Luna acordou com a claridade do sol, olhou em volta e não reconheceu o lugar onde estava. Era um quarto sofisticado, a cama em que estava era grande, os lençóis limpos e brancos, o cheiro não era familiar, não sabia onde estava, e nem de quem aquele quarto extravagante e fino pertencia.
Estava se preparando para levantar quando olhou para seus pés, eles estavam enfaixados, e ardia um pouco, foi ai onde se lembrou do que ocorreu na noite anterior, começou a se desesperar, chorava muito, mas baixo, estava com muito medo e seu corpo todo doía, então passos começaram a aparecer próximo a porta do quarto, e ela foi aberta.
Uma mulher, muito bonita, aparentava ter uns 40/50 anos adentrou o quarto, com um sorriso largo lhe dirigiu a palavra;
-Olá menina, que bom que acordou, já estávamos achando que não acordaria mais. Meu nome é Lúcia, sou matriarca desta casa, e qual é seu nome?
Luna, embora estivesse com medo, pois estava em um lugar estranho, lhe respondeu com educação;
-Meu nome é Luna, muito prazer senhora Lucia, como vim parar aqui?
-Meu menino a encontrou na beira da estrada, estava desmaiada e com os pés sangrando, parecia estar fugindo de algo.. Está tudo bem?
Foi então que Luna se desmanchou em lágrimas, a mulher chamada Lúcia se aproximou e a abraçou, Luna se sentiu acolhida e lhe contou oque estava acontecendo, oque seu tio crápula havia feito, contou que correu durante horas até desmaiar. Lucia ficou com um semblante triste, e mas tentou confortar a menina;
-Querida, fique aqui conosco, ao menos por enquanto, vamos providenciar um quarto para você e roupas para usar, hoje teremos uma comemoração e quero muito que você participe. Sei que estamos nos conhecendo agora, mas quero que saiba que será muito bem vinda aqui, posso ver em seus olhos que não carrega maldade, então fique, sim?
Luna não acreditava na confiança que Lucia estava tendo naquele momento, as pessoas eram muito ruins, sempre, apesar de não confiar muito no sorriso gentil de Lucia, Luna aceitou, mas não antes de fazer alguns questionamentos;
-Senhora, você disse que irá ver um quarto para que eu fique, então... de quem é este quarto? E por quanto tempo dormi?
Lucia a encarou e disse:
-Este quarto pertence ao meu filho mais velho, ele estava voltando de viagem quando encontrou você na beira da estrada, ele a trouxe para cá e eu cuidei de seus ferimentos, Você dormiu por dois dias devido a exaustão. Bom, meu convite está aberto, caso queira participar da festa hoje a noite, por favor me avise, precisamos providenciar um vestido para você.
Luna aceitou o convite e a mulher deu um largo sorriso.
Alguns minutos depois voltou com roupas e uma toalha, para a menina se banhar. Com dificuldade para andar Luna se dirigiu ao banheiro, tirou suas roupas que estavam imundas e começou seu banho. Lavou seus longos cabelos cacheados, que molhados passavam de sua cintura facilmente, retirou a faixa de seus pés e lavou as feridas, que já não estavam tão feias, enquanto esfregava o resto do corpo ficou pensando em que tipo de família era aquela, certamente eram muito ricos, e que fim levou sua tia, já que seu tio certamente tinha agredido ela, despertou de seus pensamentos com um barulho no quarto, se encolheu em baixo do chuveiro pois não conhecia ninguém, então os barulhos pararam. Luna saiu do chuveiro e se secou, enrolou-se na toalha e viu que havia esquecido a roupa no quarto. Sorrateiramente saiu do banheiro e se dirigiu a cama para pegar sua roupa e quando se virou para voltar ao banheiro se assustou.