A casa está silenciosa, estranho minha mãe disse que eles estavam em casa, bom devem ter saído. Prestes a subir as escadas.
- Onde estava? – levo um susto. Olho para o lado na sala de televisão meu pai está sentado em um das poltronas com um copo de whisky na mão. Parece chateado com alguma coisa.
- Oi pai, que susto. Pensei que não estavam em casa. – vou até ele dou um beijo no seu rosto – Eu sai com o Pedro. – respondi com naturalidade.
- Quando? – seu tom de voz é acusador.
- Quando o que pai? – tento manter a calma.
- Quando saiu de casa? Não te vi essa manhã. Ontem não vi você voltar. – ele indaga.
- Pai...
- Você passou a noite fora? Dormiu com um cara que acabou de conhecer!? – ele altera a voz.
- Pai eu não sou mais uma criança se lembra? – reviro meus olhos.
- Há não é mais uma criança? Desde quando você é assim Hember, beija homens casados, dorme fora de casa com alguém que acabou de conhecer. – ele diz com raiva. – Cadê as suas convicções?
- Pai você não tem o direito de falar assim comigo! – reclamo.
- O que está acontecendo aqui? – minha mãe desse as escadas, olhando para a situação intrigada.
- Você sabia que a sua filha dormiu fora de casa? Sabia que ela está transando com o namorado que acabou de conhecer? – minha mãe fecha os olhos respirando fundo. Termina de descer as escadas.
- Ale. – ela vai na direção do meu pai. – Hember é uma adulta agora, pode fazer suas próprias escolhas.
- Há! Então você sabia disso? Sabia que ela – ele faz uns gestos com a mão. – Podendo até ficar grávida. – seus careta era de nojo.
- Sabia assim, aliás tomamos as devidas providências para isso não acontecer. – minha mãe responde com rispidez.
- Tomamos? Você foi conivente com isso?
- Alex você está fazendo uma tempestade atoa. – minha mãe tenta argumentar.
- Verdade, por que se eu me lembro bem da história eu tenho quase 3 anos a mais do que a mamãe quando vocês transaram. E eu sei que você não esperou o casamento, que aliás era forçado.
- Hember! – minha mãe chama minha atenção.
- São duas coisas diferentes. Eu ia me casar com a sua mãe.
- Por que você obrigou ela a isso. E quem disse que eu não vou me casar com o Pedro?
- Chega vocês dois! Não estou gostando do rumo desta conversa. – acabamos por ignorar a minha mãe.
- Casar? Você acabou de conhecer ele, não sabemos quem ele é. – meu pai diz com raiva agora.
- Eu te conheço bem o suficiente para saber que você investigou a vida dele pai. E não encontrou nada demais por que tivesse já teria me dito. Aliás me afastado dele. Não é mesmo?
- Descobrir que ele foi criado em um internato, que tem um pai com o dobro da idade da mãe dele, que por sinal é uma perua que ao vive viajando pelo mundo não é conhecer alguém Hember. Não pode se casar com ele.
- Você também não conhecia a mamãe pai.
- Mas conhecia a família dela. – ele rebate.
- O vovô? Que te roubou. Qual era a sua garantia de que a mamãe não era como ele?
- Eu amava a sua mãe, me apaixonei por ela no segundo em que a vi. Essa foi a minha garantia.
- Então. Eu amo o Pedro pai.
- Amor? Você não sabe o que é amor ainda. – ele diz como se eu realmente ainda fosse uma criança.
- Pai você não quer aceitar que eu cresci.
- Ale – minha mãe se coloca na frente dele. – Ela tem razão, eu era bem mais jovem que ela quando ficamos juntos, e eu te amei. Então o meu amor era de mentira?
- É diferente. – sua voz sai mais calma agora.
- Não é Ale, temos que aceitar que a nossa menininha cresceu é uma mulher agora, ela não é mais aquele bebê indefeso que vivia doente e que a gente tinha medo de perder, mas ela continua sendo a nossa princesa independente de qualquer coisa ela sempre será. Só que agora é adulta e deve ter suas experiências, casar, ter filhos, ter sua casa, sua família, é o ciclo natural das coisas.
- E se ele magoar ela? – vejo tristeza nos olhos do meu pai. Talvez ele só tenha medo mesmo de eu me machucar.
- Ela não vai ser a primeira nem mesmo a última. Mas eu espero que não aconteça, por que quero ver a nossa filha feliz. – minha mãe está conseguindo acalmar ele.
- Pai. – me aproximo dele – Sei que está preocupado comigo. Mas eu cresci como a mamãe disse, se ele me magoar eu vou sofrer pedir seu colo e espero que esteja lá para mim. Mas se não, eu vou ser muito feliz e construir um amor tão lindo quanto o de vocês. – ele solta o ar dos pulmões.
- Avisa para ele, que se ele te magoar eu mato ele entendeu. – seu olhar é bem sério.
- Pai – digo dando um sorriso.
- E, não sei se que gosto de você dormindo fora de casa antes de um casamento. – seu maxilar fica rígido.
- Ale, estamos em pleno século 21.
- É. Mas eu sou um homem do século passado. – ele com autoridade.
- Hum, quando me obrigou a morar com você não era não é? – minha mãe brinca.
- Anjo – ele olha para minha mãe com uma cara de quem estava pedindo ajuda.
- Ok – minha mãe começa a ri – Hemb ouviu seu pai. Nada de dormi fora de casa. – ela faz carinho no rosto do meu pai.
- Tudo bem. – reviro meus olhos. – Vou dormir agora, boa noite aos dois.
- Pequena? – olho para ele – Só toma cuidado. Eu te amo.
- Pode deixar pai. Eu também te amo, amo vocês dois. – dou um beijo neles e vou para o meu quarto.