Ela apenas sorriu, preferia não responder aquele tipo de coisa, ele continuou falando
- Você se meche muito, mas eu gosto de te sentir na cama.
- Eu quero te levar para jantar.
Ela pediu licença, levantou rindo
- Justin não precisa ficar de conversa mole para me agradar.
Ele deitou de barriga pra cima, pegou na cueca de forma provocativa
- Se agrada mais com dura?
Ela começou mexer na mala, na bolsa, como quem procurava algo
- Você é bem insistente as vezes né? Temos mesmo que sair jantar?
- Sinceramente, não estou muito afim hoje.
Começou olhar a agenda, fez algumas anotações, ele disse que não podia faltar ao jantar, por causa do trabalho, mais que ela não precisava ir.
Levantou e foi escolher roupa, ela disse que só ia falar com a enfermeira e também ir se arrumar, ele se aproximou a abraçando
- Eu não queria pedir, acho que estou exigindo muito de você. Desculpa por não parar de trabalhar nunca, eu tô dando o meu melhor, pelo meu pai, ele fica impaciente lá, achando que tudo pelo o que lutou a vida toda, vai ser perdido.
- Eu sei que estou falhando e muito com você. Acho que com todos!
Ela interrompeu afetuosa
- Você não é uma máquina, né? Não se cobre tanto!
- Não se preocupe comigo, com certeza não vim para tirar sua atenção, te roubar da sua família.
Ele a beijou, começou rir
- Mas tomou tudo de mim e eu sim quero te roubar. Não podemos nos atrasar, se importa se eu for primeiro?
Ela disse que não, ficou sentada mexendo no celular, trocando mensagens com a Lola e a Chay, que eram duas curiosas, sempre querendo saber da viagem.
Olívia disse apenas que estavam tirando um tempo para passear, deu a entender que estavam bem como casal, mas não entrou em detalhes e nem confessou nada.
Ele tomou banho, se trocou falando sobre os valores que precisava para começar o ano bem na vinícola, estava tenso e preocupado, disse que iria vender a casa e outras propriedades da família.
Ficou quase vinte minutos conversando por ligação com o advogado da empresa, saiu sem nem falar com ela, a deixou tomando banho.
Ela saiu do banheiro achando que a roupa estaria separada como sempre, mas não tinha nada na cama, teve que escolher sozinha com receio de se arrumar m*l.
Como quem tinha feito a mala era ele, tinham muitas roupas novas que compraram juntos, ela escolheu um vestido branco de alças finas, curto e justo ao corpo, prendeu o cabelo em um coque clássico, passou maquiagem leve e incomodada com o comprimento da roupa, colocou um cardigã que acompanhava o vestido, as opções de sapatos eram menores, colocou a única coisa mais casual, sandália preta de salto alto.
Ao ficar pronta desceu sem o avisar, achou que talvez o encontrasse facilmente perguntando.
Foi para a recepção, disseram que ele estava no restaurante, assim que parou falar com a hostess, Justin a viu de longe, se levantou da mesa para ir encontrar ela.
Olívia estava distraída conversando sobre o hotel, viu o Theo se aproximando também chegando, sorriu sem jeito, ele se aproximou sério, deu um beijo no rosto
- Olá, tudo bom?
Toda sem jeito desviou o olhar
- Oi, nossa você por aqui, tô bem. E você?
- Desculpa por não responder, fiquei sem celular e aí quando vi já tinham passado dias.
Ele interrompeu irônico
- Acho que não custava ter apenas respondido.
Justin se aproximou os interrompendo, cumprimentou Theo dizendo que seria uma grande noite, beijou Olívia sutilmente marcando território se mantendo próximo
- Preparada? Está linda, eu não vou conseguir prestar atenção em nada, com você desse jeito.
Foram indo para a mesa de mãos dadas, apresentou Olívia como namorada a um outro casal que ela não conhecia, Dom e Fábia.
Tinham quase dez pessoas a mesa, duas crianças que estavam tagarelando rindo muito entre si.
Fábia estava ao lado de Olívia, perguntou se ela conhecia a sua comadre Melanie, começaram conversar sobre isso e bebidas, as duas começaram escolher juntas o que iriam experimentar.
Fábia deu sugestões, disse que estava montando o cardápio de bebidas do aniversário do Theo, começou falar sobre ser decoradora, eles trabalhavam juntos, ela prestava serviço a ele que era organizador de festas.
Olívia perguntou o dia, começou puxar assunto, estava toda desconcertada com as encaradas de Theo que m*l conseguia disfarçar que tinha algo errado acontecendo.
Os homens estavam falando de negócios, a esposa do futuro investidor convidou elas pra irem beber longe deles.
As crianças também levantaram foram brincar, Fábia estava dizendo que a Melanie era sua melhor amiga, Olívia perguntou se eles tinham amizade com o Theo a bastante tempo, ela sorriu intrigada
- Sim, alguns anos, ele quem organiza todos os eventos da rede dos restaurantes, o Dom é sócio do Vini, era um negócio dos pais deles, os dois são melhores amigos. E você, conhece o Theo a bastante tempo?
Ela disse que não, Fábia arqueou as sobrancelhas com irônia
- Não é o que parece.
Olívia foi dar atenção para as crianças, evitou Fábia o quanto pode, sem saber do quanto dá verdade ela sabia ou não.
Estava encostada no balcão bem no cantinho quase escondida, alisando uma taça de suco com a ponta dos dedos e o pensamento distante.
Justin se aproximou com o semblante fechado
- Porque não está com elas? Tudo bem?
Ela o olhou apreensiva
- Eu vim pegar um suco. E aí como está sua reunião?
Ele chamou o garçom, começou digitar mensagens no celular
- Uma porcaria!
Ficou com os olhos marejados
- Não era pra ser assim, Deus sabe do quanto amo meu pai, mas as vezes acho que...
- Deixa pra lá! Eu preciso voltar, desculpa não poder te dar atenção.
Ela disse que tudo bem, o observou voltar para a mesa rindo todo simpático, logo ela voltou para junto das mulheres, já estava ficando tarde, impaciente foi caminhar para um pouco longe, começou se sentir culpada por tudo o que aconteceu com o Theo, ele saiu do restaurante sozinho, estava indo para o carro, não muito longe viu Olívia o olhando, ela acenou e chamou, ele apenas ignorou entrou no carro e foi embora.
As outras duas já tinham ido deitar, os homens estavam ainda bebendo e conversando, Olívia ficou esperando sentada sozinha no balcão, sorria toda vez que Justin a olhava.
Já era mais de meia noite quando ele se despediu dos outros e se aproximou dela fragilizado
- Não precisava ter ficado aqui. Deve estar com sono!
Ela sorriu e segurou sua mão
- Eu quis ficar. Está chateado? As coisas não foram como esperava?
Ele virou um copo com duas doses de whisky, soltou a mão dela
- Estou p da vida. Você tinha razão, eu gosto de estar no controle.
Tirou uma caixinha cinza de veludo brilhante do bolso
- Não era pra ser assim, Olívia eu não sei do que você gosta, acho que somos muito diferentes, não te conheço a bastante tempo, mas não quero saber de po rra nenhuma hoje. Desculpa, palavrão!
Colocou no balcão e empurrou para perto
- É fod a sentir te são na pessoa e não poder tra nsar com ela, eu quis sua boca todos os dias desde que te conheci. Essa vontade não saí de mim!
- Quando acho que estou ficando louco, você faz algo como hoje, dia após dia me mostra o que eu não quero ver. Não sabe o quanto me apoiou ficando aqui, eu não gosto do quanto saio de mim, por você, mas o que sinto quando isso acontece, dá um novo sentido pra minha vida.
Ela estava o encarando fixamente nos olhos, foi ficando mexida quase chorando, não disse e não fez nada, ele mesmo pegou a caixinha de volta, abriu
- É o seu presente de natal, saiba que você foi o meu.
Era um solitário de ouro branco com uma pedra brilhante e grande.