Capítulo 30

1558 Words
Ela balançou a cabeça que sim, foram para a fila sem conversar, logo entraram no brinquedo, ela começou falar chateada - Você deve me achar muito boba né, e tem razão. As vezes até eu me surpreendo comigo mesma. Ele sorriu irônico - Acho que boba não é a melhor definição. A vida é feita de escolhas querida Olívia! - Não sou a pessoa que vai te julgar, pode ficar tranquila. Aproveite a vista! Ela estava quase chorando - Sinto muita vergonha de mim, mas vai acabar. Vou embora amanhã, pra minha vida, não sei onde estava com a cabeça! - Sabe quando eu era criança, sonhava em andar na roda gigante e ver minha casa ou um recado, tipo Help escrito na areia da praia. Gosto de clichês! A roda gigante parou, estavam no lugar mais alto, ele tomou um gole da bebida, começou rir - Também gosto de clichês, eu não era tão criança, mas quando andava em roda gigante, imaginava aquelas cenas românticas, beijar como nos filmes, ir ao lado da garota mais popular da escola. Ela sorriu - Tá aí um clichê invertido. Você é o garoto popular e eu a nerd toda estranha, que ninguém gosta. Ele sorriu segurando a mão dela - Eu não sei se concordar me beneficia, mas se é invertido, então, qual de nós dois deseja dar o beijo? Ela não levou a sério, estava olhando para baixo - Não faço a mínima ideia. Ele subiu a mão acariciando seu braço - Eu quero, o beijo. - Desculpe ! - Momento inadequado. Ela sorriu, beijou seu rosto - Se eu fizesse isso, teria que te jogar daqui de cima. Sabe voar? Ele disse que poderia tentar, foi chegando perto acariciando o cabelo dela - Só um beijo, não há de fazer m*l algum. Somos solteiros, né? - E eu ouvi dizer que dá muita sorte, beijar em uma roda gigante. O olhando nos olhos de pertinho, ela sussurrou - Me beije então, por favor. Podiam sentir a respiração um do outro, ele encostou seus lábios lentamente, deu um selinho, ambos sorriram espontaneamente, ele acariciou seu rosto - Se não gostou, devolve. Só temos mais uma volta! Ela sorriu se deixando levar, deu mais um selinho - E o mundo gira conosco enquanto isso. O beijou de uma vez, ele correspondeu com muita vontade, foi acariciando o corpo dela inteiro, apertou seus s***s, quadril, cintura, a fazendo perder o fôlego, foram longos beijos ardentes até a roda parar, ela começou ajeitar a roupa toda envergonhada - Com certeza isso me dará sorte pra um ano inteiro. Ele desceu rindo, a pegou pela mão ajudando descer os degraus - Se quiser, posso te dar outra dose, de sorte. Você é uma Ferrari, de zero a cem, em segundos. - Por isso gosto das quietinhas, são sempre uma incógnita. Ela ficou sem jeito, arrependida - Então sou quietinha e provavelmente um desafio pessoal pra você? Estavam caminhando lado a lado, ele entrou em sua frente - Você é discreta e reservada, eu pelo menos pude ver isso. O que acha de sairmos daqui? - Podemos conversar melhor e tomar alguma coisa, se quiser pode passar a noite na minha casa. Você esfria a cabeça e... Ela interrompeu irônica - E esquento sua cama? Ele foi ficando mais sério - Não. Eu não sei o que te falar, como eu disse é uma incógnita pra mim. Mas eu gostaria de sair daqui com você hoje, como amigos. Ela estava olhando os brinquedos distraída - Acho que não seria legal. As pessoas podem ver e eu já sou m*l falada o suficiente por aqui. Encostou olhando os carrinhos de bate bate - Você não precisa ficar me seguindo. Ele tirou mais ingressos do bolso - Mas você pode ficar me acompanhando, sabe dirigir? Ela sorriu reparando no olhar dele, agindo como um menino que ia aprontar, disse que não sabia, ele foi indo para a fila - Então vem aprender! Ou ser massacrada, posso ser muito competitivo, preciso lhe adiantar. Ela foi indo atrás, cada um pegou um carrinho, deram muitas risadas o tempo todo. Justin estava ligando pela décima vez pra ela, já tinha rodado tudo a procurando, ela não atendeu nem respondeu as várias mensagens. Perguntou se Theo poderia lhe emprestar dinheiro para chamar um Uber, ele se recusou a deixá-la ir sozinha, queria levá-la pra casa. Foram comer milho assado enquanto decidiam, Justin os encontrou na fila, se aproximou hostil - Você não viu que eu te liguei? Tô te procurando feito um louco! - Olívia nunca mais faça isso. Está ouvindo? Ela ficou ignorando, virou de costas - Theo gosta com manteiga? Ele disse que sim, Justin a segurou pelo braço, a puxando para se virar - Vamos conversar. Theo entrou no meio a defendendo - Cara solta ela! - Ela não quer falar com você. Justin se irritou, deu um empurrão em Theo - Você não precisa falar nada por ela. Não se mete! Saíram da fila, ela se aproximou de Theo quase o abraçando com medo de brigarem - Não caí na pilha dele. Deixa pra lá, por favor! Se virou furiosa, foi indo perto de Justin - Você tá ficando louco querendo arrumar briga? - Eu não quero falar com você, já passei muita vergonha lá em cima, agora veio pra me fazer passar mais aqui embaixo? Ele abaixou a guarda - Você me deixou nervoso Olívia, sumiu do nada. Achei que tinha acontecido algo r**m! - Theo desculpa, obrigado por ter ficado com ela. - Nós vamos pra casa, amanhã vamos sentar e conversar. - Por favor, Olívia? Ela se aproximou de Theo, beijou seu rosto - É melhor eu ir, obrigada por tudo, acho que não vamos mais nos encontrarmos. Espontaneamente se abraçaram, ele perguntou se ela não queria mesmo ir com ele, enquanto estavam se despedindo, Justin permaneceu sério os encarando com cara de quem comeu e não gostou, apertou a mão de Theo se despedindo, o agradeceu de novo. Olívia saiu muito brava andando na frente, antes de saírem da festa, ele a puxou pela mão - Não quer comer antes? - O milho ou outra coisa, tem aqueles lanches enormes de pernil. Ela se soltou desanimada - Só quero ir embora. Ele sabia o tamanho da besteira que fez, pode sentir no comportamento dela, que provavelmente não iria voltar atrás tão facilmente. Foram embora sem conversar o trajeto todo, assim que chegaram na casa ela disse que não o queria no quarto, entrou tomar banho e ao sair, o encontrou na cama deitado, começou escolher roupa muito irada - Eu não quero que durma aqui. Se não vai sair, saio eu. Ele disse que ia dormir no final do corredor, foi pegando roupa, celular, ela se trancou assim que ele saiu. Começou arrumar a mala separando as coisas de Daisy para deixar, também não pegou nada dos presentes todos que Justin deu, já conversou com a prima marcando de a encontrar cedo. Depois de arrumar tudo, foi espiar Justin, ele estava dormindo com uma garrafa de vinho vazia caída ao lado da cama. Só estavam os dois na casa, ela olhou todos os cômodos, desceu para a sala, levou horas pela madrugada montando a árvore de natal pensando na vovó Katrina, quis cumprir com o que prometeu, decorou a sala inteira, já deixou os presentes na árvore. Deixou em cima da cama, um bilhete embaixo do celular que ele deu " Volto depois do natal para conversar com o advogado, sobre Daisy. Por favor cuide dela " Durante a noite, ela pensou em tudo, esperou Pilar chegar pontualmente cedo para limpar o quintal, saiu as pressas assim que a viu desativando o alarme, disse que precisava ir no hospital, para não dar tempo de Pilar chamar Justin, pediu ajuda com as malas. Chay sua prima estava na entrada do condomínio esperando, Pilar quem liberou a entrada do Uber, achou tudo muito estranho, mas não acordou Justin, só fez a limpeza e foi embora. Olívia foi no hospital visitar Daisy, conversou com a enfermeira particular passando contatos novos de emergência, chorou muito lamentando por precisar partir, prometeu voltar logo. Viajaram de ônibus demorando horas até chegar no interior, os pais de Olívia moravam no sítio, não sabiam de nada ainda. Ela queria fazer surpresa, estava pronta para mentir escondendo boa parte da trajetória, foi da rodoviária até o sítio de Uber, ao chegar estranhou o portão diferente, o quintal cheio de mato alto, foi descendo do carro chorando muito, estava a anos longe de casa. Tocou o interfone que não funcionou, ao ver sua mãe saindo no quintal com uma bacia nas mãos, começou rir falando com o motorista " É a minha mãe! Gritou emocionada Mãeeeeee, eu voltei. " Sem acreditar no que via, sua mãe foi se aproximando do portão, entrou desesperada correndo pegar as chaves, estava tremendo nervosa, se abraçaram chorando muito. O motorista colocou as malas para dentro, foi embora, Olívia fechou o portão perguntando pelo pai, estavam ainda no quintal quando um carro chegou buzinando várias vezes com exagero. Olívia disse que devia ser o motorista, que talvez tivesse esquecido algo no carro dele, voltou para perto do portão tentando conter o choro, assim que abriu não acreditou no que estava acontecendo, ficou em estado de choque paralisada.
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