CAPÍTULO 05

1216 Words
RAMON Celeste: Ela é tua mãe Ramon! Ela é tua mãe! - olhei pensativo pra mulher que gritava desesperada com as mãos na cabeça - Por que você fez isso?! Garoto?! Por que?! - em um canto escuro havia um corpo jogado, não sei quem era, tinha visão apenas dos pés. Nas mãos eu segurava um martelo que estava coberto por sangue - Ela era tua mãe! Você matou ela! Desperto suado e com a respiração ofegante. p**a pesadelo do c*****o! Agora toda vez é isso, além dos sonhos diários com o próprio demônio que um dia tive o desprazer de chamar de pai agora sonho com essa história de mãe. Que mãe c*****o?! Nunca tive saporra aí. Sempre foi só eu e ele. A única coisa que tive mais perto de uma mãe foi essa tal de Celeste aí que saiu da casa do c*****o e acabou entrando na minha vida. Um dia quando era bem pequeno ele me bateu na rua, um tapa na nuca que me fez cair de joelhos no chão e me causou falta de ar. Sei lá se foi pelo tapa ou pelo desespero. Eu tinha uns três anos, foi quando as coisas começaram a dar errado pra mim, foi a época em que meu pior pesadelo se iniciou. Ele me bateu e me deixou no chão jogado e chorando. Ela veio e me pegou no colo, me abraçou e beijou minha testa. Eu era pequeno mas lembro muito bem disso, foi o primeiro carinho que ganhei na vida. Depois daquilo ela sempre pareceu tá por perto, eu gostava daquilo. Às vezes no meio da noite eu fugia e ficava em frente a casa dela, se tinha luz acesa atirava uma pedrinha na janela. Isso era o jeito de dizer que eu estava ali, que precisava dela. Ela me colocava pra dentro e me dava amor. Um dia o demônio descobriu e tacou fogo na casa dela com a família dentro. Fiquei desesperado, eu já entendia tudo tinha uns onze anos. Eu e o Tamarin corremos e conseguimos ajudar eles e foi aí que percebi que só fazia m*l a tia. Eu tinha que me afastar ou ela poderia morrer por mim. Os anos se passaram e evitava ela cada vez mais. No início ela me procurava e tal mas nunca quis saber, um tempo atrás até puxei um 38 pra ela, afirmei que ela não saísse da minha frente eu ia atirar na cabeça. Tremi todo de medo dela não sair, papo reto mano, queria matar a tia não. Foi um alívio quando ela virou e saiu dali. Acho que isso deve ter uns quatro anos. Depois que me afastei dela nunca mais tive afeto de ninguém e nem por ninguém, fiquei pior do já era, a tia trazia a tona meu lado bom tá ligado? Enquanto o outro lá só trazia meu demônio interior. Semana passada Celeste entrou na boca e antes mesmo que eu pudesse dizer uma só palavra ela disse que não sairia sem me contar a verdade sobre minha mãe. Encarei a veia com cenho franzido e travei, que p***a de mãe?! Nunca tive isso! Celeste contou que o nome dela era Mariana, meu pai diz que era um filho da p**a, ladrão pé de chinelo, drogado do c*****o. Mariana também era usuária, as duas eram vizinhas e melhores amigas, moravam na parte mais pobre da favela, ao lado da sanga. Celeste tentou ajudar minha mãe várias vezes mas ela sempre voltava pras drogas. Logo que nasci meu pai foi preso e minha mãe não tinha como se sustentar. Celeste contou que ela nunca trabalhou, sempre viveu pedindo e dando pequenos golpes e roubos, a tia quem ajudava nós. Mas agora ela tinha um bebê e não podia sair pra roubar, Celeste contou que ela me amava muito e tinha medo de algo r**m acontecer. Foi quando ela foi falar com o cara que me criou, passou a vender droga, formou uma pequena boca de fumo na casa dela e dali tirava o nosso sustento e o sustento do vício claro. A tia contou que eu era muito bem tratado, que apesar dela usar droga e beber ela nunca me deixou faltar nada e eu tava sempre alimentado e bem limpinho. A vida dela tava ótima, tava tudo indo bem, tinha dois anos que ela vendia droga e tava se dando bem. Até o meu pai foi solto da cadeia. Ele veio pra casa e não se contentou em usar pouca droga. Celeste contou que ele usou tudo que minha mãe não havia vendido. Eles brigaram e ela mandou ele embora mas antes ele bateu muito nela e quando saiu pegou o dinheiro também. Sem o dinheiro e sem droga para conseguir um pouco que seja do valor Mariana ficou desesperada. Ela sabia que o demônio do Zóio não ia perdoar. E claro na favela nada fica escondido, ligeirinho chego nos ouvidos dele o acontecido e ele foi atrás. Celeste disse que tava lá com minha mãe quando ele chegou. Foi logo batendo no rosto dela que me apertava em seus braços tentando me proteger. Mariana pedia pra que ele não fizesse nada comigo. O cara me arrancou dos braços dela e atirou várias vezes depois quando saiu tacou fogo na casa. Eu conheço a tia sei que ela não mente e também a veia não seria nem louca de vim com k.o pra cima de mim. Hann! Pipoco aquela fudida! A tia é minha madrinha e saber disso me deixou estranho. Acho que é por isso ando tendo esses pesadelos. Madrinha é tipo mãe né não? Sempre quis ter mãe quando era pequeno, agora to nem ai na moral mesmo mas mexeu com o psicológico do bandido isso é certo. Aquele fudido do Zoio nunca me falou nada, as poucas vezes que quis saber da minha mãe ele me batia no rosto sem me dar resposta. Levanto da cama e olho no relógio marca 2:00hrs da manhã. Visto uma bermuda e entro no banheiro, faço minha higiene e saiu da minha grande casa de dois cômodos. Três se contar com o banheiro. Cresci em uma bela casa, a melhor dessa favela. Má nunca liguei pra luxo, só queria mesmo era paz, ser alguém normal e não um ser nojento cheio de traumas e medos. Muita gente teme ao terrível Ramon chefe da vila cruzeiro, pensam que sou o f**a que nada me abala e pá. Tudo engano irmão, tenho medo sim, tenho medo dele voltar. Por isso que toda semana vou na cova ter certeza que ele continua lá, cavo retirando toda a terra e fico horas olhando os ossos dele. Adoro saber que ele ta no inferno sentando na p**a do capeta. Vou descendo a rua devagar, tudo nos conformes na atividade. Em algum canto uma p**a geme e meu estômago embrulha. Paula: Oi chefe - levanto o olhar dando de cara com a peste em pessoa Ramon: Saí - empurro ela e sigo Paula: Me dá uma chance patrão - choraminga e puxo a pistola da cintura. Atiro no pé dela mas pega no paralelepípedo - Aí! Ramon: O próximo vai ser na cara quer vê?! - a p**a foge correndo e mais uma vez sigo meu caminho. Tenho nojo dessas raça
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