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1377 Words
Pérola Pires Complexo do Chapadão – 10:30 Saio dos meus longos pensamentos e presto atenção no agora, onde todos os homens m4l encarados me olham confusos sem entender porquê eu estou parada igual uma estátua olhando para eles. XXX: De qual foi mina? Tá pousadona aí? Manda o papo – Fala se aproximando de mim enquanto os outros continuavam me olhando. Pérola: Oi, bom dia. É... Eu estou esperando por uma amiga, ela falou que estaria me esperando aqui. XXX: Tô vendo ninguém aqui não – Arqueia a sobrancelha – Vou chamar o patrão pra resolver essa parada – Diz pegando o rádio. Pérola: Ok – Respondo com firmeza. Por dentro tem uma corrente elétrica se passando por todo o meu corpo, mas eu tenho que demonstrar firmeza, o General me falou que todos daqui são bem desconfiados mesmo, desconfiam até do vento, então não me surpreende ele ter chamado o dono. A única coisa que martela na minha mente é que daqui a alguns minutos eu irei ficar cara a cara com o assassin0 do meu pai, e isso vai ser difícil para mim, mas eu não posso ser burr4 agora. O foco foi vim aqui para ganhar a confiança dele, e é isso que eu vou fazer, nem que eu tenha que fingir ser a melhor mulher que ele já viu. Me encosto em um barraquinho que tem aqui e passo a mão nos meus cabelos ressecados, usei minha pior roupa, o meu pior salto e um cabelo desidratado, tudo isso faz parte do plano, tenho que parecer uma menina p0bre que foi despejada de casa pela mãe e que não tem para onde ir, por isso veio passar um tempo na casa da amiga que mora aqui no Chapadão, e juntas, irão se pr0stituírem em uma boate de stripte4se... Ótimo! Que belo futuro, Pérola Pires. Mas é claro que eu estou aqui por motivos maiores, e pretendo ir embora rapidinho.Olho minhas unhas por fazer e percebo um dos homens querendo me intimidar colocando o fuzil em minha direção, dou uma risada de lado no puro deboche e ele me olha intrigado. Esse otári0 tá muito enganado se pensa que me intimida assim, nasci no meio disso, pelo amor de Deus, tenho medo de arma não. O barulho rouco de moto me tira a atenção, levanto minha mirada e vejo um Deus grego sem camisa em cima de uma R1. Seguro firme a minha mala e escuto ele falando com o homem que acionou ele. XXX: De qual foi Mochila? Quem é a mina? Mochila: É aquela dali – Aponta para mim. No momento que ele vira e me olha, eu sinto logo um suricutico, é esse o homem que eu tanto odei0? Ele é lindo demais! Ele se aproxima de mim com a moto e me lança um sorriso maravilhoso. XXX: Fala gatinha, tá procurando por quem? – Pergunta me olhando de cima a baixo. Pérola: Oi, estou procurando por uma amiga, Dalila o nome dela. XXX: Hum... Dalila. Então tu é a Pérola? Pérola: Sim, como você sabe? – Dou um sorrisinho para disfarçar o nervosismo. XXX: Ela já conversou comigo, falou que vocês tão a fim de fazer parte da boate – Assinto - Sobe aí, vou te levar pra conhecer o lugar. Pérola: Ah, entendi. Olha, eu até aceitaria a tua carona se eu não estivesse esperando por ela, mas obrigada mesmo assim. XXX: Coé, vai fazer essa desfeita comigo? Sobe aí que eu vou te levar pra conhecer a boate, e depois te deixo na casa dela, pô. Antes de aceitar, lembro-me das palavras do General: "Faça de tudo para ganhar a confiança e ter ele aos seus pés, se sacrifique e se sujeite a várias coisas, o importante é conseguir derrubá-lo”. Pérola: Beleza então, já que insiste – Sorrio – Mas e a minha mala? XXX: Mochila, pega a mala dessa mina e deixa lá na Dalila da rua seis, fala também que eu levei ela pra boate. Mochila: Beleza – Fala vindo pegar minha mala. Subo com dificuldade na moto dele por conta do salto. XXX: Segura – Fala e eu envolvo minhas mãos na barriga dele. Ele acelera a moto e anda na maior velocidade do mundo, cortando becos e vielas até parar em uma rua que não é movimentada. Encaro a boate bem estruturada, diferente do que eu pensei. Tá parecendo uma boate bem chique mesmo, e eu esperava bem menos, pensei que iria me deparar com algo brega e p0bre. XXX: Chegamos – Fala parando a moto. Desço da moto e ele desce em seguida a deixando em frente a boate. Pérola: Tem alguém aí dentro? XXX: Não, as meninas chegam sete horas da noite, e os shows começam ás oito. Pérola: Hum, entendi. Não sei explicar o que estou sentindo, mas a energia que esse cara me passa é boa, eu não deveria estar sentindo isso com ele, mas essa alegria contagiante convence qualquer pessoa de que ele tem um coração bom. Passamos pelos seguranças e se com a fachada eu já estava surpresa, com o interior fiquei mais surpresa ainda. Pérola: Meu Deus, aqui é puro luxo, parece a boate de Lúcifer – Ele gargalha alto e toca no meu ombro ainda rindo. XXX: Tu é engraçada pra caralh0, mina. Aqui a gente zela por qualidade, tá ligada? Pérola: Sim, tô percebendo – Falo olhando em volta e caminhando pela boate. XXX: Tu já participou de um bagulho desses antes? Pérola: Não, é a primeira vez. XXX: E de qual foi de querer participar agora? Deu curiosidade? – Pergunta se debruçando no balcão do bar da boate. Pérola: Acontece que agora já não tenho ninguém pra me sustentar – Respondo me sentando em uma das altas cadeiras do bar – Minha mãe não me aceita mais em casa porque eu não consigo arrumar um emprego e acabo gastando todo o dinheiro dela, então a Dalila resolveu me ajudar, falou que eu poderia passar um tempo morando aqui e como ela também recebeu a proposta pra fazer parte da boate, me chamou também! Então eu acabei topando. XXX: Hum, tô ligado. Tu é bonita pra caralh0, deveria ser modelo. Já estou vendo que vai ser facinho ganhar a confiança desse cara, muito bob0! Não dou uma semana para eu ter o sangue dele escorrendo pelas minhas mãos. Pérola: Obrigada, você também é muito bonito – Dou um sorriso, ele retribui e ficamos nos olhando – Mas então, hoje mesmo eu já começo, né? XXX: É, tu vai vim com a Dalila e ela vai te explicar melhor as paradas, mas rapidinho tu aprende os bagulhos. Pérola: Estou morrendo de medo de cair do pole dance – Falo e ele ri. XXX: Fica tranquila, vai ter várias meninas pra te ensinar mais tarde – Assinto. Pérola: Beleza então, aqui é bem espaçoso. XXX: Mais tarde vai estar lotado de gente, e aí passa a ser pequeno. Pérola: Acredito mesmo... Mas e você? Não me disse seu nome, ou melhor, seu vulgo. XXX: Prazer, Sorriso – Fala estendendo a mão para mim. Pérola: Sorriso... – Repito apertando a mão dele – Combina com você. Solto um sorriso largo para disfarçar mas estou super confusa, esse não foi o nome que o General me passou, é algo diferente, aliás, BEM diferente! Diferente como... Sorriso: Barão! – Fala com espontaneidade olhando para a entrada da boate. Isso! Barão! É esse o vulgo do desgraçad0. Me viro olhando para trás e reparo quem acabou de chegar. No momento que os meus olhos cruzam com esses olhos escuros penetrantes, a minha boca seca e a minha pupila dilata por diversos segundos. O homem de semblante fechado continua me olhando assim como eu também olho para ele, uma mistura de sentimentos passa pelo meu corpo agora, ele está me intimidando psicologicamente só com o olhar, como isso é possível? Seu olhar maldos0 me dá calafrio, meus olhos não piscam, eu só consigo reparar no quanto ele é diferente. Seu jeito minimalista de se vestir lhe dá um ar de um homem frio, calculista, e principalmente: Assassin0. *** Fotos dos personagens Pérola, Barão e Sorriso já disponíveis no meu i********:. @aut.gabrielleramoss Publicado dia 02 de Outubro de 2021, ás 00:00.
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