Capitulo 1
_ i****a, eu não preciso disso _ grito batendo a porta.
E lá se vai mais um emprego, já é o segundo esse mês, ou o terceiro sei la. Talvez você pense que eu sou louca mas como trabalhar com um cara que vive me chamando pra ir pra cama com ele.
Chego em casa e entro direto pro meu quarto, estava tentando evitar minha mãe, mas como sempre ela me viu..
_ Malu_ela bate na porta e eu finjo não ouvir _ Malu eu sei que você esta ai da pra você abrir essa porta agora.
Ela não ia desistir, então o único jeito era abrir a porta.
_ Fala mãe _ respondo voltando pra cama, ela me encara, e não diz nada, espero um pouco e me volto pra ela_ fala mãe o que você...
Olho pra ela e penso m***a ela está com o telefone na mão, claro minha mãe arrumou esse emprego pra mim
" não malu, ele é uma ótima pessoa, conheço a mulher dele a anos"
Claro, uma ótima pessoa e na minha primeira semana de trabalho o cara passou a mão na minha b***a, e eu não ia aceitar isso.
_ Mais um emprego Malu? _ ela grita _ contando com esse já são quatro.
Nossa eu sabia que era mais de três, acho que parei de contar depois do segundo.
_ Malu, você está me ouvindo? _ ela estala os desdos na minha frente, volto a olhar pra ela, e ai ela começa andar pelo quarto _ eu não sei mais o que faço com você.
_ Mãe, ele passou a a mão na minha bunda._ tento parecer mais ofendida possível
_ Ah! Ainda tem isso, a mulher dele me ligou, você sabe a confusão que você fez?
Bem.. Eu me lembro de ter jogado o café quente na cara dele, além de chama- lo de t****o e dizer a todas as secretarias que ele era um maníaco.
_ Confusão? Eu sequer liguei pra jornalistas _ ironizo
_ Vai achando graça, a mulher dele estava do lado de fora da sala quando você fez seu show.
_ Ótimo, agora ela sabe que o marido dela é um t****o.
_ Ótimo pra quem Malu? Agora a mulher nem olha mas na minha cara ele disse que você deu em cima dele ,e adivinha em quem ela acreditou.
_ Nossa que i****a _ reviro os olhos
Minha mãe se senta ao meu lado na cama e passa a mão na minha cabeça, tentando se acalmar, por que a vontade dela era de me bater.
_ Até quando Malu? Você já tem 20 anos ta na hora de dar um rumo a sua vida.
Minha mãe tinha razão, eu precisava de um rumo pra minha vida, eu so não sabia qual era ainda.
Amo meus pais, mas as vezes acho que sou adotada, até já pesquisei queria vê se achava meus verdadeiros pais mas não deu em nada.
Meu pai vive arrumando formas de arrumar dinheiro, não é má pessoa mas é ganancioso demais, as vezes me preocupo, ele parece capaz de qualquer coisa quando o assunto é dinheiro. Já minha mãe é metida a rica, talvez por que ela tenha vindo de uma familia rica que faliu, mas ela não perdeu a pose.
Acordo cedo e me arrumo, eu tinha uma entrevista marcada ás oito, estava nervosa, mas preparada para o que viria.
Geralmente eu ia bem nas entrevistas, meu problema eram os patrões velhos e tarados que eu arrumava.
_ Outra entrevista?_ pergunta me pai sentado a mesa lendo um jornal
_ Sim.
Eu e meu pai nunca nos demos muito bem, ele sempre achou que eu devia arrumar um cara rico pra me casar.
" você é bonita Malu, pode arrumar o homem que quiser". Isso até podia ser verdade, mas eu nunca casaria com alguém só por dinheiro, e eu já tinha meu namorado.
Eu e o Cadu, não era bem um namoro mas eu gostava de pensar que era. A gente saia e era bem legal, mas ele nunca falou em compromisso, mas eu contava que em breve ele falaria.
Chego oito horas em ponto, e me sinto satisfeita por ser a primeira a chegar. Não passa muito tempo e as outras candidatas chegam,examino uma a uma e chego a conclusão, todas elas são definitivamente melhores que eu. Pareciam elegantes, e combinavam com o lugar que também era muito elegante. Passo a mão na sai novamente, na tentativa de parecer mais apresentável.Continuo esperando me chamarem quando ouço meu celular tocar..
_ Alô _ falo cuchichando
_ Oi sou eu a Carla _ diz ela baixinho do outro lado quase rindo
Dou uma risadinha discreta, e a recepcionista super elegante me olha com um ar de reprovação. Me endireito na poltrona e volto a falar com a Carla.
_ Fala logo, tô ocupada.
_ É eu sei, liguei pra sua casa, pra saber se você ja tinha saído.
_ Então..
_ Deixa depois eu falo, boa sorte!
Ela desliga e eu continuo esperando me chamarem. Examino minha roupa mais uma vez e fico ainda mais convencida de que deveria ter vestido meu tubinho preto. Aquela saia não me caia muito bem, não ficava tão elegante, a blusa ja estava meio amarrotado de tanto eu me mexer na poltrona e quando pensei em ir embora era tarde demais.
_ Senhorita Maria Lúcia Magalhães _ minhas pernas tremem, eu me levanto e entro na sala em frente.
_ Bom dia senhorita Maria lucia_ diz um homem alto de óculos. Ele até me lembrava um professor meu era igualzinho alto , magro, de óculos e muito sério, na verdade ele me dava medo._ sente - se por favor
_ Obrigada _ falo quase sem voz de tanto nervoso
_ Então senhorita Maria Lúcia , por acaso já trabalhou como secretaria executiva?
Droga! É pra secretaria executiva? A Carla disse que era pra recepção. E agora o que faço? Não vou pagar esse mico , estou em pânico, eu sequer sei o trabalho de uma secretária executiva.
Eu estava em pânico, minhas mãos suavam e eu pensei que mesmo que eu não soubesse nada, não deveria ser tão difícil anotar alguns recados, na recepção do meu antigo trabalho eu também fazia isso.
_ Está tudo bem? _ pergunta o homem me olhando fixamente
_Sim me desculpe,pode continuar_ respondo sorrindo tentando passar segurança
_ E então já trabalhou como secretária executiva?
Respiro fundo e minto. Por que menti? Bem eu precisava do emprego, meus pais já estavam cansados de me vê sair de quase todos os meus empregos. Saí da sala com certeza absoluta de que não seria chamada, mas jurei que se conseguisse esse emprego só sairia dele se me demitissem.
Chego em casa cansada e ainda tive que aguentar o sarcasmo do meu pai novamente.
_ E então, como foi lá? _ ele me olha com um sorrisinho nos lábios que me deixa ainda mais nervosa
_ Bem, acho que vou conseguir _ falo altiva como se fosse verdade, mas eu sabia que era impossível
_ Não faz diferença, você sempre sai depois de uma semana.
_ Pois saiba que se eu conseguir esse emprego, eu só saio de lá se for demitida _ grito enquanto ele vira as costas e sai rindo da minha cara.
Que d***a meu pai é tao irritante como ele consegue ser tão insuportável? Mas pensando bem ele até que tem razão eu nunca fico em emprego nenhum sempre arrumo algum tipo de problema. Ou o chefe me assedia, ou é arrogante demais, ou eu arrumo problema com algum colega de trabalho, sempre tem alguma coisa. Ta decidido o próximo emprego que eu arrumar , so sairei se for demitida, pelo menos foi isso que eu pensei.