Espera! – faço uma careta ao tentar levantar para chamar sua atenção. Minha voz engasga, começo a tossir.
- Amor – ele corre na minha direção preocupado. – Não faz esforço, por favor. Seu tio disse que você precisa descansar. – ele me ajuda a se deitar novamente. Ao poucos minha respiração volta ao normal.
- Contou para alguém? – ele me olha com as sobrancelhas franzidas.
- O que? - ele questiona.
- Que mentiu para mim, que brigamos depois de encontrar sua prima, comentou isso com alguém?
- Não. Fiquei com medo da sua família me culpar por estar aqui, e mesmo que eu também pense assim, achando que isso é culpa minha, queria ficar aqui até pelo menos você acorda, não sabia que tinha esquecido o que aconteceu. Eu não podia ficar longe sem notícias suas. – fico analisando suas palavras.
- Não é culpa sua. Eu ignorei os sinais que alguns dias vinha sentindo, foi só uma crise da minha asma. Ter brigado com você não ocasionou isso. – tento tranquilizar ele.
- Não sei, talvez você ficou tão nervosa e aconteceu isso.
- Pedro não tem como ter sido por isso.
- É mas de qualquer forma eu magoei você, seu olha de tristeza naquele dia, tem estado nos meus pesadelos nas últimas três noites. – ele olha para o chão.
- Podia não ter me contado, sabia. – digo baixinho.
- Sim, mas não seria justo com você. O que eu disse é real Hember, eu me apaixonei por você de uma forma que não consigo explicar, mas existem coisas no meu passado que também não são tão fáceis de explicar. Mas isso é real o amor que eu sinto é de verdade e tudo que eu quero é te fazer feliz.
- Dinda! – Maitê entra no quarto. Seguida de Benjamin e Renata.
- Meu amor. – dou um sorriso para ela que logo corre e me abraça. Eles vem me abraçar.
- Maninha – Gabo e Letícia que já está com barrigão também entram no quarto. Lee está uniformizada, com certeza está no horário do estágio.
- Oi. – em pouco minutos meu quarto estava lotado de pessoas. Meus irmãos, primos, tios, padrinhos, meus pais. Toda a minha família aqui.
- Hember como é volta do além mais uma vez? – Miguel pergunta.
- Miguel!? – minha madrinha da um tapinha no seu braço.
- Ei – todos começam a ri.
- Ao menos desta vez ela teve uma boa âncora não é. O Pedro não largou a mão dela. – Barbara fala. Eu olho rapidamente para ele. Que sorriu sem jeito.
- Verdade né, gente o Pedro não quis ir para casa um segundo. – Lee fala. – Achei tão fofo a forma que ele ficou ao lado da cama dela.
- Sim esperando ela acordar.
- Sim.
- Um verdadeiro cavalheiro.
- Era só a consciência pesada mesmo. – digo brincando.
- Consciência pesada? – todos olham para ele.
- O que você fez? – Pedro fica sem jeito.
- Nós brigamos.
- Brigaram? Lembra disso? – meu tio pergunta.
- Não, Ele disse. Eu não me lembro de nada. – dou de ombros.
- E contou para ela? – Miguel revira os olhos.
- Eu posso te garantir que não tem relação Pedro, Hember tem asma por consequência da má formação dos pulmões devido ao parto prematuro. Uma briga não acarretou uma crise fiquei tranquilo. – ele apenas levanta as sobrancelhas em concordância.
- Mas por que vocês brigaram? – minha tia pergunta.
- É estou curiosa.
- Por causa de uma prima dele.
- Contou para ela que brigou com ela? Ainda por cima por causa de uma prima? – todo começam a rir com o drama do Miguel.
- É primas são um problema mesmo – tia Dora fala torcendo o nariz.
- Há as ex cunhadas são piores. – minha tia Nik fala dando uma gargalhada de forma brincalhona.
- E as ex namoradas surtadas? – Letícia diz. – Essas te causam grandes problemas!
- Eu conheci uma dessas ai – até minha mãe entra na brincadeira. O que deu nelas?
Ela começaram a falar sobre as mulheres que causaram problemas na vida delas e eu rindo bastante com todos, fico pensando em como essas histórias magoaram ante e hoje em dia são piadas. Por que o ar delas sempre venceu os problemas.
A conversa estava boa e agradável. Até que meu tio Caio começa a expulsar todos.
- Ela tem que descansar.
- Mas ainda está cedo. – Lavínia reclama.
- Isso aqui é um hospital, quando ela for para casa, fazemos uma das nossas recepções na fazenda. Hoje foi só para verem que ela está bem novamente. Tchau para todos.
- Bem eu tenho uma cirurgia em meia hora mesmo. Vou me preparar. Até mais gente. – Letícia da um beijo no Gabo.
- Pega leve amor.
- Pode deixar.
- Bom nos também já vamos que a mocinha aí tem consulta hoje. – Ben pega Maitê no colo, ela ainda faz terapia. – Tchau irmã, vamos para casa logo. – Renata também me dá um beijo.
Em pouco tempo todos já se foram exceto os meus pais e Pedro.
- Quer que eu fique? – ele se aproxima de mim e pergunta.
- Sim. Se não estiver muito cansado.
- Jamais para você. – ele da um beijo na minha testa.
Pedro foi rápido no seu apartamento, tomou um banho, e voltou, em seguida meus pais foram para casa descansar também. No final da noite eu já me sinto bem melhor. Aos poucos minha energia vai voltando.
- Então eu fui desculpado? – ele pergunta depois de me ajudar a se deitar novamente.
- Talvez eu não tenha dimensão do que aconteceu. Já que não me lembro de nada. Mas uma coisa é certa, você poderia ter escondido isso de mim e não fez, se me contou é por que não tinha a intenção de mentir para. - fora o fato do vazio que eu senti quando ele estava indo em direção a porta - Acho que merece um voto de confiança quanto a isso.
Pedro me abraça.
- Eu te amo. - ele diz respirando fundo em meus cabelos.