Capítulo 4 — A outra

1197 Words
Luna Acordei sendo carregada pelos braços de Lancelot, bom, eu pelo menos sabia o nome dele e que ele estava me ajudando e tão triste quanto eu. A única coisa que eu sei é que ele odeia feiticeiros, faria qualquer coisa para soltar ao menos uma faísca dos meus dedos, só pra ver qual seria sua reação, ele me mataria? — Pode me pôr no chão, por favor? — Pedi sem fazer muito movimento. — Há quanto tempo está acordada? — Sua voz estava cansada. — Tenha certeza que não muito. — Após me colocar no chão, eu firmei meus pés na terra e então eu vi que já era noite e estava tudo escuro. — Eu só preciso de alguns minutos e vou ficar bem, conseguirei andar sozinha. — Mesmo que ande sozinha, iríamos demorar mais que o esperado, está fraca e se continuar assim por muito tempo não vai sobreviver. — Não estou morrendo, apenas cansada. — Respondi em meio a um longo suspiro, quase caí ao encostar minha mão em uma árvore que eu poderia jurar que estava ao meu lado, mas estava muito longe e eu estava tendo reflexos estranhos. — Não tenho a noite inteira pra isso. — Lancelot me pegou em seus braços e me colocou em seu ombro. — Assim vamos chegar mais rápido, estou com mais energia que você. De repente ele começou a correr e eu então me assustei, pois não era coisa de humano isso. Eu estava buscando força dentro de mim para que algum vestígios de feitiço viesse a surgir, para que pudesse ao menos me defender. A lua estava nos seguindo e eu sabia disso, seu corpo estava ficando maior e sua respiração ofegante demais. Quando pensei em dizer algo, vi algumas cabanas destruídas, ele então me pôs no chão e saiu me deixando para trás. — Venha! — Ele ordenou e ao entrar onde estavam todos, eles começaram a fazer reverências a ele que se manteve calado até entrar em uma casa de pedra. Havia cortinas douradas por todos os cantos, muitas coisas de ouro e algumas garrafas com uns líquidos de cores diferentes, algumas que eu nunca tinha visto. — Coma e vá descansar um pouco. Amanhã terá que decidir sua vida. Se quiser , amanhã terá que me dizer de onde veio. — Eu não tenho o que dizer! Já disse que vim de Oneduz. A verdade é que eu não tinha mais para onde ir, não tinha mais casa e agora eu não sei quantas pessoas estavam querendo a minha cabeça. Porque, meu pai e meu avô morreram, mas a família era enorme e muitos deles sobrevieram e até presenciaram a cena. Eu tinha que aceitar e ficar, precisarei mentir sobre quem eu sou, até que eu encontre uma maneira de ir embora. — O que sua mãe fez para ser morta? — Ele era esposa de Ulisses Crowler. Éramos uma família conturbada e os lobos a mataram. — Não foram os lobos, foi seu avô. Você deve ser a menina dos olhos dos deuses. Ouvimos falar sobre você algumas vezes e sobre seu nascimento. Queria dizer que é bem-vinda em minha alcateia. — Então ele era um lobo? ficar, será bem-vinda. Mas, preciso que me diga de onde veio e o que levou a vossa mãe à morte. — Já disse, sou de Oneduz. Os malditos lobos mataram a minha mãe, junto com as tropas de Malvim. — Como sabe disso? — Ele parecia chateado com o que eu disse, como se soubesse de alguma coisa. — Porque eu estava lá antes de fugir. Eu vi os lobos cercando a minha mãe, vi as tropas de Malvim atirando uma flecha em seu peito e depois os lobos foram em cima dela, mas eu a puxei e consegui enterrar seu corpo. — Eu não poderia dizer que a fiz sumir junto com o vento, estaria me entregando e eu não quero morrer agora. Eu tinha que ficar, porque já não tinha mais casa, não tinha para onde ir e sem dúvidas eu não quero me preocupar com isso agora, ainda estou em choque com tudo isso. Além do mais, os Crowler's que ficavam devem está querendo a minha cabeça agora, eu só consegui eliminar dois, mas ainda tem milhares deles por aí. — O que pretende fazer? — Ele continuava de costas para mim, mas curioso. — Tentar sobreviver. Será que tem algum lugar onde eu possa tomar um banho? E não se preocupe, eu não vou ficar por muito tempo. — Eu vou te deixar à vontade para fazer o que precisa, depois junte-se a nós, estaremos esperando você na mesa. Lancelot A chuva deixava o tempo frio, algumas cabanas estavam totalmente no chão e eu precisava resolver isso o quanto antes. — Temos que dar um jeito nisso o quanto antes. — Nobdy falava enquanto olhava tudo o que precisava. — Eu estou indo buscar lenha, cuide do fogo por enquanto. Peça para alguém ir buscar muitas peles, precisamos cuidar das mulheres e crianças. Eu estava cansado, mas não poderia deixar meu povo sem ajuda, família acima de tudo e eu tenho mais que o dever de cuidar deles. Luna me desperta uma certa curiosidade, como ela conseguiu correr por tanto tempo se é de Oneduz como diz? Seria muitas léguas. Coloquei duas toras em minhas costas, sentido-as arder com o suor tocando os cortes provocados pelas brigas recentes. Após algumas horas, havíamos feito algumas cabanas, desta vez mais segura e todos então estavam abrigados. — Quando vamos poder comer? Estou faminto, mamãe. — Uma criança falava e todos me olhavam, esperando que eu dissesse alguma coisa. — Podem ser servir. — Eu estava esperando por Luna, mas ela não veio, e eu precisava de um banho também, estava cansado e precisava dormir, já era quase uma hora da manhã. Sair da mesa assim que se seguiram e fui até a minha toca. Encontrei Luna dormindo em meu ninho, estava despida e tentou cobrir seu corpo com um pano de seda quase transparente. Ela tinha belas curvas, um belo par de s***s e era perfeita. A cobrir e fui para o colchão que havia em outro cômodo. Mas, antes que eu pudesse dormir, Andrew bateu na porta e me fez levantar, rápido, para que não abordasse Luna. — O que quer há essa hora? Não vou caçar hoje, sem chance. Andrew e eu crescemos juntos, éramos como irmãos. Eu confiava a minha vida a ele, assim como ele a mim. — Não é isso, só quero saber quem é a humana que colocou lá dentro? Dalila estava quase invadindo sua privacidade, estava furiosa. — Dalila não me importa. Ela é como todas as outras perante meus olhos, o que ela está querendo dessa vez? — As mesmas coisas de sempre! Está mais furiosa agora, pois viu você chegando com uma mulher em seus ombros. Afinal, quem era ela e onde ela está? — Está aqui dentro. — Disse saindo sem fazer barulho, coberto com uma pele de urso pardo. — Ela é Luna, a encontrei perdida. Ela perdeu a mãe e eu não poderia deixá-la lá, então a trouxe.
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