Capítulo 31

1777 Words
Justin se aproximou sério - O que você pensou? Que eu ia te deixar partir assim? Ela foi saindo pra fora nervosa - Por favor, não faça nada. Meus pais não tem culpa, você não tem noção do m*l que pode causar pra nós. Eu fiz tudo o que você queria, precisa ir embora, é a minha casa, minha família. Ele interrompeu irônico olhando a Joelma curiosa lá atrás - Olívia, eu não vou fazer nada, que você não tenha feito. Sua partida repentina, me pegou de surpresa! Acenou para a mãe dela sorridente - Quero ver quem é a verdadeira Olívia. Se não aqui, então onde? Desesperada começou falar que não podia chegar em casa com um homem, nem de brincadeira, disse que o pai dela não gostava de pessoas como ele, riquinhos metido a b***a, sua mãe foi se aproximando, ele continuou sorrindo - Olhaaa quanta hostilidade com seu namorado. Se tivesse conversado comigo antes de fugir, eu não estaria aqui. Ela cochichou toda nervosa - Não ouse falar que é meu namorado ou eu juro que te denuncio por ameaças, cárcere privado, eu invento qualquer coisa e exponho tudo nas redes sociais seu louco sociopata. - É a minha vida! Ele foi se aproximando de Joelma, lhe cumprimentou com aperto de mão - Oi, tudo bom? Sou o Justin, amigo de Olívia. Ela tomou a frente apreensiva - Ele morou fora do Brasil por um tempo e veio me dar um abraço. Mas já está indo embora! Joelma abraçou Olívia ainda chorando emocionada - Você não é o único que quer dar um abraço na minha filha, ela voltou do nada, quando todo mundo souber, vai fazer uma fila aqui. - Vamos entrar, vou passar um cafezinho fresco, nem sei o que fazer pra você comer primeiro filha. - Seu pai vai ficar tão feliz o meu Deus, que coisa boa. Foram entrando, Justin colou na Joelma foi desviando das galinhas, reparando em tudo - Aqui é maior do que eu imaginava. Olívia você não me contou! Ela estava toda tensa - É que falar da minha família, dói muito quando estou longe deles. Pode me ajudar com a mala? Por favor? Ele estava com um porta retrato nas mãos, foto do aniversário dela de quinze anos - Você não mudou nada, ainda usa o mesmo cabelo. Joelma começou rir acariciando o cabelo de Olívia - Ela nunca usou outro corte, nem pintou, é igualzinha ao Valter, gosta das coisas certinhas sempre do mesmo jeito. Olívia deu sinal o chamando pra guardar a mala, parou na porta do quarto - Põe aí, escuta bem, não pode falar nada de você, onde mora, trabalha. Meu pai vai chegar e te olhar reparando no quanto está bem vestido, é sério ele não vai gostar de você aqui. Nem como amigo, eu não trago pessoas estranhas pra dentro de casa! Ele estava reparando no quarto dela, mexendo na cômoda - Como você é chata. Relaxa um pouco! Abriu uma caixa organizadora, derrubou no chão, tinham muitas fotos, ela entrou tomando tudo de sua mão - Não mexe nas minhas coisas. Sai daqui, se meu pai pega a gente no quarto, eu tô ferrada. - Você precisa ir embora, por favor! Ele pegou uma foto, era dela pequena na beira da piscina com um menino, ela tomou da mão dele - Sai daqui. Ele saiu rindo do nervosismo dela, foi xeretando os cômodos até chegar na cozinha, começou conversar sobre amar café, quando ela chegou lá com os olhos marejados, o encontrou sentado na mesa comendo bolo e tomando café, em uma xícara que tinha o nome dela. Ele mostrou com deboche - Olha eu não sei nem se vou almoçar, comendo esse bolo delicioso. Joelma começou rir cortando outro pedaço pra ele - Ahhh mais o almoço vai demorar um pouquinho. - Vem comer filha, é pão de ló que você adora. - Olívia sabe fazer todas as minhas receitas, desde pequena me ajudava com tudo aqui. E você faz o que dá vida Justin? Olívia chutou ele por baixo da mesa - Ele trabalha com vendas de bebidas. Tipo ficar oferecendo catálogo, lotes, para festas e comércios. - Mãe, a senhora voltou trabalhar? Porque tudo isso aqui? Toda sem jeito Joelma desconversou - Eu tô fazendo uns bolinhos pro pessoal, coisa pouca. Filha e a Daisy? Como você deixou ela lá? Olívia se enrolou pensando em mentir, Justin tomou sua frente - Vaquinha, fizemos uma virtual e muita gente ajudou. Ela está em São Paulo, em uma clínica boa, que apoia quem acabou de voltar pro Brasil. Olívia concordou disse que o quadro era estável, perguntou se o pai iria demorar, Joelma sugeriu que ela fosse desfazer as malas, descansar, perguntou se Justin morava lá perto, ele disse que era de São Paulo, confessou que viajou de surpresa só pra dar um abraço e matar as saudades de Olívia, ela estava o encarando fixamente séria - Pena que você já precisa ir né, a viagem é longa, você sempre trabalha tanto. Joelma estava de costas batendo massas de bolo, notou estranheza no comportamento de Olívia, começou desconfiar dos dois. Justin levantou foi pôr a xícara na pia - Eu realmente trabalho muito, por isso tirei férias, por causa do natal, eu amo essa época. Será que tem alguma pousada aqui perto? Sempre quis conhecer essa cidade. Olívia disse que não, ele ficou ao lado de Joelma debochando - Não? Eu não queria conhecer a cidade? Sempre te falei disso. Você poderia me mostrar tudo, férias com Olita! Já perdendo a paciência ela se levantou, começou ajudar a mãe com os bolos - Aqui é o interior, do interior, não tem nada pra conhecer. É só pra quem gosta de tranquilidade e calmaria, não faz seu tipo. Você não aguentaria dois dias. Joelma disse que realmente não tinha pousada lá, talvez um hotel indo pra outra cidade, mas que ele poderia ficar lá, pelo espírito natalino. Ele começou rir provocando Olívia - Ahhh não, imagina, eu nem vim preparado e também, seria de muita falta de educação . Acabei de conhecer a senhora, e o Valter pode não gostar, sou um estranho pra vocês dois. Não quero trazer problemas para Olívia! Joelma começou rir sendo gentil - Mais se você é amigo da minha menina, é bem vindo. Nem ia ter natal aqui, agora que ela voltou, vamos fazer até ceia, reunir o pessoal se quiserem vir. O filha se eu soubesse tinha decorado a casa pra você. Desculpa a mãe, as coisas não tão do jeito que você deixou. Elas duas ficaram sentidas, se abraçaram, Olívia disse que não tinham problemas, que o mais importante era estarem juntos. A casa estava um pouco largada, quintal bagunçado, com mato grande, pintura e consertos por fazer, portas com maçanetas quebradas, janelas trincadas, não tinha nada de natal, nem a árvore montaram. Justin perguntou se podia ajudar com a decoração, enquanto esperava o almoço, Olívia recusou, foi rude dizendo que era uma tradição de família, ele se fez de chateado, encostou na porta olhando o quintal - Entendo, tudo bem. Eu também tinha as tradições em casa, mas com meu pai doente, tudo mudou, ele está amargurado, minha mãe é muito difícil sempre quer controlar a todos. Ninguém vai comemorar o natal em casa esse ano, por isso decidi viajar sozinho, me sinto muito triste. Vou pegar o carregador no carro, já volto! Joelma ficou com dó, cutucou Olívia - Vai pegar as caixas filha. Coitado do seu amigo! - Porque tá agindo assim toda estranha? - Tá tudo bem? Ela disse que estava ansiosa pra ver todo mundo, foi pegar a decoração para agradar a mãe, assim que saiu no quintal, viu Justin andando mexendo no celular, se aproximou desanimada - Para de fazer cena seu manipulador, minha mãe acha que você está triste, m*l sabe ela quem você realmente é. Vamos pegar as caixas com as coisas de natal. Depois de almoçar, você vai embora. Ele tinha ido no carro de propósito, largou tudo ligado pra arriar a bateria, debochou dizendo que só ia almoçar e conhecer o tão famoso Valter, perguntou como ele era, foram caminhando até um quartinho no fundo do quintal, ela ficou nostálgica - Ele é muito bom, só que turrão, é mais de idade. Sabe como são, diferente da sua avó, ele é mais reservado, aqui a gente não fala palavrões, nem brinca com coisas sérias, sei que pode me achar antiquada, fez piada de mim, desde que me conheceu. Mas a cultura, a criação aqui é outra, não desrespeite isso. Eu tratei toda a sua família muito bem! Ele disse que iria apenas retribuir, se mostrou animado o tempo todo a provocando, querendo ver e mexer em tudo, levaram as caixas pra sala, ela disse que ia se trocar e já voltava. Sua mãe correu espiar, disse que já tinha avisado aos amigos dela e que iriam fazer uma festa surpresa de boas vindas, convidou Justin pra ficar e ajudar distrair Olívia, ele aproveitou a oportunidade pra perguntar como ela era por lá, se tinha amigas, Joelma sorriu revirando as caixas - Minha menina é a mesma em todo lugar, todo mundo aqui adora ela. Você vai ver a noite! - Quando o meu esposo chegar, você não liga muito pra ele não, que ele é meio difícil de lidar, pode ficar meio com pé atrás, ele morre de ciúmes da Olívia. Justin começou rir - Não se preocupe comigo, também sou querido em todo lugar que vou. Olívia voltou de banho tomado, com um vestido soltinho florido um pouco curto de alcinha, começou montar a árvore, ele estava a olhando com um sorriso bobo - Voltou a ter quinze anos. Está cheirando menina, esse não é seu perfume! Algodão doce, chiclete, maçã do amor. Ela revirou os olhos - É meu! Fique quieto. Ele se aproximou com as bolinhas nas mãos - Trégua? Docinho? - Eu te morderia se pudesse. Não gosto quando me olha assim, eu sei que está chateada por causa de ontem, mas eu, bem. - Eu não fiz nada, pelo menos não ontem. Acha que eu viria atrás de você, se fosse insignificante? Ontem foi muito bom, pelo menos uma parte. - Precisamos conversar! Ela se aproximou séria - Acho que quer me envergonhar, coagir, só isso. Você é assim, vingativo! Não veio aqui porque se importa, nós não temos mais nada pra conversar, acabou. Eu falei sério ontem! Ouviram barulho no portão, ela foi olhar na janela - Meu pai chegou, vê se fica de boca fechada Justiniano! É sério, chega de bancar o ator.
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