Recepção calorosa

1497 Words
GALVÃO AVILAR Entro nas terras Avilar, terras que quer queira que não são minhas também, as terras que abandonei e agora retorno, sair daqui um menino assustado com 17 anos e hoje volto um homem com 34 anos e nada mais tenho do garoto que deixei aqui quando me fui, desapego dos meus pensamentos e sigo pela estrada. Com dez minutos que começamos a andar pela estrada de barro o carro atola. __ Vamos ter que ir andando! Falo após tentar por minutos consecutivos desatolar o carro pisando com toda força no acelerador. __ Você só pode está brincando Galvão. Camily fala espiando o chão pela janela do carro e tem lama para todos os lados. __ Não estou brincando e é melhor começarmos logo pois pelos meus cálculos temos meia hora de chão pela frente até chegarmos no casarão. Antes de abrir a porta do carro e descer, já subo minha calça a dobrando até o joelho afinal sei que se não fizer isso ficarei com a calça toda melada de lama, tiro os sapatos e as meias e as trago comigo e saio do carro. __ Vem Camily, desce! Ela abri a porta e assim que ela pisa no chão com seu salto altíssimo ele vai afundando lentamente na lama até ser engolindo por total. __ai, ai Galvão, socorro! Camily fica presa na lama e não consegue erguer o pé do lugar. __ Galvão me ajuda, meu sapato, meu sapato! Sem paciência e querendo ir ao velório, me aproximo da Camily e a coloco no meu colo a arrancando da lama. __ Vem, eu te levo! Saio caminhando levando a Camily no colo, ela é magrinha e não pesa muito, pratico CrossFit e tenho muita resistência e preparo físico e então consigo carrega-la de boa, quando chegamos nunca parte onde não tem mais lama e o chão é de terra batida a coloco o chão. __ Agora dá muito bem para você ir andando. Falo e seguimos o caminho, parece que foi ontem que estava aqui, me lembro perfeitamente e tenho todo o trajeto na minha memoria como se tivesse um mapa vivo em minha mente, quando estou perto da casa principal somos abordado por um peão e ele está montado num cavalo. __ Bom dia, desejam algo por essas bandas? essas terras são privadas e pertencem a familiar Avilar, vocês estão perdidos? Ele fala descendo do cavalo e olha para Camily e para mim com a cara cismada, ele tem uma escopeta pendurada na cintura e isso parece assustar a minha advogada que vai para trás do meu corpo e parece o usar com escudo, até parece que sou o capitão américa. __ não, não estamos perdidos, Galvão Avilar seu patrão. Falo firme e estendo a mão, o homem aperta minha mão e me olha confuso. __ Galvão? o filho perdido do finado patrão. __ como você pode ver não estou mais perdido. Falo prepotente e já vou falando o que aconteceu. __ Meu carro atolou a uns quinze minutos daqui, mande alguém ir lá resolver isso, minhas coisas estão no porta mala, vou precisar do seu cavalo. O Homem só escuta tudo e não contesta nada, em cinco minutos já estou cavalgando em direção ao casarão, sempre gostei de cavalgar é como andar de bicicleta, se aprende uma vez e nunca mais de esquece, sem falar que também pratico hipismo. __ Galvão de vagar, meu Deus! Camily está agarrada em mim e ela montou no cavalo muito assustada, quando enfim chego ao casarão que nasci e cresci meu peito aperta, minhas melhores e piores lembranças foram aqui, a casa é da mesma forma que me lembrava: Grande e velha, eu definitivamente não combino com esse cenário. __ Chegamos! Falo descendo do cavalo e em seguida ajudo minha advogada a descer, entramos na casa e sou recebido por um mulher que tem uma vassoura na mão, ela está limpando a casa, me apresento e estamos num sala, ela informa que toda família Avilar se encontra na igreja onde está sendo velado o corpo de Genaro e eu me identifico com sendo um Avilar, olho a sala e os moveis não são mais os mesmo, o piso que antes era de um chão vermelho agora é de uma madeira bonita e moderna e que dar uma ar rustico ao local. __ Camily eu vou para o velório, se você quiser ficar e descasar fique a vontade. Falo e me sento para calçar meu sapato e ajeito minha calça e fico apresentável novamente. __ eu vou ficar, meus pés estão cheio de lama, preciso de um banho de banheira. __ a acomode em um quarto! Peço a moça que está limpando a casa. Nesse momento um outro homem entra trazendo nossas malas. __ Vou precisar de um carro para me levar ao velório do Genaro. Por algum motivo eu não o chamo de pai, a muito tempo que não o considero meu pai. __ Se o senhor quiser eu posso leva-lo a igreja. __ Eu vou querer sim. Me despeço de Camily e sigo com o peão que me leva a igreja. A caminhonete para em frente a única igreja da cidade, algumas crianças correm na frente da igreja brincando e alheios ao que acontece dentro do templo, tiro meu óculos de sol de dentro do meu terno importado e o coloco no rosto cobrindo meus olhos, marcho em direção a igreja. Quando piso no templo vejo que tem muita gente, a maioria vestindo preto, o padre está ministrando seu sermão e quando me vê se cala me olhando, o padre é um senhor de cabelos tão brancos quase transparente, seria ele o mesmo padre de quando eu era criança? Então sou notado e todos fixam seus olhos em, ouço cochichos mas não consigo entender, olho para frente e vejo um caixão grande posicionado bem no centro, atrás do caixão estão meus irmãos, todos eles! E mesmo estando tantos anos sem vê-los eu sei exatamente que é que: Gerônimo na ponta, em seguida vem o Geraldo o caçula dos homens, Violeta e Gaspar na ponta, ignoro os olhares deles sobre mim e me aproximo do caixão, vejo o rosto do meu maior inimigo deitado dentro dele, dentro do famoso paletó de madeira, o rosto em nada se parece com o homem forte que me espancava por qualquer motivos, mas as suas caracteristicas marcantes estavam lá, ele nunca mais me fará m*l, o único culpado por tudo que sou, por minha dor e também por meu sucesso, pois ele me fez forte como ninguém fez, ele me tornou essa rocha firme e me ensinou a nunca confiar em ninguém, nem na pessoa que dorme com você, por culpa dele eu cresci e venci na vida, devo tudo a ele, meu ódio e meu amor. Seu rosto está coberto por um fino véu transparente e eu faço questão de descobrir seu rosto, magro e enrugado, a vida foi bem c***l com ele, me abaixo e sussurro em seu ouvido sabendo que não sou um homem bom: __ Nos encontramos no inferno! Me ergo ficando ereto novamente e volto a cobrir seu rosto, me afasto do caixão, virando de costas para ele e de frente para meus irmãos, o óculos escuro que uso escondem toda emoção que se passa em meus olhos nesse momento. __ Galvão, meu irmão! Gerônimo é o primeiro a falar comigo, antes que fale algo ele me puxa pelo pulso e me abraça forte e calorosamente e sinto algo estranho me incomodar com o contato. __ Seja bem vindo a sua casa meu irmão. em seguida sou abraçado por todos e Gaspar fala: __ Sinto pelo momento ser esse a nos reencontrar, mas seja bem vindo a sua família. Família? Essa palavra é desconhecida por mim, eu nunca tive uma, agradeço a recepção de forma educada, o padre também fala algumas palavras, diz que lembra de mim, e ele é o mesmo padre de quando eu era criança, a missa retorna e eu me coloco no meu lugar ao lado dos meus irmãos, depois é feito uma despedida final para o último adeus e eu não faço mais questão de ver ou me despedir de meu genitor, seguimos uma caminhada a pé até o cemitério, que não é longe da igreja e meus irmãos vão a frente carregando o caixão, Genaro é sepultado com a presença de todos os seus filhos, tem alguns rostos que eu não conheço, mas parecem ser bem próximos da família, vejo uma mulher loira bastante bonita e ela está gravida com uma barriga enorme, deve ser próximo ao Gerônimo pois a toda hora ele vai lá e fala algo no ouvido dela. Quando tudo termina nos reunimos para retornamos ao casarão e enfim vamos poder conversar e ver como tudo vai ficar, mas já sinto algo dentro de mim que me faz sentir como se de alguma forma eu fosse amado por meus irmãos e isso me deixa desconfortavel. continua...
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