PHOEBE – Em busca da jóia perdida.

CAPÍTULO 01

Phoebe

Atualmente

Minha respiração já é descompassada, estou com os nervos a flor da pele. Tudo aconteceu de uma forma que eu ainda nem consegui digerir. Me lembro do dia que achei que veria Sebastian pela última vez, lembro da angústia que senti.

Eu não sabia ao certo o porque estava tão preocupada em nunca mais vê-lo, ou talvez eu soubesse e só estava com medo de admitir que eu não via mais minha vida sem ele. Que eu não sabia como me acostumar a uma rotina sem ele.

Depois de minha decepção amorosa, eu não queria me abrir para o amor, não ainda.

Não estava nos meus planos conhecer Sebastian, não estava nos meus planos me apaixonar. Na verdade, eu fiz mais que me apaixonar, não sou apenas apaixonada por ele, eu o amo. Amo no pleno sentido da palavra.

Bash cuidou de mim, quando eu estava quebrada ele me concertou, ele esteve lá para mim no momento mais delicado da minha vida. Ele mostrou como é ser amada, como é ser cuidada por alguém que não precisava fazer isso.

Desde aquele dia, o meu último dia como sua cliente e primeiro dia como sua mulher, eu me sinto a pessoa mais feliz do mundo porque ele me fez assim.

Temos quase dez anos juntos, isso é muito tempo, nós temos uma história. História de cuidado, amor, paciência e superação. Mas mesmo com isso tudo, é incrível como ainda sinto as coisas mudarem quando ele está perto, aquelas borboletas no estômago. Meu coração bate descontrolado, quando eu o toco é como se eu estivesse tocando o céu e sentindo a maciez das nuvens.

Quando seus braços estão em volta de mim, me abraçando, ah... Eu sinto o mundo parar. Por Deus... eu moraria ali para sempre, fazendo dos braços dele o meu lar. Seu peito é o lugar que eu escolhi para repousar em toda minha vida, mesmo que tudo esteja um caos.

Ainda consigo me perder no tempo quando estou perto dele, querendo aproveitar cada pequeno segundo que temos juntos, mesmo que as vezes eu ache que o tempo poderia ser mais generoso conosco. Enfim, tudo isso me fez ver a profundidade do meu amor por ele, e quando é amor... tudo é intensidade.

Quando é amor... tudo é para ser vivido inteiramente.

Eu entendo isso agora, graças ao Sebastian. Por isso eu o escolhi como meu marido e hoje, me caso com o homem da minha vida. Logo eu que nem pensava que essa frase – O homem da minha vida – existisse.

Hoje eu me torno Phoebe Ian Patt Lews... Hoje, me caso com o Doutor Lews. Aquele que me ensinou a diferença entre obsessão e amor. Estou num hotel onde passei os últimos dois dias me preparando, é um hotel cinco estrelas maravilhoso.

Estou pronta e me encaro no espelho, uma lágrima rebelde desce de mim ao finalmente me ver vestida de noiva. Seguro minha emoção afinal não quero borrar a maquiagem antes mesmo do casamento começar.

Meus pais estão alvoraçados com o meu casamento e a imprensa mais ainda, a caçula dos Patt, herdeira de metade da fortuna, aquela que nunca deu a eles motivo para estar nos tabloides, está dando hoje – um casamento.

— Phoebe? — A voz conhecida da minha cunhada que se tornou mais que uma amiga – e sim uma irmã - chama enquanto ela bate a porta.

— Entre, Âmbar. — Concedo enquanto não paro de me encarar no espelho, deixando minha insegurança vencer por alguns segundos.

Ela entra com toda sua beleza e classe, exibindo suas curvas delineadas num belo vestido azul realçando a cor de seus olhos. Suas mechas negras e brilhosas presas num belo penteado e uma maquiagem marcada, Âmbar é realmente perfeita, dá para ver tudo que fez Nathaniel Patt cair de joelhos.

— Por Deus... — Fala me analisando com olhar emocionado. — Você parece um anjo, criança.

— Isso é bom? — Questiono me virando para ela.

— Tem dúvidas? — Diz enquanto segura minhas mãos gentilmente num gesto amoroso. — Eu vi você chorar, sofrer, passar por situações horríveis inclusive por culpa minha. Tudo que eu queria era que você alcançasse a felicidade, que tivesse um pouco da luz que você emana e do amor que merece, estou feliz por ter encontrado. — É difícil conter a emoção lembrando de tudo e vendo ela aqui na minha frente agora. — E você é sim bela como um anjo, por dentro e por fora, hoje só realçou isso não só com esse vestido bapho, mas com toda sua emoção e amor.

— Está tentando me fazer chorar? — Brinco. — Obrigada, por tudo, por estar comigo nesse momento.

— Eu não estaria em qualquer outro lugar. Mas bom... sem mais conversas, não vamos deixar Sebastian esperar mais. Sua mãe já está na casa para organizar tudo e esperar sua chegada.

— Então o que estamos esperando?

Seguro a barra do meu vestido e Âmbar me ajuda segurando a calda. O vestido é chamativo, com um rico bordado em pedras, marcado na cintura e a parte de baixo volumosa no estilo princesa, meus cabelos estão bem penteados e a maquiagem leve e elegante.

Caminhamos juntas pelos corredores do hotel, descemos o elevador e logo estamos no Straklher que vai nos levar até a igreja. Meu coração começa a bater mais rápido com a proximidade do momento, algumas pessoas dizem que o casamento é o primeiro passo para tudo dar errado.

Sinto o medo me corroer por dentro, eu não quero que tudo dê errado, não com Sebastian, não com meu conto de fadas.

O carro é rápido, é um modelo clássico e um dos mais caros da coleção Âmbar, a coleção mais famosa do Nate. Então, não demora muito e consigo ver o aglomerado de pessoas e câmeras ao redor da igreja. Essas pessoas não respeitam nem Deus?

Lá se vai minha ideia de ter um casamento íntimo.

O carro vai perdendo velocidade até parar, respiro fundo sentindo todo o meu corpo tremer. Qual é, Phoebe? É só o Sebastian – tento pensar. Mas imaginar todas aquelas pessoas olhando para mim fico a beira do pânico.

— Pronta? — Questiona Âmbar, pronta para descer do carro.

Não consigo responder nada, a não ser lançar para ela um olhar de pedido de socorro. Mas querendo ou não, o momento chegou. Âmbar desce me deixando sozinha no carro e respiro como se estivesse tendo contrações de um parto.

Logo a porta de abre e vejo o meu irmão com a Âmbar já ao seu lado, os dois olham emocionados para mim e fico feliz em ver o sorriso do Nate. Ele me estende sua mão e eu não demoro em aceitar e segui-lo para fora do carro.

— Você está linda, Margarida — Diz gentilmente.

Nate me chama assim desde que eu era uma garotinha, porque a flor Margarida significa pureza, inocência, amor, paz e afeto. Meu irmão me disse que sempre viu isso tudo em mim, em cada pequena coisa que eu fazia e sempre que olhava em meus olhos, por isso, o apelido de Margarida. Apelido esse que pessoas da minha família e alguns amigos antigos aderiram.

— Obrigada, Nate. — Digo ainda trêmula.

— Você está tremendo, tente se acalmar. Tudo dará certo. — Me consola. — Eu sempre quis ver você assim, feliz, sorridente, encontrando alguém. Parabéns pela mulher incrível que se tornou, você merece tudo isso.

— Tudo que me tornei é por causa das pessoas ao meu redor, por sua causa, da Âmbar e do Sebastian.

— Não. Pare de dar o crédito de suas conquistas a outros, tudo isso é você. Agora vamos levar você até o noivo, já estamos atrasados. — Fala enquanto caminha até a entrada a igreja.

Nate abre caminho para passarmos entre as pessoas e suas câmeras, uma das partes boas de ter uma parede como irmão. Quando chegamos na entrada meu pai me espera segurando meu buquê de flores naturais, são lindas margaridas e umas flores menores de tonalidade branca dando um belo contraste.

Paramos em frente a ele, que me olha emocionado. Meu pai entendeu a minha escolha de entrar com o Nate, ele e a Âmbar são meus padrinhos mas ela o encontrará lá na frente. Nate é segundo homem da minha vida. Nós passamos por muita coisa juntos, nos apoiamos e consolamos enquanto meus pais viajavam.

— Minha filha... — Diz cheio de orgulho e beija o topo da minha cabeça. — Sebastian tem muita sorte.

— Nós dois temos. — Seguro meu buquê.

— Vejo vocês logo. — Ele pisca para o Nate.

Aos poucos as entradas começam e eu me seguro firme em meu pai para não cair graças aos tremores em meu corpo.

— Sabe que não precisa fazer isso se não quiser. — Comenta Nate. O que houve com a conversa que torcia para que eu encontrasse alguém?

— Nate! — Reclamo.

— É brincadeira, estou muito feliz por você, sabe disso.

— Sim, eu sei. — Seguro firme nele para não cair.

Seguro as lágrimas, mas não sei por quanto tempo mais consigo fazer isso. Tudo está sendo tão importante, quero gravar cada pequeno detalhe desse dia, cada palavra. A porta se fecha a nossa frente e nós nos posicionamos na frente dela, quando a música começar e ela se abrir, será o grande momento.

Um filme se passa em minha cabeça, vários momentos que eu tive com Bash, a primeira vez que eu olhei para ele, tão lindo... A primeira vez que eu fui dele, nosso primeiro eu te amo, cada pequena coisa que aconteceu e construiu em nós esse amor.

Respiro fundo mas não resisto, as lágrimas começam a verter de meus olhos e tudo só piora quando ouço a marcha começar. Meu coração bate junto com a batida acelerada enquanto a porta se abre lentamente.

Quando toda a porta se abre e eu o vejo lá, parado a uns metros de distância de mim, impecavelmente vestido, com uma florzinha no bolso e um sorriso enorme nos lábios, sinto vontade de correr para os braços dele.

Mas, calmamente caminho entre as pessoas sem conseguir olhar para ninguém. Só consigo ver Sebastian na minha frente, sua presença chamativa, seus olhos andando por mim e sua boca chamando a minha.

Meu irmão me leva até ele e antes de me entregar aperta a mão do meu futuro marido, diz algo no ouvido dele e Bash sorri - Com certeza deve ter sido ameaçado de morte o coitado. Só então ele segura minha mão e me puxa para perto.

Sebastian acaricia meu rosto levemente com a outra mão enquanto sorri docemente para mim, sinto minhas pernas sumindo debaixo de mim e o corpo fraquejando.

— Como eu sou sortudo... Tenho a noiva mais linda, inteligente, doce e deliciosa de todo o mundo. — Fala baixinho.

Eu coro na hora, principalmente por meus pensamentos traidores me levarem para um outro rumo.

— Nós dois somos sortudos, meu amor.

— Quem sou eu para discordar de você, Sra. Lews? — Ele me leva até a frente do altar e o padre começa a cerimônia.

Ele profere belas palavras, palavras escolhidas para nos incentivar a continuar, agora e também durante todo o período do casamento. Nós mantemos nossas mãos entrelaçadas uma na outra.

— Phoebe Ian Patt, você aceita Sebastian Bach Lews como seu legítimo esposo? — Não vejo o tempo passar até que ouço a pergunta do padre.

— Eu aceito.

— Sebastian Bach Lews, você aceita Phoebe Ian Patt como sua legítima esposa?

— Sim. — Confirma.

— As alianças, por favor. — Pede o padre e uma melodia leve e romântica começa a soar no ambiente.

Meus sobrinhos Christian e Cristal entram de mãos dadas enquanto a menina segura uma pequena cestinha em sua outra mão, com nossas alianças. Eles ficam cada vez mais lindos, são realmente a junção perfeita de Âmbar e Nate.

Assim que eles chegam perto, Sebastian assanha os cabelos de Christian, beija o topo da cabeça de Cristal e retira a aliança antes de voltar até mim.

— Aceite essa aliança como prova de meu amor e fidelidade, enquanto ambos vivermos. — Diz, segurando minha mão e deslizando a jóia em meu dedo, depois pousa um beijo na aliança.

— Aceite essa aliança, como prova de meu amor e fidelidade, enquanto ambos vivermos juntos na terra, até que a morte nos separe. — Faço o mesmo que ele mas sem o beijo.

— Lembrem–se dessa promessa, amor, respeito e fidelidade, enquanto vocês viverem. Eu os declaro marido e mulher, Sebastian, pode beijar sua noiva. Ou melhor, sua esposa.

Sorrindo, Sebastian me toma em seus braços segurando firme minha cintura fina delineada pelo vestido. Ele me olha orgulhoso e com um olhar firme preso ao meu, não é preciso me dizer nada, sei exatamente o que ele está pensando:

Finalmente!

— Nossa noite promete, não vejo a hora de estar dentro de você. — Bash sussurra fazendo meu corpo inteiro se arrepiar.

Ele leva seus lábios até os meus e me beija de forma calma, me tomando para si, sem pressa, sabendo que a partir de hoje teremos o resto da vida com o nosso amor. Que comece a melhor parte da minha vida...