✔ 3. Café com a avó

820 Words
✔ 3. Café com a avó: Vestindo o seu usual terno preto, sem gravata, com uma camisa também preta, sapatos e cinto também pretos, Martín se preparava para sair. Não existia dúvida alguma que preto era sua cor favorita. Martín vestido de preto era a elegância em forma de homem. A personificação do pecado. Exalava poder, autoridade, seriedade, sofisticação, mistério. Ele bem que tentava ser discreto, o que não era muito fácil, um homem como ele não passava despercebido por nenhum lugar. A senhora Luzia, o esperava para um café da manhã, precisavam conversar sobre o seu casamento. Eles não imaginavam que o conselho começasse a cobrar por um casamento, antes de Martín, completar vinte e nove anos. Na máfia era costume os homens se casarem antes dos trinta anos. Geralmente eles se casavam entre os vinte e seis anos e os trinta anos. Quando não se casavam pelo menos tinham um compromisso firmado. Era comum casamentos arranjados para fortalecer as alianças. O pai de Martín, teve um casamento arranjado, assim como a senhora Luzia. Marcello Zanardi, era diferente do filho e não fez objeção alguma quanto a se casar com Bárbara, filha de um m****o do conselho de uma máfia vizinha. Marcello ainda não era o Don, mas não tinha o pulso firme de Martín, que fez objeção a este tipo de casamento. Luzia, bem que tentou convencer Alberto, o seu marido a não aceitar um acordo de casamento para o filho. Tinha conhecimento que a vida de casada não era fácil. Casou-se com Alberto através de um acordo entre os seus pais, e viu o mesmo acontecer com o seu filho. Luzia e Alberto, tinham uma boa convivência. Luzia aprendeu a amar o marido com o tempo. Já para Alberto foi fácil se apaixonar. Luzia viveu o amor para a sua vida, o seu casamento deu certo, foi amada e respeitada. Ela não conheceu aquele amor arrebatador, que lhe faz perder o ar somente em ver o ser amado, e era grata por isso, esses amores geralmente só trazem sofrimento a quem o sente. Alberto, era um homem racional, conseguiu compreender que Luzia era jovem demais quando se casou, ela tinha somente dezesseis anos, e que estava sendo forçada a amadurecer muito cedo. E carregava o peso de ser a primeira dama da máfia. Agora Luzia vê o neto na mesma posição em que o seu filho esteve, assim como ela. Sabia que teve a sorte que muitas não tiveram, Alberto era um bom marido, nunca a impediu de trabalhar. Não cursou uma faculdade, pois na época era complicado mulheres estudarem, ainda mais pertencendo à máfia. E neste momento enquanto aguardava o neto na sua cafeteria, com um maravilhoso café da manhã, ela pensava em como a vida foi c***l com o seu filho. E o que pudesse fazer para livrar o neto de um mesmo destino ela, faria. Luzia é tirada dos seus pensamentos com três toques na porta. Toc, toc, toc. _ Posso entrar? _ Claro! Estava esperando por você. Martín entra no escritório, Luzia se levanta para receber o abraço e o seu beijo na bochecha. Com sua avó Martín é apenas o neto mimado, que recebe alguns puxões de orelha vez ou outra. _ Pedi que preparassem o croissant que gosta. Martín sorriu como um menino faceiro. Uma mesa foi preparada para eles com as delícias que Martín gostava. Com croissant, cappuccino, pão italiano com geleia, e tudo mais que Martín gostava. Era uma avó mimando o neto. _ Meu neto, estou preocupada com essa reunião, irão pressionar por um casamento novamente. _ Não se preocupe vovó, não conseguirão. Só me caso quando encontrar uma mulher que possa amar. _ Fico apreensiva. Tenho medo. _ Não precisa ficar. Esqueceu que foi a senhora que me criou? Luzia faz gesto de negação com a cabeça. Martín tenta tranquiliza-la. _ Sei que a senhora irá me ajudar, afinal ajudou Enrico. _ Chiara não é mulher para você, é delicada demais para o nosso mundo. _ Sei disso. Agora a novidade Adriano está interessado em Angelina Bianchi. _ O herdeiro de Antônio Barese com a filha do jogador Rocco Bianchi? Martín faz gesto positivo enquanto come o seu ‘croissant’. _ Gosto de Adriano, Angelina parece ser uma boa moça. Formarão um bonito casal, se ela o aceitar. Luzia era uma senhora distinta, extremamente elegante, mas adorava uma fofoca. Ela mesma dizia gostar de ser uma pessoa bem informada. _ Os meus amigos estão se arranjando na vida, encontrando os seus amores, também conseguirei encontrar o meu amor. _ E o que dirá na reunião hoje? _ Que não irei me casar em um casamento arranjado. E que não existe homem na face da Terra que me obrigue. Martín tentou tranquilizar a sua avó, ele não é um homem que se deixa manipular. É a sua vida, não deixaria o interesse de terceiros decidir o seu futuro.
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