Capítulo 9 — Uma péssima paisagem

1033 Words
Lancelot — Onde está o vinho? Não vai receber seu tio como deveria ser? — Luna olhava para Merlin como se o conhecesse. Mas, ele não fazia correspondência aos seus olhares, era como se ela não estivesse ali. — A quem veio matar desta vez? — Falo em alto e bom tom, cercando Merlin e o que ele tenha como seu guia. — Apenas dar as boas vindas a sua amiga, soube que… soube que as tropas de Pedragon estavam os perseguindo e vim lhes oferecer a minha ajuda. Sem segundas intenções. — Como você ousa vir aqui e querer me insultar quando me oferece suas magias fajutas, que há muito tempo já não existem mais. Ou vai nos dizer que os rumores são mentiras? — Algumas pessoas gargalhavam enquanto Merlin se servia de um vinho que pertencia a mim. — Eu não sei o que as pessoas andam dizendo, mas se prestasse mais atenção nelas, iria descobrir coisas mais interessantes ainda. Então, quem é a garota? Alguma integrante de Onedusa ou de Kodo? — Não, sou apenas uma camponesa que foi salva por Lancelot. A ele quem devo minha eterna gratidão. — Luna sorri e lhe cumprimenta, mas, a energia começou a ficar estranha de repente, quando Merlin se aproximou de Luna era como estivesse alguma coisa o impedindo de chegar perto dela. — Já teve respostas sobre sua pergunta, Merlin. Não preciso da sua magia nojenta, eu me viro sozinho. Abnerzy Lancelot não dava o braço a torcer. Ele podia me sentir, mas não me ver, o que não era o caso de sua nova amiga Luna. Ela me via, me sentia e conseguia se comunicar comigo, bastasse querer. Os pensamentos de Merlin se baseavam em: beber, descobrir porque Lancelot está mantendo Luna a salva e segura e quando chegará o dia em que ela saberá de toda a verdade. A verdade era que Merlin já não podia mais conjurar magia alguma. Ele usava a telepatia a seu favor, mas até nisso estava se tornando falho, as mensagens sempre falharam e a pessoa não conseguia se comunicar com ele, quem tinha o dom, é claro! Merlin e eu, quando não estamos sozinhos, nos comunicamos apenas por transmissão de pensamentos. — Merlin, ele está tentando entender o porquê de ter vindo até aqui. Não beba, isso pode lhe fazer falar bobagens e acabar perdendo o controle das coisas. Não vou ajudá-lo mais uma vez se colocar tudo a perder. Ela não sabe sobre sua paternidade, apenas que não é filha de Ulisses. Não a deixe curiosa, isso poderá fazer com que ela deixe fluir sua magia sem que nem ela mesma perceba. Estavam me chamando. No convento da cidade mais próxima havia uma jovem doente e sua alma implorava por socorro. Era hora de ir buscá-la e lhe dar o descanso eterno. Luna — A mulher que… — Percebi que Lancelot não a via, então pensei em falar sobre onde estaria Meei. — Onde está Meei? Ela disse que iria me apresentar algumas coisas hoje. — Luna, não é mesmo? — Merlin perguntava com um sorriso no rosto, como se nós nos conhecêssemos de longa data. Por algum momento ele parecia ler meus pensamentos. Não estava conseguindo me sair do seu contato visual, quando Lancelot pôs a mão em meu ombro, se posicionando ao meu lado e me abraçando. — Sabe que não é bem-vindo aqui, Melin. Você não veio apenas oferecer o que sabe que não tem, portanto vá direto ao que quer. — Os soldados de Lancelot se posicionaram ao redor de Merlin, e lhe apontaram suas lanças. — Ele é seu tio? — Perguntei ficando em sua frente e desviando sua atenção. Mas, ele não me olhava e mantinha seu corpo rígido. — Ele é um feiticeiro? — Arqueei a sobrancelha e me afastei. — Ele não é ninguém. — Lancelot saiu sem olhar para trás enquanto o homem vinha até mim sorrindo de forma gentil. — Você é um feiticeiro que perdeu o domínio sobre eles? — Não deixei que a curiosidade tomasse conta da conversa que estávamos tendo. — Assim dizem os rumores! O que deu nele hoje? Como fez ele acordar de bom humor? — Eu não o fiz. Com licença, preciso fazer algumas coisas antes que anoiteça. Irei providenciar um lugar para que possa dormir esta noite. — Lancelot jamais aceitaria isso, mas não se preocupe comigo, eu vou ficar bem. Que os ocultos a protejam. Não confiei em tudo que ele lhe disse, ele não sabe quem você é! — Essas foram suas últimas palavras antes de sair em direção a uma árvore, deixando seu cajado ao seu lado e sentando apoiando com a cabeça na árvore, bebendo o vinho que levou de cima da mesa. Havia se passado algumas horas. Meei havia me apresentado algumas fontes de água, lugares onde eu não deveria jamais entrar sem a permissão de Lancelot. Me mostrou sua concubina, de fato ela era uma mulher muito bonita, s***s fartos, cintura perfeita e quadris largos, fazendo assim de suas nádegas avantajadas e bonitas. Ajudei no cozido picando os legumes e as carnes, para que os filhotes não corressem o risco de se engasgar. Yeda estava fazendo misturas de líquidos que haviam fermentado durante sete dias. O cheiro era r**m, mas ela dizia que o gosto era maravilhoso. Não ousei perguntar do que se tratava, não tinha a mínima vontade de beber aquilo. Antes de voltar aos aposentos de Lancelot, tomei banho em um lago, onde poderia jurar que tinha alguém me observando. Cheguei aos aposentos de Lancelot e ao abrir a porta me deparei com ele de costas, nu e olhando a mulher que estava a sua frente, ordenando que ela satisfizesse seu lado obscuro. Percebendo a minha presença a mulher se assustou, puxando para si os lençóis de seda e cobrindo seus s***s. — Me desculpe, eu não vi nada. — Fechei a porta e corri para o mais longe que eu pude. Por que ele não me disse que iria ter momentos íntimos com alguém, agora não sei onde irei dormir. Não tenho jeito para olhar em seu rosto, não mais depois do que acabei de ver.
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