Narrado por Edson
Meu mundo desmoronou depois que li aquela mensagem, o que aconteceu com ela? Será que ela me deixou? Não! Não pode ser. Nós estávamos felizes, ela jamais me deixaria. Minha mãe vendo o meu estado, se aproxima de mim.
Margaret: O que foi, bebê?
Bebê, não!!!
Edson: A Andréia não vem.
Margaret: Como assim? Ela não pode fazer isso.
Pedro: Estou tentando falar com o pai dela, mas, não consigo. Só está dando caixa postal.
Pela primeira vez, eu vi a Tati desesperada.
Tati: Eu conheço minha amiga, ela jamais faria isso.
Margaret: Então, por que... ela... não... não...
Eu vi minha mãe ficar pálida.
Edson: Mãe, o que foi?
Margaret: Eu... Eu...
Meu pai a segura antes que ela chegasse ao chão.
Pedro: Querida! O que ouve?
Já era... Ela desmaiou... Pronto! Agora não resta mais nada que possa dar errado. Eu ajudo meu pai a coloca-la dentro do carro e vamos para o Hospital. Os convidados, tentam entender o que está acontecendo, eu não paro para conversar com ninguém. Ainda não consigo acreditar no que está acontecendo, estou em pedaços. No caminho, meu pai tenta reanimar minha mãe, ele está muito preocupado.
Pedro: Margaret, por favor, acorda! Fala comigo, por favor!
Edson: Checa o pulso dela...
Pedro: Está fraco! Meu filho anda logo com esse carro.
Eu acelero, nem sei mais se é para chegar logo no hospital, ou se é para fugir de mim mesmo. Logo na entrada do hospital, eu vejo a polícia, ambulância e uma grande movimentação. Vejo o coronelito perto da porta de entrada.
Pedro: O que será que está acontecendo?
Edson: Deve ter sido um bêbado que deve ter atropelado alguém.
Saímos do carro e logo peguei uma cadeira de rodas para coloca-la. Felizmente, ela recobrou a consciência.
Margaret: Eu não preciso de cadeira de rodas, eu consigo andar.
Pedro: Nem pensar, você não vai andar até saber o que aconteceu com você.
Eu vejo o Daniel se aproximando dos policias um pouco aflito.
Daniel: Onde está a minha irmã? O que aconteceu com ela?
O que? Aconteceu alguma coisa com a Andréia?
Edson: Pai, vai entrando que eu te encontro lá dentro.
Eu não quis preocupa-los com isso, preciso saber o que está acontecendo, antes de informa-lo.
Coronelito: Não sabemos direito, mas, ela parecia atordoada quando a encontramos. Ela falava da mãe, queria saber onde ela estava.
Daniel: Da mamãe? Como assim?
Edson: O que está acontecendo? O que aconteceu com a Andréia?
O coronelito me olha surpreso, como se tivesse se perguntando: Como ele soube?
Coronelito: Eu iria te ligar, quando soubesse como ela está.
Edson: O que aconteceu?
Coronelito: Ligaram para a delegacia, dizendo que tinha uma garota na pista de pouso do aeroporto estava perguntando pela mãe. Quando vi quem era, não acreditei. Seu olhar estava confuso. Nós chamamos uma ambulância e a trouxemos para cá. Foi chamado um psicólogo e um psiquiatras para avalia-la.
Eu fico abismado e preocupado com o que ouço.
Daniel: Psiquiatra? Minha irmã não é louca?
Coronelito: Precisamos certificar do que está acontecendo com ela.
Edson: Em que quarto ela está?
Coronelito: Ela foi para a ala da psiquiatria, ela está com os médicos agora.
Eu e o Daniel entramos no hospital e nos informamos qual era seu quarto. Quando entramos no quarto, somos barrados pela enfermeira.
Enfermeira: Vocês não podem entrar aqui.
Edson: Eu preciso saber como ela está.
Enfermeira: O que o senhor é da senhorita Andréia Nunes Reis?
Edson: Ela é minha esposa.
Enfermeira: Ela deu entrada em estado de choque, não falava coisa com coisa. Demos para ela um sedativo e acabou de pegar no sono. Os médicos estão a examinando, quando eles terminarem eles vão falar com vocês.
Edson: Deixe-me vê-la, por favor!
Enfermeira: Sinto muito! O senhor não pode entrar, recomendo que aguarde os médicos terminarem de examinar na sala de espera.
O Daniel me puxa pelo braço.
Daniel: Vem! Deixe-os trabalhar.
Edson: Eu sabia que ela não me abandonaria, mas, o que aconteceu para ela entrar em estado de choque e encontra-la no aeroporto?
Daniel: O que quer que seja, vamos descobrir em breve.
Fomos para a sala de espera e encontramos o seu João e meu pai sentados conversando. O Seu João se levanta, vem na minha direção e me abraça.
João: Eu sinto muito... Não sei o que aconteceu com ela.
Edson: Ela perguntava pela mãe?
João: Eu não sei direito, ela parecia confusa e desesperada. Dizia que tinha visto a mãe, ela está com a mesma reação no dia do acidente.
Daniel: Como assim?
João: Se lembra de que depois do acidente, ela não parava de perguntar pela mãe?
Edson: Mas, porque no aeroporto?
João: Isso é o que eu queria saber.
Pouco tempo depois os médicos chegam, para nos informar sobre o estado dela.
Medico: Quem são os parentes da senhorita Andréia nunes reis?
Edson: Eu sou o marido dela.
Medico: Ela acabou de acordar, ainda está um pouco atordoada, quer saber onde a mãe dela está. Pode ser que ela não reconheça alguns de vocês. A memória de curto prazo parece ter sido afetada. Então, talvez ela não lembra de algumas coisas.
João: Como isso aconteceu?
Medico: Isso é uma pré-disposição genética, ela tem isso no seu organismo. Geralmente acontece quando tem um estresse excessivo, ou quando está sofrendo uma pressão muito grande.
Edson: Como o casamento?
Medico: Sim! Provavelmente.
Será que é minha culpa? Afinal, as coisas aconteceram com a gente de uma forma tão rápida, que nem pensei nela, como ela estava se sentindo. Ela parecia feliz, tranquila. Será que foi eu que causei tudo isso?
Narrado por Andréia
Eu acordo meio grogue, vejo que tem alguém no meu quarto. Droga! O que ela faz aqui? A v***a da Letícia está falando ao telefone e nem percebe que eu acordei.
Leticia: Acho que não vai ser necessário executá-la agora.
O que? Executar quem? Eu?
Letícia: Ela tem uma pré-disposição genética, com certeza ela não vai lembrar-se do que aconteceu no aeroporto e talvez nem se lembre do marido dela.
É claro que eu me lembro do meu marido. Como esquecer aquele homão. E o aeroporto, eu... Bem o que eu estava fazendo no aeroporto?
Letícia: Sim, ela fala da mãe dela, mas, não parece com o que aconteceu no aeroporto.
Ah, sim. Agora me lembro.
Letícia: Ok, Daniela! Se ela se lembrar de alguma coisa, ou falar do que aconteceu, eu sei como apaga-la sem dá vestígios.
Ops! Estou lascada. A Daniela está por trás disso? Ah, ela me paga. Mexeu com a pessoa errada. Vou precisar fingir que perdi a memória, voltar o dia do acidente da minha mãe, antes de conhecer o Edson... Droga! De novo, não! De novo essa v***a vai ganhar? Mas, essa será a última vez. Ela mexeu com quem estava quieto. Ela vai pagar por isso.
Letícia: Ok! Vou ficar de olho nela.
De repente, a porta do quarto abre. Eu finjo que ainda estou dormindo. Sento alguém tocar minha mão, esse perfume eu conheço, é de alguém que vai sair mais machucado dessa história.
Edson: Andréia, eu estou aqui, meu amor. Abra os olhos.
Letícia: Talvez, ela não te reconheça.
Edson: Esse estado, é permanente?
Letícia: Infelizmente, sim!
Meu coração despedaça em varias migalhas, eu não suporto ter que mentir para ele. Principalmente, por causa de sua irmã. Felizmente, fiz um curso de teatro quando fazia jazz. Está na hora de colocar em prática. Eu abro os olhos devagar e vejo meu pai, meu irmão e o Edson segurando minha mão.
Andréia: Onde eu estou? Cadê a mamãe?
João: Você não se lembra do que aconteceu?
Eu balanço a cabeça em sinal de negativo. Eles se olham preocupados e a Letícia me olha atentamente. Não posso falhar.
Edson: Você se lembra do nosso casamento?
Eu finjo surpresa e parece que todos acreditam.
Andréia: Casamento? Eu? Eu nem conheço você.
Vejo seus olhos lacrimejando. Droga, eu odeio isso.
João: Filha, ele é seu marido. Vocês estão casados no civil e hoje seria o casamento na igreja. Você não se lembra de nada?
Eu olho no fundo dos olhos do Edson e vejo que ele tem esperança que eu o reconheça.
Andréia: Eu sinto muito, mais eu não me lembro de nada!
Vejo pelo seu olhar que seu coração está despedaçado. A Letícia parece ter acreditado, o que é bom para mim. Agora, só preciso pensar de como vou conseguir tirar a Daniela do meu caminho. Bem, já que começamos, vamos colocar um pouquinho de drama. Eu finjo mais um ataque de pânico como eu tive depois do acidente da minha mãe.
Andréia: Eu quero ver a minha mãe!