eu me afasto mais para trás, procurando uma arma caso eu precise. — Se acalme. Não posso te deixar aqui sabendo que você está dormindo no carro com um bebê — Ele diz, pegando o assento do carro — Eu vou embora, apenas não leve meu filho — Eu digo a ele, que me olha como se eu estivesse louca. — Eu não vou levar — E seus olhos dizem isso — Eu quero ajudar — Ele está sendo sincero. — Você quer ajudar? — Repito, um pouco descrente. Devo ter ouvido errado. — Vamos lá, você pode ficar na casa da alcateia até eu falar com o meu Alfa — Ele diz, me chamando para a frente — Pegue uma troca de roupa. Podemos voltar para o seu carro amanhã — Ele diz. Aterrorizada, não me mexo. Faz tanto tempo desde que alguém me ajudou. Ele suspira antes de eu pegar uma bolsa e colocar uma lata de fórmula, a bolsa de fraldas e algumas das minhas roupas dentro da bolsa maior. — Vamos lá, você prefere uma casa quente ou um carro frio? — Ele pergunta. Eu olho para baixo para o meu filho, pensando se devo confiar nele. Ele pega o assento do carro. Eu saio, e ele me entrega meu guarda-chuva antes de fechar o porta-malas. — Por aqui — Ele diz, caminhando até o carro dele. Eu o sigo até seu carro elétrico azul-esverdeado. Sempre me perguntei por que ele não dirige para o trabalho. E por que ele deixaria um carro tão caro em uma estação de trem? Ele coloca o assento antes de coçar a cabeça.  — Você sabe como prender isso? — Ele pergunta, e eu aceno com a cabeça. — Ok, você coloca, e eu vou segurar o seu... — Seus olhos se voltam para o meu filho — Filho — Eu digo a ele, e ele acena, estendendo os braços para ele. Ele o pega de mim, e eu me inclino, certificando-me de ficar de olho nele enquanto prendo o assento antes de me virar. Recuperando o bebê, eu o prendo na cadeirinha antes de entrar ao lado dele. O Beta então me entrega a bolsa antes de fechar minha porta. Ele liga o aquecedor quando entra antes de olhar para mim no espelho retrovisor. — Seu filho tem olhos de cores estranhas, me lembra o Alfa. Ele é a única pessoa que conheço com olhos de âmbar, além de seu pai — Ele diz. Eu olho para o homem e ele desvia o olhar, olhando de volta para a estrada. Ele definitivamente tem os olhos do pai, mas fico calada. Embora talvez essa seja a minha chance, ele poderia perceber se visse seu próprio filho. Podemos sentir nossa própria família, além disso, a semelhança deles era inconfundível. — Quem é o seu Alfa? — Eu pergunto, fingindo que não sei. — Valen, o Blood Alfa — Ele diz, seus olhos se voltando para os meus no espelho novamente, avaliando minha reação às suas palavras. Sinto a excitação borbulhar em mim, sabendo que estou certa sobre quem ele é. — Ele vai ficar bem com você trazendo uma rogue para o território? — Eu pergunto a ele. — Ele não estará lá, e eu vou falar com ele amanhã. Você está com fome? — Ele pergunta, e minha barriga ronca alto ao mencionar comida. Ele ri do barulho. — Vou considerar isso um sim — Ele diz, e meu rosto esquenta. Dou a chupeta ao meu filho, seus olhos âmbar me observando na escuridão do carro. — Qual é o seu nome? — Everly — Eu respondo. — Nome estranho. De qual alcateia você era ou você nasceu rogue? — Não, eu estava em uma alcateia — Eu respondo. Recuso-me a dizer a ele qual; não é segredo que a alcateia da minha família e o Blood Alfa estão constantemente em guerra. — Seu nome? Posso dizer que você tem sangue de Beta — Eu digo a ele. — Marcus, e sim, eu sou o Beta do Valen — Ele diz antes de entrar em um drive-thru. Eu pego minha carteira — Eu não quero o seu dinheiro — Ele diz antes de fazer o pedido — O que você quer? Não digo nada, me sentindo desconfortável, então ele pede duas coisas iguais. — Ele está dormindo? — Ele pergunta, e eu olho para o meu filho. Aceno com a cabeça enquanto ele se aproxima da próxima janela. — Venha para a frente — Ele diz, o que me faz olhar para o meu filho novamente, preocupada — Eu não mordo, pule por cima — Ele diz, batendo no banco do passageiro. Desprendo o cinto de segurança antes de ir para a frente. Colocando o cinto de segurança rapidamente, percebo que ele não tem uma marca no pescoço; ele ainda não encontrou a sua companheira. Uma mordida no pescoço sempre significa que qualquer pessoa, homem ou mulher, foi “marcado” por seu companheiro. Ele abre alguns porta-copos e coloca as bebidas neles antes de me passar um saco de papel. — Você pode comer no carro — Ele diz. Agradeço e abro a caixa do hambúrguer dele, deixando-o pegar. Marcus estaciona na beira da estrada antes de acender a luz interna para que possamos ver antes de se virar no banco para me encarar. — Coma. Eu não vou te machucar — Ele diz. Abro a caixa do hambúrguer, o cheiro fazendo meu estômago derreter. Minhas mãos estão tremendo enquanto pego o hambúrguer. — Você está com frio? — Ele pergunta, aumentando o aquecedor. Aceno com a cabeça. É mentira. Eu estava bem no carro; é o fato de que não como uma refeição quente há muito tempo, ou mesmo apenas comida real que não seja espaguete enlatado ou barras de granola. Dou uma mordida no hambúrguer e um soluço quase escapa dos meus lábios; eu sou rápida para reprimir para que ele não ouça. Mastigo devagar, saboreando o gosto e o calor. Olhando para cima, vejo que ele está me observando enquanto come seu hambúrguer. Coro, envergonhada por ele estar me encarando. Ele deve pensar que sou patética. Me sinto patética aceitando ajuda de um estranho. — Obrigada — Eu digo a ele enquanto dou um gole no refrigerante gelado. Ele espuma na minha garganta e língua, mas tem um sabor muito bom. — Onde está a sua família? — Ele pergunta curiosamente. — Ele é a minha única família — Eu digo a ele, olhando para o meu filho. — Eles te expulsaram, não é, por não estar acasalada? Engulo em seco, olhando para baixo. — Minha mãe era uma mãe solteira, não uma rogue. Meu pai morreu e ela me criou sozinha. Ela lutou, mas tinha a alcateia. Deve ser difícil não ter ninguém — Ele diz. Eu não digo nada. O que posso dizer? Que sou a filha desonrada de um Alfa? Comemos em silêncio, e pela primeira vez em muito tempo, me sinto satisfeita, mas mesmo assim, ele me entrega suas batatas fritas, dizendo para eu comê-las antes de ligar o carro novamente. Após vinte minutos de carro, percebo que estamos nos aproximando da minha antiga alcateia até que ele entra em uma estrada que vai na direção oposta. Leva mais vinte minutos de carro pelo território dele antes que ele pare em uma casa grande de três andares. m*l consigo ver através da escuridão da noite, mas consigo dizer que parece moderna. — Você está bem? Passar pela fronteira não te deixou enjoada? Abano a cabeça. É estranho. Normalmente, os rogues ficam enjoados ao atravessar uma fronteira, mas eu não. — Hum, estranho — Ele murmura. — Tem certeza de que posso ficar aqui? — Sim, ninguém está aqui, e você pode ficar no meu quarto esta noite; eu tenho patrulha da alcateia, então não estarei em casa. Eu aceno.  — O Alfa não vai se importar? — Eu pergunto. — Nah, ele nem vai saber até eu vê-lo amanhã. Ele está festejando na cidade esta noite; você terá o lugar só para você — Ele diz, abrindo a porta. Eu saio antes de dar a volta no carro e pegar meu filho. Marcus coloca a bolsa sobre o ombro e coloca a mão nas minhas costas, me mostrando a porta da frente. Observo enquanto ele destranca a porta antes de fazer um gesto para que eu entre.
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