Fuga

899 Words
Três semanas depois. 4 anos e 10 meses antes da ascensão de Valmont Gaia se esgueirou pelos corredores da mansão dos Gertrudes, cada passo, o seu coração batia. Odiava o lugar com todas as suas forças, mas a causa era nobre: precisava ver Aimee. A sorte que tinha, era que Orla conhecia bem os corredores da mansão e estava ali para ajudar. __ Estamos quase lá — sussurrou Orla, com os olhos atentos a qualquer sinal de movimento. — O quarto que Aimee fica no final deste corredor oeste, mas não faça barulho, se um dos patrões pega você aqui, eu morro junto. Aimee te espera. Gaia assentiu, tentando manter-se calma. As memórias desagradáveis associadas à mansão a incomodavam, Willian Guertrudes era o monstro dos seus pesadelos, e agora ele tinha dois filhos, Valmont e Luigi. E Aimee estava à mercê dos dois. O som distante de vozes ecoando nas paredes quase a fizeram vacilar, mas ela apertou o passo. Orla parou diante de uma porta grande. __ É aqui — falou Orla, quase sem fazer barulho. — Vou ficar de olho para garantir que ninguém veja. Gaia respirou fundo e, com cuidado, abriu a porta. Dentro do quarto, Aimme estava sentada na cama, perdida em pensamentos. Quando ouviu a porta abrir, levantou a cabeça, surpresa ao ver Gaia. __ Gaia! — exclamou Aimee, levantando-se rapidamente, mas Gaia rapidamente colocou um dedo nos lábios. __ Shhh! — Gaia alertou, sua voz um sussurro urgente. — Temos que ser silenciosas. Orla me ajudou a chegar até aqui. Aimee correu para abraçar Gaia, a gratidão evidente em seus olhos. __ Eu sabia que você viria, mas corre perigo, se Valmont a pega aqui, é capaz de entregar você para o pai dele. __ Como está? _ Levando, mas não aguento mais esse lugar. Gaia acariciou os cabelos de Aimee, prometendo-lhe: __ Vamos sair daqui juntas. Tenho um plano, mas precisamos ser rápidas e cuidadosas. Aimee assentiu, os olhos arregalados de esperança e medo. Gaia olhou ao redor do quarto, observando cada detalhe. Notou uma janela grande coberta por cortinas pesadas. Seria uma rota de fuga possível? Ela caminhou até a janela e a abriu levemente, espiando o jardim abaixo. __ Orla, venha aqui — sussurrou Gaia pela porta. Orla se aproximou rapidamente. — Precisamos sair daqui. A minha mãe disse que esconde Aimee em meu quarto, e depois a levamos para uma casa que o meu avô tinha. __ E depois, Gaia? E quando a barriga dela crescer?Como vão cuidar do parto se ela tiver alguma complicação? E se William , Valmont e Luigi for atrás dela e a encontrar na sua casa? Gaia suspirou e Aimee disse. – Ela tem razão, todos vão pagar. Até mesmo seu noivo. Gaia abraçou Aimee e disse – Eu queria ajudar. Sinto muito. — As coisas vão melhorar, se eu estiver grávida mesmo, posso ao menos ter um bom lugar. Valmont prometeu que não toca em mim mais. – E acreditou nele? – Gaia.. – Ele parece um monstro como o pai. – Talvez seja, mas não tenho como fugir, não tenho, mas vá Gaia, antes que tenha problemas. Gaia entregou uma bolsa para ela e tirou um xale que Aimee gostava e colocou nos ombros da amiga. __ Adeus. – Eu tento vir mais uma vez, eu prometo. – Não venha, se o Baba a pega vai ser machucada, se tudo der certo em alguns meses, tenho uma casa e posso ao menos receber você, se o seu marido permitir que me veja. – Fergus vai ser bom pra mim. Orla deu um sorriso triste, Fergus também era um demônio, mas não quis causar tristeza para Gaia. – A leve Orla e obrigada pela ajuda e pelo cuidado comigo. __ Está bem, vamos rápido — sussurrou Orla de volta. Mas Aimee resolveu ir, preferia se arriscar, talvez não estivesse grávida e conseguisse fugir. Sairam rapidamente. As três começaram a se mover rapidamente através do jardim, mantendo-se nas sombras. __ Temos que alcançar o portão dos fundos — disse Orla. — Há uma pequena passagem que os guardas raramente vigiam, a outra entrada já está sendo vigiada. O som distante de uma porta batendo e vozes se aproximando fez com que os seus corações disparassem. Eles aceleraram o passo, o pânico começando a se instaurar. __ Por aqui! — Orla apontou para uma trilha escondida entre os arbustos. Elas se esgueiraram pela trilha, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Finalmente, avistaram o portão dos fundos. Era velho e enferrujado, com uma pequena a******a na parte inferior. __ Vamos, rápido! — disse Orla, ajudando Gaia a passar primeiro e depois Aimee. Assim que todos passaram pela a******a, ouviram vozes alarmadas vindo da mansão. Alguém tinha notado a sua ausência. __ Corram! — falou Gaia. As três começaram a correr pela floresta além do portão, a adrenalina dando-lhes forças. As luzes da mansão começaram a brilhar atrás deles, mas eles não olharam para trás. Continuaram correndo, determinados a alcançar a liberdade. Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, chegaram a um pequeno caminho de terra. Ofegantes e suados, eles pararam para recuperar o fôlego. __ Conseguimos — disse Gaia, entre respirações pesadas. — Estamos livres. Eram uma ilusão imatura, Gaia era jovem, Aimee também e Orla só quis ajudar em sua simplicidade de uma mulher que nem mesmo sabia ler, ninguém fugia da máfia irlandesa.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD