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Uma stripper no morro

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Blurb

Após descobrir que o assassino do seu pai acabou de sair da cadeia, Pérola Pires sai dos ares e troca seu uniforme de aeromoça pelo pole dance. Ela só não esperava que ao chegar no Complexo do Chapadão, iria dar de cara com dois irmãos de personalidades diferentes que comandam a favela, dificultando ainda mais a sua sede de vingança. Determinada a fazer justiça com as próprias mãos, ela acaba se envolvendo com um dos irmãos, para o seu azar, o irmão r**m. Barão, um homem frio, calculista e sadomasoquista. Pérola mergulha em um jogo de sedução com o seu alvo para conseguir o que quer. Mas será que ela vai mesmo conseguir lidar com o temperamento dele e concluir a sua vingança? Leia "Uma stripper no morro" obra de Gabrielle Ramos.

* ATENÇÃO *

Obra devidamente registrada. Conformei a lei, é ilegal repassar o livro sem a autorização do autor. Não contribuo com o compartilhamento em PDF e não aceito adaptação dessa obra. Plágio é crime.

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01
Pérola Pires Complexo do Chapadão – 10:30 Subo a ladeira com os meus saltos surrados, esse par de saltos é o mais velho que eu tenho, então tive que vim com ele para incorporar melhor a pessoa que eu preciso mostrar que sou. Carrego minha mala de rodinhas e encaro todos os homens armados fazendo a contenção da favela, isso me faz lembrar de onde tudo começou até eu vim parar aqui. FLASH BACK ON Uma semana atrás... México - 10:00 Piloto: Atenção senhores passageiros, estamos chegando ao nosso destino, por favor coloquem os cintos, agradecemos por confiar na nossa companhia aérea e até a próxima. Sinto o frio na barriga na hora do pouso, mesmo depois de anos eu ainda não me acostumei , é sempre a mesma adrenalina, o mesmo nervosismo, e principalmente, a mesma sensação de quando eu andei de avião pela primeira vez, e olha que faz muitíssimo tempo. Após o pouso, eu vou até a porta do avião me despedir das pessoas. Pérola: Tchau, tenham um ótimo passeio, e escolham sempre a Centro América Air – Falo repentinamente enquanto sorrio para os passageiros. Quando o avião esvazia, eu pego minha bolsa e saio com minhas duas colegas de trabalho. Beatrice: Ai gente, esse voo foi enorme! Onze horas de viagem, quase que eu infarto dentro desse avião - Fala passando um gloss nos lábios enquanto nós caminhávamos em direção a área interna do aeroporto. Pérola: Ah Trixie, não exagera garota. Já fizemos voos de quase vinte horas de viagem. Beatrice: Ah, mas não teve um passageiro bonito nesse voo - Faz biquinho – Não deu nem pra dar uma rapidinha no banheiro – Fala e eu gargalho. Berlinda: Meu Deus Beatrice, as vezes acho que nem somos parentes, olha as barbaridades que você está falando! – Repreende. Pérola: Deixa para lá Ber, você sabe como a Trixie é. Berlinda: Realmente, nem vou perder mais meu tempo falando pra ela se comportar. Beatrice: Já decidiram pra onde vamos agora? Berlinda: Pra mim tanto faz – Dá de ombros. Pérola: Podemos ir para a cafeteria, amo o café mexicano. Beatrice: Eu acho a mesma coisa do café brasileiro. Berlinda: Eu também. Pérola: Podem sugerir algo melhor então, ué. Beatrice: Vamos pra cafeteria mesmo. Seguimos até a cafeteria mais próxima e nos sentamos em uma mesinha. Dessas duas primas, dá para perceber de longe que a Berlinda é a mais quietinha, a Beatrice é atentada assim como eu. Essa é a minha única diversão, e a única coisa que tira o meu sorriso é essa dupla de primas. Desde que eu comecei a trabalhar aqui, elas também começaram, pegamos sempre o mesmo voo, e estamos nessa há anos. Particularmente, eu amo tudo que envolve o meu trabalho, sou apaixonada por idiomas, viagens, avião, a cor do céu e o branquinho das nuvens... Resumindo, tudo que envolva esse tema. Eu sou muito intensa em tudo, o famoso “oito ou oitenta”. Depois que eu perdi o meu pai, meu mundo praticamente desabou, minha mãe teve que se virar para colocar comida na mesa. Hoje ela vive depressiv4, transtornada com a m0rte do meu pai. Nós saímos do Jorge Turco logo após o meu pai ser assassinad0 em uma invasão, ele estava apenas trabalhando e foi vítima dessa tragédia. Lembro-me como se fosse hoje, ele tinha uma oficina em baixo da nossa casa, e eu estava o ajudando. A invasão começou e imediatamente ele foi guardar as coisas da oficina para fechar, me pediu várias vezes para entrar e como eu sempre fui uma menina teimosa, eu quis ficar com ele para entrarmos juntos. Foi muito rápido quando tudo aconteceu, um rapaz do morro rival chegou na oficina com um fuzil enorme e eu me escondi atrás de um carro, ele sussurrou alguma coisa no ouvido do meu pai e atirou várias vezes, depois meteu o pé. Eu corri e sem saber o que fazer, só sabia gritar, abracei o corpo dele deixando o seu sangue me sujar toda e foi nessa hora que a minha mãe apareceu desesperada, ligou para a ambulância mas quando vieram chegar, a invasão já tinha acabado e o meu pai já estava sem vida. Atualmente, eu e minha mãe estamos morando em um condomínio simples, e graças ao meu emprego eu consigo me dar alguns luxos e não deixar faltar o básico, principalmente os remédios dela. Ela as vezes tem alguns pensamentos suicid4s e quando algum surto acontece, eu não saio do pé dela, paro de fazer tudo que eu estava fazendo para ajudá-la, definitivamente, minha mãe é o meu ponto fraco. Beatrice: Cappuccino ou café puro? Berlinda: Alô Pérola? Terra chamando! - Estrala os dedos. Pérola: Ai meninas, desculpa – Falo saindo dos meus pensamentos – Estava pensando alto demais. Beatrice: E põe alto nisso, faz meia hora que eu estou aqui perguntando. Pérola: Pode ser um café puro mesmo, cappuccino é muito doce. Berlinda: Eu vou querer um cappuccino. Beatrice: E eu vou de uma coca – Fala se levantando. Pérola: Sendo assim, era melhor ter ido pra uma lanchonete – Rimos. Beatrice: Já volto. Pérola: Ok. Eu e Berlinda ficamos na mesa esperando a Trixie voltar, enquanto isso ouço o meu celular tocando. Abro minha bolsa e enfio a mão tentando pegar ele, parece até que eu guardo o meu quarto dentro dessa bolsa. Vejo que é ligação do w******p, meu celular deve ter conectado a algum Wi-Fi grátis, presto atenção no nome do contato "Cleitinho da quebrada" e o meu coração quase salta, com certeza deve ser algo importante. Pérola: Ber, avisa pra Trixie que eu vou no banheiro rapidinho, preciso atender uma ligação e aqui tá bem barulhento. Berlinda: Tá bom amiga - Pego minha bolsa e o celular, me levanto indo até o banheiro. Agradeço por não ter muita gente, entro em uma cabine e o celular volta a tocar, respiro fundo e atendo. LIGAÇÃO ON Pérola: Alô? Cleitinho: Fala Pérola parceira, tentei te ligar várias vezes pelo chip, mas aí não pegou, tive que ligar pelo w******p “memo”. Pérola: Tudo bem, eu estava em um voo, fiquei sem sinal, deve ter sido por isso. Mas qual o motivo da ligação? Alguma novidade? Cleitinho: Sim pô, das brabas! Tá sentada? Automaticamente me sento no vaso sanitário. Pérola: Estou, pode falar. Cleitinho: A parada é o seguinte minha parceira, vou ser direto e reto, o filho da put4 que matou o teu pai dentro do nosso território, tá solto. Pérola: C-como assim? – Pergunto começando a ficar nervosa. Cleitinho: Isso “memo” que tu escutou, o dono do Chapadão tá em liberdade, recebemos essa notícia de primeira mão porque temos os nossos contatos de lá. Pérola: Eu não acredito que esse desgraçad0 conseguiu sair de lá depois de tantos crimes! Cleitinho: Fica de boa. O chefe tem uma proposta que tu vai gostar. Pérola: Do que se trata? – Pergunto tentando manter a calma. Cleitinho: É bagulho sério, não dá pra falar por telefone, tu tem que vim aqui na favela. Pérola: Vou pegar o primeiro voo pro Rio agora mesmo – Respondo saindo do banheiro com sangue nos olhos. Cleitinho: Boa garota, te espero aqui. LIGAÇÃO OFF Passo uma mensagem avisando para a Trixie que tive um imprevisto, guardo o celular na bolsa e fecho, vou até uma outra parte do aeroporto, não posso esperar o meu voo porque vai demorar muito, não vejo a hora de chegar na favela, eu vou me vingar desse cara custe o que custar. *** Jorge Turco – 22:00 Pago ao Uber e desço do carro, passo pelos seguranças armados e aceno, eles assentem com a cabeça. Sou cria daqui, todo mundo me conhece. Não consegui comer e nem cochilar durante a viagem, fiquei tão vidrada e nervosa com a ligação que minhas pernas bambas são a prova viva disso. Avisto Cleitinho parando o carro do meu lado. Cleitinho: Entra aí, o General quer ter um particular contigo - Assinto com a cabeça e entro no banco do passageiro. Cleitinho: “Comé” que tu tá? Tá sumida que só a p***a. Pérola: Estava bem até você ligar, esse assunto me dar nos nervos, me faz lembrar do dia que assassinaram o meu pai na minha frente. Cleitinho: Mas fica calma que o bagulho vai dar certo. Pérola: Você sabe o que ele vai me falar ou propor? Cleitinho: Pior que não, só com o patrão mesmo. Pérola: Tá bom . Cleitinho para em frente a boca e eu desço do carro ajeitando o meu uniforme que está um pouco curto. Faz um tempinho que vim aqui, algumas coisas estão mudadas... Bato três vezes em uma porta e escuto um “Entra”. Pérola: Oi, licença – Falo abrindo a porta e fechando logo após. General: Fala minha consagrada, senta aí – Aponta para a cadeira. Pérola: Mandou me chamar? Aqui estou! – Me sento na sua frente e percebo que ele está mais bonito do que a última vez que eu o vi. General: Sim, mandei te chamar porque tenho uma proposta que com certeza vai te interessar – Coça a barba – Como tu já ficou sabendo pelo Cleitinho, o dono do Chapadão acabou de se soltar. Nos últimos meses, esse cara vem dando muito trabalho pra mim, a intenção dele é de tomar minha favela, mas isso não vai acontecer, porque antes dele fazer isso, a gente acaba com ele. Pérola: A gente? – Arqueio a sobrancelha começando a gostar da ideia. General: Isso “mermo” que tu ouviu, a ideia que eu tenho é de tu se infiltrar no Chapadão por um tempo, até conseguir acabar com ele. É bagulho de matar dois coelhos em uma cajadada só, tu vai concluir a vingança que tanto carrega nas costas, e eu posso controlar a minha favela sem receber ameaças desse cuzã0. Pérola: No caso eu seria uma X9? General: Sim. Mas como eu te conheço bem e sei da mulher que você se tornou, eu tenho certeza que vai conseguir fazer isso sem que ninguém desconfie, pode usar todas as armas contra ele, a tua beleza, por exemplo. Pérola: Caso eu tope, como que funcionaria? General: Foi inaugurada uma boate de stripte4se lá no Chapadão, tu poderia fazer parte dela. Pérola: Me pr0stituir? – Pergunto baixo e incrédula. Me esforcei tanto para conseguir o emprego, dar orgulho a minha mão e agora, tenho que descer a esse nível. Sempre levei comigo mesma que quando eu achasse o assassin0 do meu pai, eu iria me vingar, mas não colocando minha mãe e meu trabalho em jogo, assim já é demais. General: Não digo bem se pr0stituir, porque com essa beleza pra dar e vender, tu pode seduzir ele, o cara é um tremendo safad0, adora sex0, tu iria ganhar a confiança dele rapidinho e poderia dar um fim nisso tudo. Mas pra isso, tu teria que morar no Chapadão pra passar toda a confiança necessária. Pérola: Mas e minha mãe? Você sabe que ela precisa de cuidados, e também tem o meu trabalho. General: Pérola, cadê a mulher forte e destemida que saiu daqui do Jorge Turco prestes a dominar o mundo e na primeira oportunidade, jurou mat4r o homem que tirou a vida do pai? Pérola: Ela tá aqui ainda, essa Pérola vive! Mas agora tem algumas coisas que me impedem de fazer isso, naquele tempo não, mas hoje sim. General: Coé, pensa nessa proposta, tu vai poder acabar com essa angústia que não te deixa em paz, tu pode ter até condições melhores hoje, mas me fala se tu tem paz? – Me calo – Não tem pô, eu sei que todos os dias quando tu se levanta, a lembrança do teu pai vem na tua mente, aquela cena de tu ainda mais nova, beirando uns dezessete anos, agarrada com o corpo dele encharcado de sangue não te deixa ter saúde mental, e nem tua mãe. Pérola: Já chega, General – Falo em um tom de voz alto quando me canso de ouvir as palavras dele – Eu topo, tô dentro – Falo decidida. General dá um sorriso convencido de orelha a orelha e começa a explicar como vai ser tudo isso, principalmente a parte em que uma tal de Dalila irá me ajudar, e dá ênfase falando que se uma for descoberta, a casa cai para as duas, então o cuidado tem que ser dobrado. FLASH BACK OFF Saio dos meus longos pensamentos e presto atenção no agora, onde todos os homens mau encarados me olham confusos sem entender porque eu estou parada igual uma estátua olhando para eles. *** Publicado dia 1 de Outubro de 2021, ás 00:00.

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