Capítulo 24 — O Protegido

1039 Words
Lancelot Coisas que eu jamais pensei em aceitar, esta noite estava mudando de ideia e prestes a jurar lealdade aos anciãos por toda minha vida, e nem mesmo em minha norte eu estaria sozinho. Luna conversava com Merlin felizarda, deixando alguns sorrisos escaparem vez ou outra. É incrível como consegue parecer tão sábia e tão velha de conhecimentos, mas tinha tão pouca idade e ainda sim, me deixava louco. As duas estavam trocando de lugares, o momento mais esperado por todos estava, menos por mim. — Pedimos silêncio para a benção que está por vir. — O tilintar da taça de um um deles, fez com que todos que estavam ali presentes, prestassem atenção no que estava por vir. Luna estava tão atenta ao momento assim como os demais também estavam. Antes que as coisas pudessem dar início, estendi minha mão em sua direção, ela hesitou por alguns segundos, até que eu tomei coragem e fiz o que ela me disse: agir sempre no momento em que pensar. — Venha, dê-me o prazer de sua companhia ao meu lado. — Ela sorriu, segurou minha mão e em seguida sentou-se ao meu lado, agora em um assento de madeira. — Eu não sei o que dizer! — Seus olhos brilhavam ao olhar para o céu, como se estivesse vendo aquilo pela primeira vez. — Não é preciso dizer nada, eu sei o que sente, meu amor. — Toquei sua mão e de forma sútil e não esperava que ela fosse retribuir o toque, mas foi justamente o que aconteceu naquele momento. — Perdoe pelas vezes que magoei. Quero começar um novo legado ao teu lado. — Não estou preparada para isso, mas não significa que não quero ficar ao teu lado. Apenas não me sinto digna de ocupar tal cargo, ainda. — Ela não media palavras quando o assunto eram respostas, e isso era o que eu adorava nela. — Podemos ser mais íntimos, mas não posso acompanhar-te em um legado que não é meu. — Questão de tempo? — Talvez… faça por merecer, não apenas por querer mérito, Alpha. — Se eu disser que aquilo não aguçou meus sentidos eu estava mentindo. Ela me deixava a ponto de faltar o ar sempre que estava perto de mim. Era como se a gente se interligasse por algum meio desconhecido, e eu não queria parar de senti-lo. O silêncio era algo terrível. Todos prestavam atenção enquanto as Luas trocavam de lugares, era realmente algo magnífico, mas que não durava muito tempo. — Fomos enviados aqui hoje para dar as bênçãos ao que está por vir. — Segurei a mão de Luna e sentamos no mesmo momento, atraindo olhares raivosos de alguns dos que ali estavam, mas Dalila estava ali apenas por ser obrigação de todos. — Para que não haja futuro sem lei, injustiças ou caos. Enviado de Danira, a deusa da fertilidade e a mais poderosa das bruxas, seu primogênito e único amor, o Alpha Lancelot. O enviado de Danira veio para nos mostrar que um reinado pode ser comandado de forma honrada por um lobisomem, assim como foram nos tempos do seu avô. Lancelot, filho do sangue, banhado em ouro e acolhido pelos anciões, é com o imenso prazer que estamos aqui hoje para que jure lealdade ao que está por vir. — Os sete que velhos que ali estavam, me olhavam como se eu fosse o futuro de boas causas, mas eu estava pouco me importando para tudo aquilo. — A que devemos a honra além de ti nesta maravilhosa noite? — O mais velho dos sete perguntou, olhando profundamente nos olhos de Luna, enquanto a cor dos seus cabelos estavam mudando para um dourado como eu jamais tinha visto antes. — Nos apresente a bela moça a quem vós acompanha. — Esta é Luna, filha de Léia e minha escolhida para todo o sempre. Afilhada de Merlin e a escolhida dos deuses. — Lhes dei um breve resumo sobre a fêmea que era minha, e que ali por nós estava. — Odin o enviou uma feiticeira, o que mais poderia atrasar sua vida além de um amor que jamais poderá ser levado a sério? Afilhada de Merlin? Um mago fracassado que perdeu sua magia desde a partida de sua amada, que até então, é desconhecida por todo o ser que o conhece. — O discurso deste mesmo, fez com que Luna despertasse sua ira, fazendo-o levitar enquanto perdia o ar aos poucos. — Se mencionar o nome de Merlin uma segunda vez, não terás uma segunda chance. Prossiga com o que estava dizendo, pois temos pressa para que isso acabe o mais breve possível. — Seu riso após soltar o ancião de sua prisão invisível fez com que todos que ali estavam, permanecessem calados e atentos ao momento. — Não há perdão para quem mexe com os meus e eu não estou brincando. Agora prossiga! [...] Após os juramentos, a festa foi liberada e de forma alvoroçada todos beberam e comeram como se fosse a primeira refeição de suas vidas há dias, e era isso que iria acontecer se eu não aceitasse governar o clã de Defty. Era inútil tentar dizer o que ela me despertava, pois ela já sabia de tudo antes mesmo que eu pudesse abrir a boca. De forma estranha eu sentia seu medo não comum. Ela não temia a morte, não temia a fome e nem mesmo a perda, então qual era o seu propósito de vida? Uma família? De fato era uma enviada dos deuses para mim? Isso tudo estava me deixando louco, eu m*l conseguia pensar quando ela estava ao meu lado e agora… agora ela estava sentando em meu colo, ignorando todo e qualquer olhar ou opinião que ali viessem surgir. — Eu te amo, Lancelot, mas não serei submissa a ti como pensas. — Seus lábios encostaram no meu, sentindo meu corpo todo arrepiar e como se ela tomasse minhas forças, eu estava sedento para sentir novamente o toque de suas mãos em meu corpo. — Eu serei submisso a ti, sem esforço algum, apenas me queira. — Confessei a beijando novamente. Nossos lábios se separaram e ela continuou a dançar, enquanto Dalila se aproximava com seu olhar fumegante.

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